tag:blogger.com,1999:blog-39256961980089159872024-02-19T21:46:04.412-03:00Trans.parênciaAqui se aprende sobre a diversidade da natureza humana e como conviver respeitosamente com ela, principalmente com relação às diferenças de identidade de gênero. Conto neste blog a minha história, a de outr@s trans famosas ou não, e até de personagens fictícios, além de discutir assuntos relacionados.gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.comBlogger203125tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-208311650149472732019-04-11T20:16:00.001-03:002019-04-11T20:16:59.855-03:00Novo Capítulo - Streamer!Muito tempo passou. Muita coisa mudou. Muitas também não. E agora eu venho<br />
por aqui para que potenciais leitores saibam aonde me encontrar por esses tempos. Spoiler: no Twitch.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4z5LkyBhEqgjFXUFLp2iVow4vVyqjQQ_s1WahowiLO2BLyz5uqh8hHHOytMMvvQcMnx0cL-tpLeD1hTQSg347lZaSjpbK4iYIzsgblnDJ6e8z3e4oJ7OOE0SzmEq-YsQ3FrbzguPJYQCL/s1600/20190411_195027.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4z5LkyBhEqgjFXUFLp2iVow4vVyqjQQ_s1WahowiLO2BLyz5uqh8hHHOytMMvvQcMnx0cL-tpLeD1hTQSg347lZaSjpbK4iYIzsgblnDJ6e8z3e4oJ7OOE0SzmEq-YsQ3FrbzguPJYQCL/s640/20190411_195027.jpg" width="640" /></a></div>
<span id="goog_2122124077"></span><span id="goog_2122124078"></span><br />
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O objetivo do blog sempre foi contar da transição, da etapa de mudança em si, e essa época certamente tem data de validade. Eu realmente acho que essa data foi na época de mudança para Atlanta. A partir do momento que você, de certa forma, se estabiliza emocional e fisicamente, deixa de ser tão relevante que você é trans e isso passa a ser somente mais um elemento da sua vida, ao invés de todo o contorno da mesma. Por isso eu parei de escrever. Perdeu o sentido.<br />
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De qualquer forma, um resumo de como esses anos andaram. Eu e Gaby nos mudamos de volta para o Rio 10 meses após irmos para Atlanta. A pesquisa dela lá passou a ter um futuro questionável, e ao mesmo tempo saiu um concurso público dela para voltar para UFRJ, dessa vez como pesquisadora e professora permanente. Cargo vitalício, bem remunerado, na profissão que ela ama? Voltamos. E eu obviamente posso morar em qualquer lugar com um PC e internet, pois continuo traduzindo e revisando de casa. Agora moramos de volta no Rio, na Barra da Tijuca, no nosso apartamento, com nosso carrinho, com 9 gatinhos lindos e todas as dívidas e preocupações que a vida independente trás consigo.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimKoG8wHG_8QGQ9wTCyFxU-4i4nH-Hr7kv4ybuSpskrZ5YIyQp3VuaHQMtyvwHd3TlqvnrrT8jlgdvwaX6GyibDVwf_Diw9UPjmdaeVkB7s6ZmCVsBQsV8cQSvqbFY1h2qVBMiC2gRBPFa/s1600/20190216_115739.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimKoG8wHG_8QGQ9wTCyFxU-4i4nH-Hr7kv4ybuSpskrZ5YIyQp3VuaHQMtyvwHd3TlqvnrrT8jlgdvwaX6GyibDVwf_Diw9UPjmdaeVkB7s6ZmCVsBQsV8cQSvqbFY1h2qVBMiC2gRBPFa/s640/20190216_115739.jpg" width="640" /></a></div>
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Passei cinco anos na Rajão. A empresa me desligou em fevereiro, e eu passei a ser freelancer, inclusive trabalhando para eles. Agora posso fazer melhor meus horários, não tem "batida de cartão" (mesmo que remota), mas também não tem FGTS, férias ou plano de saúde corporativo. Mudança! Interessante. E me deixou com mais tempo livre para tentar algo que eu queria a muitos anos: fazer stream.<br />
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Para quem não conhece, fazer "stream" é como abrir uma ligação de Skype pública, com quem quiser entrar em todo o mundo. Geralmente transmite-se jogos, com o objetivo de entreter e ensinar um público a respeito do jogo em si e de quaisquer outros assuntos que porventura surjam. Eu, pessoalmente, transmito "Escape From Tarkov", um jogo de sobrevivência e ação com mecânicas absolutamente únicas, diferentes de qualquer outro jogo FPS. E como ele é mais lento e tático que a grande maioria, eu tenho tempo e disponibilidade para bater os mais altos papos com o chat.<br />
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Então o objetivo dessa publicação é esse: convidá-los a conversar. Durante anos eu recebi uma enxurrada infinita de perguntas a respeito da transição, da minha vida, da minha pessoa, de hormônios, cirurgias, opiniões. E as respondi diligentemente. Agora vamos passar para o próximo nível e bater esses papos de maneira comunitária, para informar também àqueles que estiverem presentes, que não tenham tanto contato com esse universo, para abrir-nos ao mundo. E não se preocupe, a sua conta no Twitch, aonde eu transmito, é privada, e seu nome pode ser anônimo.<br />
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O meu canal é <a href="https://www.twitch.tv/fullmetalbeatch">https://www.twitch.tv/fullmetalbeatch</a>. Você só precisa abrir uma conta rapidinho nessa plataforma e está pront@ para bater papo no chat. Eu transmito todo dia útil das 21:00 à 1:00, mas também posso entrar mais cedo e/ou sair mais tarde. Provavelmente haverá transmissões nos finais de semana, mas não deixarei um horário fixo por enquanto.<br />
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Sejam todos bem-vindos. =)<br />
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Full Metal Beatch, over and out.gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-20639091013066443732015-01-10T15:03:00.001-02:002015-01-10T15:06:51.861-02:00Atlanta, Georgia<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Após a formatura discutida no último post, eu prossigo trabalhando para a Rajão & Athayde, traduzindo do meu computador de casa. Gabriella, que era professora e pesquisadora laboratorial na UFRJ, conseguiu uma bolsa de estudos na Universidade Emory em Atlanta, nos Estados Unidos, sob a supervisão de um pesquisador chefe do CDC. Acabou que viemos para cá, ela com um visto para a bolsa e eu com um visto de turista, com três malas e nossos computadores. Seis meses depois, temos nosso apartamento mobiliado, nosso carro e um plano de permanência no país que se estenderá pelo menos até fevereiro de 2016. Com sorte, não precisaremos mais morar no Brasil.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg83ta07BIIRpCJ-wRKbHFiti98AWhBXr4HZUHxN6fdeXZ9axcjrr3beNGss8nwzoLyfHDCgqcCOsc6BGoN8nOagJY4W-bIlV4fbrlID519nLb9wXoKN1MV-UqzpI156kP5mytwn4mrSTkA/s1600/Midtown_HDR_Atlanta.jpg"><img border="0" height="422" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg83ta07BIIRpCJ-wRKbHFiti98AWhBXr4HZUHxN6fdeXZ9axcjrr3beNGss8nwzoLyfHDCgqcCOsc6BGoN8nOagJY4W-bIlV4fbrlID519nLb9wXoKN1MV-UqzpI156kP5mytwn4mrSTkA/s1600/Midtown_HDR_Atlanta.jpg" width="640" /></a></span><br />
<a name='more'></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />Atlanta é uma enorme cidadezinha. O que eu quero dizer com isso é que vivendo aqui é comum ter, diversas vezes, a sensação de viver em uma comunidade íntima com os outros 500 mil habitantes, quando na verdade ela tem uma dezena de shoppings centers e cinemas, centenas de restaurantes, uma área metropolitana significativa com dezenas de cidades satélite muito próximas, um enorme parque de diversões, o maior aquário do mundo e o centro de pesquisas médicas mais influente do planeta. No entanto, Atlanta ainda é uma cidade extremamente arborizada, linda, bem preservada, com um trânsito tranquilo aonde a velocidade máxima na qual as pessoas percorrem na maioria das áreas urbanas é de 40 a 60 quilômetros por hora, aonde se para o carro quando o pedestre pisa na faixa, aonde cada atendente em cada loja pergunta como você está e espera você perguntar o mesmo de volta antes de começar qualquer negociação. Para mostrar pelo menos a estética do local, coloco abaixo um vídeo do caminho feito da nossa casa ao trabalho de Gaby, mas sinceramente, o YouTube é um escroto e tira toda a qualidade da imagem. <a href="https://www.dropbox.com/s/4ewseozjnjm7dw9/2014-11-09%2017.50.55.mp4?dl=0">O arquivo original está aqui.</a></span><br />
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/0EsWNHksYqU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando chegamos, havíamos passado três meses pesquisando apartamentos para alugar através da promove.com, uma empresa local com um amplo catálogo. A maioria das residências na cidade é de casas unitárias (aquelas famosas dos filmes americanos, com jardinzinho enfeitado na frente, teto triangular, etc.) ou de condomínios pequenos (em ‘prédios’ de dois ou três andares, ainda no formato de casas, com no máximo duas dúzias de residências). A área da cidade que possui prédios altos, tanto comerciais quanto residenciais, se restringe, talvez, a uns 30 quarteirões. Como morávamos no Rio e eu queria manter um pouco de familiaridade na vida, já que estava saindo da casa da família pela primeira vez, indo para outra cidade, estado, país e continente, achei por bem encontrar um apartamento em um prédio. Não por coincidência, é o prédio alaranjado baixinho da foto acima, e todos aqueles à direita do mesmo são visíveis da nossa janela. </span><br />
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/YJfpCVvj6Rc?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Acima eu apresento o cantinho da gente. A casa não era mobiliada, então assinamos um contrato com a Cort para alugar alguns móveis principais. As cozinhas na cidade vêm sempre equipadas já com micro-ondas, fogão, máquina de lavar louça e triturador de lixo, enquanto a maioria dos condomínios conta com máquinas públicas para lavar e secar roupas, então não é necessário se preocupar com nada disso. Nos primeiros dias utilizamos um carro alugado no próprio aeroporto, depois compramos um antigo usado, necessário, dado o fato de que o sistema de transporte público da cidade não é nem de longe o suficiente para que Gabriella usasse todo dia para ir e voltar do trabalho, muito menos para que saíssemos para passear. Um Nissan Pathfinder de 2002, nada demais, e bastante acessível dada as reservas que acumulamos antes de vir.<br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKtewmIq0YWEwmFSGFJnV05qmEp7TZbSVkThyphenhyphenznnACEIWt5l7lb0vrl2QY7d4_ncMBt4rlwzBIUm7KCEr5jzEp1XIAvDhOc-i9schQxNKG-lC0VdPjGNxNzk-ZoT53zTtUyKZShuWW3sos/s1600/2014-12-25+21.02.15.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKtewmIq0YWEwmFSGFJnV05qmEp7TZbSVkThyphenhyphenznnACEIWt5l7lb0vrl2QY7d4_ncMBt4rlwzBIUm7KCEr5jzEp1XIAvDhOc-i9schQxNKG-lC0VdPjGNxNzk-ZoT53zTtUyKZShuWW3sos/s1600/2014-12-25+21.02.15.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small; text-align: start;">Foto da mãe com o carro já que ela fez questão de fazer essa macacada XD</span></td></tr>
</tbody></table>
Falando em mãe, que veio passar o fim de ano conosco, a respeito de passeios e turismo. O Six Flags Over Georgia é um parque de diversões bastante grande próximo à cidade. <a href="https://www.facebook.com/mayviamonte/media_set?set=a.836711749682179.100000300847172&type=3">Eu e Gaby fomos lá</a> em Outubro e passamos um dia muito gostoso. O parque estava todo decorado para o Halloween, assim como o resto da cidade e, suspeito, do país, e tinha várias atrações de casa mal-assombrada e monstros dando sustos nas pessoas. A minha única tristeza é morrer de medo de altura e, consequentemente, de montanha russa. Mas até consegui ir em uma!<br /><br />O aquário que eu mencionei antes, Aquário da Georgia, <a href="https://www.facebook.com/mayviamonte/media_set?set=a.822206494466038.100000300847172&type=3">também rendeu um dia inteiro</a>, das 10 da manhã às 5 e tanto da tarde. O passeio básico disponibiliza a ti seis áreas de exposição, desde aquários de medusas, dragões-marinhos e caranguejos asiáticos até tubarões-baleia, baleias Beluga e uma apresentação, de mais ou menos quarenta minutos, de golfinhos e seus treinadores, a coisa mais linda do mundo. Prometo que esse último te faz chorar sem esforço nenhum. Abaixo eu juntei alguns clipes filmados durante nosso passeio para apresentar, como possível, o lugar para vocês.</span><br />
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
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<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/u_8kuO7ve2Y/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="https://www.youtube.com/v/u_8kuO7ve2Y?version=3&f=user_uploads&c=google-webdrive-0&app=youtube_gdata" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><embed width="320" height="266" src="https://www.youtube.com/v/u_8kuO7ve2Y?version=3&f=user_uploads&c=google-webdrive-0&app=youtube_gdata" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para o fim do ano, minha mãe chegou dia 24 de dezembro. </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=P0MJnhFszx0&list=UULjfyxqoiM15hjRhUhGangA&index=1" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A árvore de Natal já estava montada</a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">, mas passamos o Natal e o Reveillon junto, apresentamos a ela nosso restaurante favorito na cidade, o Cheesecake Factory, passeamos pelo Jardim Botânico local que estava com uma decoração linda de luzes na noite e fomos ver o “Peach Drop”, a queima de fogos de Atlanta, na virada do ano. Essa última parte eu confesso ter sido uma experiência para uma vez só, esse negócio de sair de madrugada para ver puff puff colorido no céu não é nem comigo nem com Gaby, uma sessão de jogos, filmes e sexo tá bom pra gente. Ano passado nos demos "feliz ano novo" já na cama no meio do sono, foi fantástico. De qualquer forma, tem </span><a href="https://www.facebook.com/mayviamonte/media_set?set=a.869818759704811.100000300847172&type=3" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">um álbum de fotos</a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> sobre a estadia dela - também.</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />Essa mudança representou muita coisa boa pra mim. Eu detestava o Rio de Janeiro, sempre me senti assim. Os serviços nos restaurantes são ruins, os atendentes de lojas são grossos, o comportamento masculino é bárbaro e vergonhoso - desde às 15 cantadas por quilômetro até a bizarrice que é a torcida do flamengo ao redor do Maracanã - a população é porca, a polícia é agressiva, as filas são gigantescas, o trânsito é estressante, os servidores públicos são preguiçosos e incompetentes, os assaltos são frequentes e, como em todo o Brasil, qualquer coisa importada custa os olhos da cara e do cú. Sim, com acento, para dar ênfase. Além disso, morar aqui é minha primeira experiência de independência e, apesar de todos os tropeços com as finanças e com a burocracia da vida adulta, nada tira o colorido do prazer que é morar em um lugar no qual, da porta para dentro, quem manda somos nós e ponto final. Podem me acusar de síndrome de vira-lata o quanto quiserem, mas nossas encomendas aqui são entregues e deixadas em um cômodo público ao lado da portaria ao qual todos os mais de 140 apartamentos têm acesso irrestrito. Sabe quando eu ia ver a cor dos meus pacotes se isso fosse feito no Rio? Pft.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjNMlhLmniyYlr_WNPZsJaQRJhudpdqtXtKPeH_KuC_JOkrvCCNQHyslajyyxDGwnGoatgkB5NylU8hC5rFTfQlG83W2ZxOpIV_P4KroUWvadX6NQRx_US0OS86PhRHtaCV3UP1w0afKjU/s1600/1453213_825250770828277_1215082335527992284_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjNMlhLmniyYlr_WNPZsJaQRJhudpdqtXtKPeH_KuC_JOkrvCCNQHyslajyyxDGwnGoatgkB5NylU8hC5rFTfQlG83W2ZxOpIV_P4KroUWvadX6NQRx_US0OS86PhRHtaCV3UP1w0afKjU/s1600/1453213_825250770828277_1215082335527992284_n.jpg" height="360" width="640" /></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /><br />Enfim, a vida continua. Eu faço essas publicações para deixar bem clara a ideia de que ser trans de forma nenhuma te impede de crescer e ser feliz na vida. Sim, eu sou branca, não, não me expulsaram de casa, todas essas coisas são verdades e ajudam com tudo na vida, sendo trans ou cis, mas até hoje eu conheço trans com dinheiro e formação universitária, empresas e casas próprias, que acham impossível realizar a transição mesmo tendo a benção dos deuses do seu lado por achar que tudo é 10 vezes mais pesado do que é na verdade e que, por isso, “não dá pra fazer isso”. DÁÁÁÁ sim. Suas quengas.</span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjshxTczs4cb5ORiMp8eI4Ls-l6ZGYeEKAwPi8B6HzUNX5jhPVSZ5gt8xSD9de91d9t_hheDkCngLsAaWbI3JbsYsycKnKWhqrzj2ADX5grvpsecGadjttLPpHE4DjYDzoDUlV-Sw6RGyT/s1600/SI-1+(42).JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjshxTczs4cb5ORiMp8eI4Ls-l6ZGYeEKAwPi8B6HzUNX5jhPVSZ5gt8xSD9de91d9t_hheDkCngLsAaWbI3JbsYsycKnKWhqrzj2ADX5grvpsecGadjttLPpHE4DjYDzoDUlV-Sw6RGyT/s1600/SI-1+(42).JPG" height="428" width="640" /></a></div>
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Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Estácio de Sá. Esse é meu título agora. Dizer que ele não significa nada seria hipócrita e pessimista, mas a importância dele é bem diferente do que se propagandeia, principalmente a pessoas que ainda vão escolher seu curso superior. Além disso, o evento da formatura em si teve um significado específico a mim, mas isso vem um pouco mais à frente.</div>
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<b><span style="font-size: large;">O Mundo das Idéias de Pastelão</span></b></div>
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Enquanto eu estava na escola, a única matéria que eu tinha gostado de verdade havia sido Filosofia, a qual eu só tive durante o segundo ano do ensino médio. O professor, coitado, mal conseguia prender a atenção da turma, mas esse era um problema só marginalmente maior para ele. Pouquíssima gente dá valor às aulas durante a infância, sendo o motivo do qual possuidor de uma perna na falta da cultura do intelecto no Brasil e a outra no método entediante e ineficiente com o qual se dá essas aulas em primeiro lugar. Mas eu divago. Eu gostava da aula, e gostava de refletir e discutir sobre questões comportamentais, existenciais e sociais como um todo, tendo esse como um dos poucos tópicos de interesse nas raras conversas das quais eu participava. Pensei em transformar isso em uma profissão, mantendo em mente que eu preciso realmente gostar, em algum nível, daquilo que faço, para o trabalho ter um mínimo da minha atenção e consequente qualidade.</div>
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Naquela época, vestibular era feito separadamente para cada faculdade, e tinha uma questão de colocar duas ou três opções de curso para as quais a nota da sua prova contaria. Isso foi antes do ENEM servir de vestibular nacional. Falhei na primeira tentativa, e coloquei Filosofia e Psicologia na segunda, após passar um ano em um curso preparatório. A ideia era que os dois cursos, na UERJ, faziam parte do mesmo grupo, e a instituição aceitava transferências intragrupo. Eu queria mesmo Psico, mas Filo tinha uma nota de corte mais baixa, então a ideia era entrar por ela e depois... né. Bom. Acabei gostando do curso e ficando nele.</div>
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Era muita coisa pra ler, de verdade. Em Filosofia não se calcula o valor de "x" na equafoda-se de segundo grau, não se monta fórmula do ácido bucetírico, não se pendura uma caixa em um plano inclinado preso em três roldanas e amarrada na calcinha da sua mãe, nada disso. Todas essas coisas haviam ficado para trás. Em Filosofia, você só faz escutar, ler, refletir, escrever e falar. Ponto. <u><b>E isso obviamente trabalha bastante interpretação textual, articulação escrita e verbal e introspecção.</b> </u><b><u>Esse foi o significado mais forte dos 2 anos que passei lá.</u> </b>Lá pelo quarto semestre, no entanto, a realidade começou a bater à porta: primeiro, a única coisa que você pode fazer como fonte de renda saindo daquele curso é dar aula naquele curso, e a última coisa que eu queria na época era ser professora; segundo, estudante e professor de filosofia tem um complexo de megalomaluco insuportável, e enquanto eu queria aprender aquilo e usar como ferramenta social e influenciar o mundo positivamente de alguma forma, todos ao meu redor pareciam ver a matéria como um fim em si mesmo. Desculpa, bicho, mas isso não tem nenhum benefício, e eu já me achava inútil o suficiente, obrigada. O resultado foi que eu decidi finalmente me informar sobre transferência para psicologia, e aquela bostírica era uma exceção à regra de transferência e não aceitava ninguém de outro curso. Motivo? A nota de corte de Filosofia era muito mais baixa e todo mundo fazia isso.</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMEsq2lWr-f0QuVpw4je8pupBLXLF0OPiYErXltC5M2kGzVAc0oaNdFoDHZzJ_esglkXjLyGlUXa83lJsITvHC4E-hEW9jyuf74uzHKsXYHpkntRcc0pdeNPduvKYVP2DLNz4W7HyCIk5u/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMEsq2lWr-f0QuVpw4je8pupBLXLF0OPiYErXltC5M2kGzVAc0oaNdFoDHZzJ_esglkXjLyGlUXa83lJsITvHC4E-hEW9jyuf74uzHKsXYHpkntRcc0pdeNPduvKYVP2DLNz4W7HyCIk5u/s1600/download.jpg" height="315" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pois é.</td></tr>
</tbody></table>
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Daí eu já sabia que a única coisa pela qual eu tinha gosto não ia se tornar meu ganha pão, então opção B: transformar meu lazer em profissão. Como a maior parte do meu tempo livre sempre foi e ainda é gasto com jogos de computador, Engenharia Eletrônica, certo? Fato? Acabei nunca descobrindo. Até fui ao Campus Centro IV da Estácio no final de 2008 e me inscrevi, mas na hora de ir embora passei pela passarela a qual teria que atravessar todo dia para voltar para casa. Sabe aquela brincadeira ridícula do Faustão da Ponte do Rio Que Cai? Eu preferiria participar daquela merda todo dia do que passar por aquilo, e jurei pelos testículos avantajados do Capeta que nunca mais iria pra lá. E aquele era o único Campus viável com aquele curso. Então? Opção C.</div>
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<b><span style="font-size: large;">Relações Intersexuais</span></b></div>
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Procurei o curso que tinha a maior quantidade de matérias que eu suportava. Sim, foi por isso que fui pra Relações Internacionais. Não tendo mais o que eu gostava, iria passar pelo que parecia menos... não... detestável. Sensanionível. História, geografia, economia, diplomacia, direito, o curso tem um pouco de tudo que eu acho pelo menos razoavelmente interessante. Ajudava também o fato de que eu estava morando em Copacabana e o Campus de RI era lá, a exatos dois quarteirões da minha casa. E lá fui eu começar essa bagaça em 2009.</div>
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Primeiro, evidenciemos o fato mais relevante: A Estácio. É. Uma. Merda. Há um motivo pelo qual o meu curso quase teve a licença revogada pelo MEC devido à nota baixa na prova de 2010 do ENADE. Os professores, em geral, são horríveis. Nós tínhamos a "risadinha", que era uma senhora que ria das próprias piadas totalmente sem graça, enquanto não conseguia elevar a voz acima de um sussurro para nos prender a atenção. Tinha um infeliz que dava aulas de Teoria Econômica, e passava mais tempo tecendo reclamações contra o Brasil em um ritmo bem classe-média-sofre, do que realmente ensinando alguma coisa. Tinha uma que era a COORDENADORA DA PEMBA DO CURSO, que só tinha uma entonação de voz capaz de quebrar o recorde mundial de menor tempo necessário para por qualquer infeliz para dormir. Tinha a Etiene e seu marido, ambos que mandavam a gente estudar mais de 300 páginas para perguntar os detalhes mais obscuros e irrelevantes em uma prova de mais de 20 questões. Por fim, e pulando algumas outras figuras memoráveis mas pouco diferentes das previamente citadas, tinha o campeão de incompetência: <a href="https://www.dropbox.com/s/ceeby7l3ih1czb7/SI-1%20%2835%29.JPG">Emir sabe-deus-o-que</a>, um Bósnio infeliz que, além de uma pronúncia do português totalmente ininteligível, o que deveria ser um fator de eliminação por si só, usava a posição dele claramente como fonte de renda gratuita, na qual ele não fazia NADA. A desgraça repetia, até o último dia da aula de negociações internacionais, que a negociação tinha duas partes e que, o objetivo, era chegar a um acordo agradável a ambos. PORRA, SEU IMBECIL. JURA? Pra completar o quadro, o melhor professor que eu tive durante todo meu tempo lá, André Sena, foi demitido sob circunstâncias misteriosas.<br />
<br />
Uma observação sobre minha graduação é a respeito de uma pergunta que me fazem muito, meu nome na lista de chamada. Marcelinho, Marcelão, quem não gostar que se jogue debaixo do busão. Nem a Estácio nem 90% das faculdades do país possui qualquer sustentação à ideia de colocar um nome diferente daquele nos documentos nessas listas. Então basicamente ou você encara de frente, ou leva atrás.</div>
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<b><span style="font-size: large;">Subindo de Nível</span></b></div>
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Sim, eu detesto o lugar, mas <b><u>tirei algumas coisas boas de lá</u>.</b> A <u><b>eloquência</b></u> que tenho eu devo também a esse curso, lapidada durante mil apresentações. Atualmente, palestraria para milhares de pessoas sem problema ou titubeio, caso fosse sobre um assunto que dominasse. Descobri certa <b style="text-decoration: underline;">capacidade de liderança e coordenação de grupo</b>, dos mil grupos que tive que formar e empurrar para frente. Me tornei habilidosa em <b style="text-decoration: underline;">pesquisa</b>, o que se formou quase exclusivamente durante os 18 meses de formulação da Monografia, mas agora é importante para meu trabalho. Por fim, desenvolvi bastante minhas <u style="font-weight: bold;">relações interpessoais</u>, que eram nulas até entrar no lugar.</div>
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Confesso que há um saborzinho especial também pelo fato de eu agora participar do seleto grupo de pessoas trans com graduação superior. Sinto que isso pode motivar muitas outras a viverem seu gênero verdadeiro, deixando claro que nossa transição restringe cada vez menos os nossos passos profissionais. Uma das coisas que minha mãe perguntou quando afirmei indubitavelmente que esse caminho era inevitável para mim, foi se eu ia ser maquiadora ou cabeleireira. A noção dessa restrição é ridícula e tem que acabar, e é com a nossa fuga dela que ela morre. No entanto, o evento em si, o dia da colação, foi de certa forma a materialização da minha conquista, pois durante anos eu visualizava especificamente a imagem de eu de salto ao receber o canudo, e adivinha só?</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5Okl5LrlhHuXMgDAAW8aWBcNnEnZFdWVokXiOXLrDKVyuFUmfiFmW_vz-YxEaFGxo8l2zjeROHBffqM2OAMekcTQ6FVGoAyBZ1TqAJDWrvawlUOom2hWacm4br7TUNabZ0ENG-VBE31kE/s1600/dhfghfgh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5Okl5LrlhHuXMgDAAW8aWBcNnEnZFdWVokXiOXLrDKVyuFUmfiFmW_vz-YxEaFGxo8l2zjeROHBffqM2OAMekcTQ6FVGoAyBZ1TqAJDWrvawlUOom2hWacm4br7TUNabZ0ENG-VBE31kE/s1600/dhfghfgh.jpg" height="640" width="412" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A família de onde vim.</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQvgnfnmtOOMVxr04Ubx9KdpGehNb1LvvAN0MhBkRAUxOm6pu5yCSnl_4HpdPmEzEv7kMQ5l4nK699AnPdd6z2DxhZaI5_WL6P56TMhtDUlxynwpvtk3x3D6gYLTYjwbqN60hweXE5KZ3u/s1600/SI-1+(25).JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQvgnfnmtOOMVxr04Ubx9KdpGehNb1LvvAN0MhBkRAUxOm6pu5yCSnl_4HpdPmEzEv7kMQ5l4nK699AnPdd6z2DxhZaI5_WL6P56TMhtDUlxynwpvtk3x3D6gYLTYjwbqN60hweXE5KZ3u/s1600/SI-1+(25).JPG" height="640" width="424" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A família para onde vou.</td></tr>
</tbody></table>
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<a href="https://www.facebook.com/mayviamonte/media_set?set=a.727151787304843.1073741847.100000300847172&type=3">O restante das fotos publiquei aqui.</a><br />
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<b><span style="font-size: large;">No Fim do Arco Íris, </span></b><b><span style="font-size: large;">O Pote de Foda-se</span></b></div>
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<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b></div>
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No fim das contas, esse curso não me rende um emprego, diretamente. As opções mais numerosas não me caem bem. Eu poderia trabalhar em escritório de empresa comercial tratando da burocracia de exportações e importações, coisa que eu nunca faria por já ter trabalho em escritório e ter pegado asco do ambiente corporativo. A alternativa seria a representação diplomática brasileira, que enfrentaria o obstáculo interno do meu antipatriotismo e o externo do NUNCA VAI TER UMA TRAVECA DE CABELO ROSA NO INSTITUTO RIO BRANCO. NÉ.</div>
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Eu acabei indo para o mercado de tradução. Tenho inglês fluente já faz bastante tempo, devido a diversos cursos feitos e ao fato de sempre ter assistido a filmes e séries, e jogado jogos, no idioma; conhecia uma meia dúzia de tradutores, amigos de amigos meus, que me deram algumas dicas iniciais de programas a usar e sites de busca e divulgação de mercado a assinar; e distribuí currículo a rodo pelas agências das quais fiquei sabendo no Rio de Janeiro. Uma delas me mandou um teste por e-mail e gostou do resultado, e agora trabalho para eles: Rajão & Athayde. Especializados em documentos de patente, principalmente de patentes registradas em outras nações membro do acordo internacional de patentes e que precisam ser traduzidos para o idioma oficial de cada uma das outras nações membro. Passei um mês trabalhando fisicamente na agência, para acelerar o aprendizado, e agora estou desde fevereiro trabalhando de casa, além de traduções freelancer que já faço para outros clientes.</div>
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O primeiro mês foi, sem favas na língua, do piru no cu. A empresa fica a 30 km da minha casa, e precisei alugar um carro no qual passava de 4 a 6 horas por dia para ir e voltar. Agora, no entanto, tudo que eu preciso é disciplina para manter o foco, convivendo com o botão do Titanfall de um lado e o link do Facebook do outro. Mas veja bem esse ambiente e uniforme de trabalho. Imbatíveis.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidZT8eeOUBLm4MHeHGj-XR9rZj1lwvR7_JvmWg0Vy9NI7p3Una7Xzr-fkdkn2PzJiuss2blxo1aG2xL4P-H96F9xMOh5KEiWr81a5zSOunP4KB83ZH3iJnDDXgIxWSTrieB0Z9X2CAmlWL/s1600/10462528_774547819231906_4024690023236479977_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidZT8eeOUBLm4MHeHGj-XR9rZj1lwvR7_JvmWg0Vy9NI7p3Una7Xzr-fkdkn2PzJiuss2blxo1aG2xL4P-H96F9xMOh5KEiWr81a5zSOunP4KB83ZH3iJnDDXgIxWSTrieB0Z9X2CAmlWL/s1600/10462528_774547819231906_4024690023236479977_n.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
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O resumo da ópera, crianças, é duplo. Primeiro, as pessoas transgêneras possuem bem mais possibilidades de profissão e realização do que a mídia gostaria que você acreditasse. Segundo, não se preocupe tanto com o resultado profissional da faculdade que fará, o importante é ir agregando habilidades e amizades pelo caminho a fim de ter opções viáveis no futuro.</div>
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gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-75454295375916890022014-06-01T20:06:00.003-03:002014-06-30T08:50:16.807-03:00Campos do JordãoParra esse meu último aniversário dia 17 de maio, eu e Gaby decidimos por uma viagem, ao invés de uma festa, como forma de comemoração. Eu nunca tinha viajado sem alguém planejando e cuidando de tudo, e nunca fui social nem tive amigos o suficiente para montar eventos festivos. Foi a melhor solução, e resultou em um final de semana maravilhoso.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY0E65jdjBPu9XR0ESjUiGMRceN-fgMsm7DjpMFQE8lVS2x-tAqv7qWQTS2yvL63fHJDxaliH-6MYK-ZhdDSWGmQS9MFNYqPVTyGE9sFJUag06VYvPW2JheHKVnRvXzv5b4bNo2fnJ_X7X/s1600/20140518_160148.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY0E65jdjBPu9XR0ESjUiGMRceN-fgMsm7DjpMFQE8lVS2x-tAqv7qWQTS2yvL63fHJDxaliH-6MYK-ZhdDSWGmQS9MFNYqPVTyGE9sFJUag06VYvPW2JheHKVnRvXzv5b4bNo2fnJ_X7X/s1600/20140518_160148.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Essa foi na verdade a última foto tirada, mas essa é o portão de entrada da cidade.<br />
<a name='more'></a></td></tr>
</tbody></table>
Alugamos um carro na Unidas, reservado previamente para sexta feira às 16 horas. Como eu trabalho em casa, comecei quase de madrugada para poder sair mais cedo e chegar na cidade mais cedo. Afinal, são pelo menos 5 horas de estrada até lá. Alugar carro é um troço chato por causa de um depósito de segurança que você tem que deixar - uma cobrança no cartão de crédito geralmente superior a 1000 reais - que é estornado quando você devolve o veículo. Mas vamos combinar que comer isso tudo do limite do cartão, reduz suas opções de gasto? A viagem foi tranquila. Dirigir durante o total de seis horas e meia que foi é meio complicado, e o sono me atacou após as 23 horas, mas estamos vivas para contar a história. Porpouco-xiudeixapralá.<br />
<div>
<br /></div>
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A <a href="http://www.villatambo.com.br/#">pousada que escolhemos</a> foi indicação de uma amiga do Facebook. Eu nunca havia falado com ela, na verdade, mas vi que ela tinha dado like na Page de Campos do Jordão. Veja só. O site afirmava ela ser <i>gay friendly</i> e aceitar animais, tendo várias fontinhas no site com cachorros. Concluí logo que os donos não podiam ser pessoas muito de mal com a vida. A escolha foi ótima. O chalé era espaçoso, confortável, e tinha aquecedor ambiente e nos lençóis da cama, o ambiente era todo natural por ser afastado do centro, e o café da manhã era super gostoso. Os funcionários eram basicamente um rapaz e uma moça, sempre muito educados e gentis. Com a dona falamos pouco, mas estava sempre preocupada em saber se estava tudo bem e como nos sentíamos lá. E tinha espaço suficiente pra fazer palhaçada, o que é essencial. Foi uma pena não termos tirado mais fotos, como do quarto ou da entrada. Vai ver a gente estava contente demais para pensar a fundo nisso. =)</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7_9qbx6TqTKsW4ff4LNgpn_G96rFxQZT6TfUDR7piTMM9b9ja_YeDGnyjj7nmjK4e4GjXO2U3zIG_NJDNx7GKGhW5_mq1AMnO3lE19eYKPcwUQXAI0GdCCT-S6B9c68BDadJhgtQ4L1oj/s1600/20140518_103848.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7_9qbx6TqTKsW4ff4LNgpn_G96rFxQZT6TfUDR7piTMM9b9ja_YeDGnyjj7nmjK4e4GjXO2U3zIG_NJDNx7GKGhW5_mq1AMnO3lE19eYKPcwUQXAI0GdCCT-S6B9c68BDadJhgtQ4L1oj/s1600/20140518_103848.jpg" height="640" width="480" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vê se pode o nome desse chalé.</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquNNxUSib_FfmSaI5lZNcoR3O2P-gqyo84HqLrV3jmI3u34RPSFOm9k_ra-HHqYvzPdPdHP-b_vWXAwIwekAiHESdwuuhl2sDV12waUhPcJ8rCUdiOS5oDizB13Gv-x_7iErOkcU8pTfM/s1600/20140517_092359.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquNNxUSib_FfmSaI5lZNcoR3O2P-gqyo84HqLrV3jmI3u34RPSFOm9k_ra-HHqYvzPdPdHP-b_vWXAwIwekAiHESdwuuhl2sDV12waUhPcJ8rCUdiOS5oDizB13Gv-x_7iErOkcU8pTfM/s1600/20140517_092359.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tá na messa, pessoal.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilJvmj0MOTvtEPrSMAKyaogaTYMGefBZfKU9jN5rY9VLfbpxupubb0h1t3MaQ5sPrbIANr61pgA3CBs8iAdV4hO8FrwMd9sKNRIE3dsCZWb3JPzaBiHCoU2R9d770JtkhsZpf8lRgoIOl4/s1600/20140518_104108.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilJvmj0MOTvtEPrSMAKyaogaTYMGefBZfKU9jN5rY9VLfbpxupubb0h1t3MaQ5sPrbIANr61pgA3CBs8iAdV4hO8FrwMd9sKNRIE3dsCZWb3JPzaBiHCoU2R9d770JtkhsZpf8lRgoIOl4/s1600/20140518_104108.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6RPuq63UJ5UEDxvH69ZVcZ6XLdWEl0HzhQusXq9TmmB8sJVTcL199-LsMwVZWsB7rpOmXKEJoPMYkIxm2sBnmRPqbKzSL4-sgWodSo4FbH_4-2PbdzYq1rjmbJLn9kn-wCOZ0UkXmwzpc/s1600/20140518_104318.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6RPuq63UJ5UEDxvH69ZVcZ6XLdWEl0HzhQusXq9TmmB8sJVTcL199-LsMwVZWsB7rpOmXKEJoPMYkIxm2sBnmRPqbKzSL4-sgWodSo4FbH_4-2PbdzYq1rjmbJLn9kn-wCOZ0UkXmwzpc/s1600/20140518_104318.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyfyx-7C1HKVVKC_aTzaMbYDO0-F7kofGufzSlfkL1dKCpekee6qJ8tOsztCKwWc7xiPj1PbRhhYmxnTi2HcOSLKHVNuXtqUN1OFxIgb0RuAxCjysbjJjD2WzNsM54PHocxfYDqmb8jvXj/s1600/20140518_104733.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyfyx-7C1HKVVKC_aTzaMbYDO0-F7kofGufzSlfkL1dKCpekee6qJ8tOsztCKwWc7xiPj1PbRhhYmxnTi2HcOSLKHVNuXtqUN1OFxIgb0RuAxCjysbjJjD2WzNsM54PHocxfYDqmb8jvXj/s1600/20140518_104733.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Como chegamos na cidade já depois da meia noite, entrando no dia 17, tivemos sábado inteiro e metade de domingo para curtir. Os passeios a gente tinha buscado, se informado e listado nas semanas anteriores. Sabíamos que queríamos comer fondue, buscar algumas comprinhas de frio, conhecer a área turística principal, mas também alguma coisa mais no sentido aventura, ao invés de colocar um disfarce de Barbie ficar só desfilando pelas ruas. Dessa forma, escolhemos começar o sábado fazendo um passeio de quadriciclo, que durou duas horas e meia e foi *MUITO* divertido, além de ter várias paradinhas gostosas para tirar foto e muito lugar bonito para admirar. Confesso que fiquei com vontade de fazer passeios mais longos da próxima vez, que podem levar até mais de 5 horas. Depois, visitamos <a href="http://www.aventuranorancho.com.br/">um rancho</a> que tem duas tirolesas seguidas, uma de 850 metros e outra de 200, É verdade que não chega nem a um minuto cada descida, mas é outra coisa que vale muito a pena. Por fim, íamos fazer arvorismo nesse mesmo lugar - é uma caminhada em uma trilha construída com pontos de madeira leve ligando árvores de até 60 metros de altura - mas eu já estava um pouco cansada, e o tempo estava começando a ficar chuvoso. Vai ficar pra próxima vez.</div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMYwcPLDo2PQQgIoMdR1V1dAW8ajPJeX4NYffIOgd9IcG8V9aZW7WdHt8EAnCCi1t5DpjEF1txHhGjOP6ma8CoU3STj3dpwIibUyJ1klIB__pNH-Yb2Suy2YyyrVxLQzDVXBJLKp9Fh7Z9/s1600/20140517_113024.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMYwcPLDo2PQQgIoMdR1V1dAW8ajPJeX4NYffIOgd9IcG8V9aZW7WdHt8EAnCCi1t5DpjEF1txHhGjOP6ma8CoU3STj3dpwIibUyJ1klIB__pNH-Yb2Suy2YyyrVxLQzDVXBJLKp9Fh7Z9/s1600/20140517_113024.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi37eeJAWe-tiYn9NLRT4XdvUH9zPkKpeeTMZ40E5Mrsjkh92elhI_WBxodjxFDENnpqA31nHuFkVyct4R2KMfBC_Ane4IW5GlUa-4fbI4lWfiPiap1pq2VMw5-Uji-_YxAEZ4TKObUAyVR/s1600/20140517_114219.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi37eeJAWe-tiYn9NLRT4XdvUH9zPkKpeeTMZ40E5Mrsjkh92elhI_WBxodjxFDENnpqA31nHuFkVyct4R2KMfBC_Ane4IW5GlUa-4fbI4lWfiPiap1pq2VMw5-Uji-_YxAEZ4TKObUAyVR/s1600/20140517_114219.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0YrHkppx6JD5ECKnIj47hhGQoBEJvNfLxPcbELWVSkbS_fOHv_2CTdtj2syS9dXvxDKh0MgT5RYud0PjWbi3CIItt5wzc739aN2a4hHx3QKrNDA434c1f1ktbGAChE-mJ90KCSOZ8pp0L/s1600/20140517_121328.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0YrHkppx6JD5ECKnIj47hhGQoBEJvNfLxPcbELWVSkbS_fOHv_2CTdtj2syS9dXvxDKh0MgT5RYud0PjWbi3CIItt5wzc739aN2a4hHx3QKrNDA434c1f1ktbGAChE-mJ90KCSOZ8pp0L/s1600/20140517_121328.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-4rr3uNWdjfdjrZIDxi9mV9FWjr7qQ1l2icT0zK_1KXAbfwGE8DP2fnAj4cUtsz0mdrzy8sr_Jz9kMrg7UgU-iOkxsTTTIVWGDzuZLXF4UIowegjDpk3saw5ifyHmjeFmog4h5LS_ZgRw/s1600/20140517_121508.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-4rr3uNWdjfdjrZIDxi9mV9FWjr7qQ1l2icT0zK_1KXAbfwGE8DP2fnAj4cUtsz0mdrzy8sr_Jz9kMrg7UgU-iOkxsTTTIVWGDzuZLXF4UIowegjDpk3saw5ifyHmjeFmog4h5LS_ZgRw/s1600/20140517_121508.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Segura, pião!!</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGoA6iVpBYh3fcnHBIVh5bZ2lueY7qGwLc4mm7EyIK7MWGEECLws40q6pHfPps2wYpUB1N5xSqya4jOKQIwfm9FQQ9wfyOWirsIMcISlAwp-9Gvx92et-m6Kb0gkGeSyr2hC6foIqGrF4D/s1600/20140517_123056.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGoA6iVpBYh3fcnHBIVh5bZ2lueY7qGwLc4mm7EyIK7MWGEECLws40q6pHfPps2wYpUB1N5xSqya4jOKQIwfm9FQQ9wfyOWirsIMcISlAwp-9Gvx92et-m6Kb0gkGeSyr2hC6foIqGrF4D/s1600/20140517_123056.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqNiXertMmLD1sroJfnEutKmax8USsu4i4fRn3wrBRuU7O3ohDIlvrtZQ8OvIr-sPb6q2Gplbu9VABF8_4ehNWFgttiDQyo3gkWsL3AM1OGFPgBqJT3o0-oo4YUd5yJDma755kAOaBJCEY/s1600/20140517_124743.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqNiXertMmLD1sroJfnEutKmax8USsu4i4fRn3wrBRuU7O3ohDIlvrtZQ8OvIr-sPb6q2Gplbu9VABF8_4ehNWFgttiDQyo3gkWsL3AM1OGFPgBqJT3o0-oo4YUd5yJDma755kAOaBJCEY/s1600/20140517_124743.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCvT-k5ZBYT-KMKCrLZ-m1KYKZQc_HHe0W1_UY3NVzn_e27nVYymNM1cL7NImvh0NIn-rplSKw8zAidBdtQrstemSGVEfIAsfJZ_gZPOZkfPf18LD_w5QZS46YHhgB-2wgsfqOGqJxteN0/s1600/20140517_134359.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCvT-k5ZBYT-KMKCrLZ-m1KYKZQc_HHe0W1_UY3NVzn_e27nVYymNM1cL7NImvh0NIn-rplSKw8zAidBdtQrstemSGVEfIAsfJZ_gZPOZkfPf18LD_w5QZS46YHhgB-2wgsfqOGqJxteN0/s1600/20140517_134359.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O banho depois foi... problemático. </td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSJda0pLDE4y1PGHeduCMUDkS9n2uaICx1fjVMgObFNSlAAB_RetFEQZX4xG-RROx6i484POkXEdYPU9SMvw3ubDQzfe50Of92HerXOV3vIEJT1RSH2bU_WoIJJMKEQ5KxoXZi9gs7Z6wA/s1600/20140517_134459(0).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSJda0pLDE4y1PGHeduCMUDkS9n2uaICx1fjVMgObFNSlAAB_RetFEQZX4xG-RROx6i484POkXEdYPU9SMvw3ubDQzfe50Of92HerXOV3vIEJT1RSH2bU_WoIJJMKEQ5KxoXZi9gs7Z6wA/s1600/20140517_134459(0).jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Já ela, estava limpinha. ficou na minha frente o percurso inteiro, também, né.</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjOl5kVXPiRD64Rg5aRJ5lSOIZ6mmANe2OTDkT_rwt54QfSrOmC7AHnZO0A84FUlfv8WbZZa2y-FgsJkk77Qz7Pq0D2OYdq6imskYOx9Dl8DMhXFqpJO8x5lxHeOeWBzHlNAANNpUb8xYx/s1600/20140517_163028.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjOl5kVXPiRD64Rg5aRJ5lSOIZ6mmANe2OTDkT_rwt54QfSrOmC7AHnZO0A84FUlfv8WbZZa2y-FgsJkk77Qz7Pq0D2OYdq6imskYOx9Dl8DMhXFqpJO8x5lxHeOeWBzHlNAANNpUb8xYx/s1600/20140517_163028.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tinha também Paintball, mas tem que ir com AQUELA galera, né.</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinuM3WOpxdcknApqS4ugxX5FoYz-Gvi1E0w0UbCyfX2BSoeBASbuwAbaWeaPfDLcsP7hUF1PE7X__HMCefD5MnTeOYfZlk6VefTRHx6GWAGe6oi9QV3pTxLDwmXhK9WEooLHzTC4r0w0KK/s1600/20140517_152709.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinuM3WOpxdcknApqS4ugxX5FoYz-Gvi1E0w0UbCyfX2BSoeBASbuwAbaWeaPfDLcsP7hUF1PE7X__HMCefD5MnTeOYfZlk6VefTRHx6GWAGe6oi9QV3pTxLDwmXhK9WEooLHzTC4r0w0KK/s1600/20140517_152709.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A minha cara de cagaço. Sempre morri de medo de altura.</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEBj0b7sypxz2VWS6bZA66QB8oe9fmt4aSRLwXIiLV5e0xOW-yTDrE1bGHveSheL2_6Li6Gwes4pEO0goK5NYEddsuFt2iLrHIqecqlGyjPi3GRkY7zXXpOdr7wTesa-l0x7t8b9d1nX_c/s1600/20140517_153021.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEBj0b7sypxz2VWS6bZA66QB8oe9fmt4aSRLwXIiLV5e0xOW-yTDrE1bGHveSheL2_6Li6Gwes4pEO0goK5NYEddsuFt2iLrHIqecqlGyjPi3GRkY7zXXpOdr7wTesa-l0x7t8b9d1nX_c/s1600/20140517_153021.jpg" height="640" width="480" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Gaby tava toda animada, ficar preocupada com a morte iminente pra que, né?</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-K1u-C4ubS4GnTev7EXblmrJdo0kuteIsakK5JE-6Qk7gbURmjg2Vow4NN6N0A97qj614WN_GR9wIJQAnWyrkIAFuE7mE23YYeVMLYWop6_RIaY1DkFP6LBnOogFpX0op589LUyi_PzZ6/s1600/20140517_152655.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-K1u-C4ubS4GnTev7EXblmrJdo0kuteIsakK5JE-6Qk7gbURmjg2Vow4NN6N0A97qj614WN_GR9wIJQAnWyrkIAFuE7mE23YYeVMLYWop6_RIaY1DkFP6LBnOogFpX0op589LUyi_PzZ6/s1600/20140517_152655.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Essa foi uma tentativa de foto do percurso, mas fato que quase um quilômetro de fio não ia ser visível nunca.</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqG6u3kghKvInQy8roekduvfAUgjei7WyCqNy7-YvZuN02VSobl-f_izZ_dcL8gbj8bMxvtS5IskzJprtcZJRPX-RwaJLgWCdoq21yKYdiQoJhca6mJsah6aQ3xC5jtCZ6XE6pQpEUR0ma/s1600/20140517_142548.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqG6u3kghKvInQy8roekduvfAUgjei7WyCqNy7-YvZuN02VSobl-f_izZ_dcL8gbj8bMxvtS5IskzJprtcZJRPX-RwaJLgWCdoq21yKYdiQoJhca6mJsah6aQ3xC5jtCZ6XE6pQpEUR0ma/s1600/20140517_142548.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Esse era o comecinho da trilha de arvorismo. Faremos um dia, ainda.</td></tr>
</tbody></table>
Depois de voltar para casa e lavar até a alma, fomos ao encontro do nosso fondue. A melhor coisa que fizemos foi chegar cedo ao <a href="http://www.matterhorn.com.br/">restaurante</a>, pois todas as outras mesas estavam reservadas e, quem chegou depois da gente sem marcar, foram todos mandados de volta pra procurar seu próprio recanto. Novamente, os atendentes era gentis e educados, e o fondue era delicioso. Confesso que fiquei com fominha escrevendo esse post. =/ Só não fico com saudade do frio. Ter que se cobrir toda e continuar com um temporizador limitado para ficar fora de 4 paredes é bem problemático pra quem se acostumou com inverno de 20 graus.<br />
<div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwEk-UbZFT7Xt0RlhtOb_IDMOFcUode79k344uBNztAhjUDwBcdh_zC6Raq8GhLz_Jwr5KB0gDQb-SY2OG6OFEPNC-bhocQzzz8SytFDinFfHV0Enl1Z_SK6rihjad8QnKYsFdomCKh8uU/s1600/20140517_193625.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwEk-UbZFT7Xt0RlhtOb_IDMOFcUode79k344uBNztAhjUDwBcdh_zC6Raq8GhLz_Jwr5KB0gDQb-SY2OG6OFEPNC-bhocQzzz8SytFDinFfHV0Enl1Z_SK6rihjad8QnKYsFdomCKh8uU/s1600/20140517_193625.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ7aSKta0Z-ePrIhxWk9p7xaEw4bry5N9AJ3EgYoRKqEYDctUiu8A1l8i72ScWv1VIMaoOeu8Vd104Qs-ZqBJwRoAD6BDsk5p22YbPXL8gcvfzRnLBz3gPLuo85NT63uIZjParRcXbpJfd/s1600/20140517_201753.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ7aSKta0Z-ePrIhxWk9p7xaEw4bry5N9AJ3EgYoRKqEYDctUiu8A1l8i72ScWv1VIMaoOeu8Vd104Qs-ZqBJwRoAD6BDsk5p22YbPXL8gcvfzRnLBz3gPLuo85NT63uIZjParRcXbpJfd/s1600/20140517_201753.jpg" height="496" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNlaYQn7hfQpQAsM741CX24i2lsuTjNEAspoDgBkk_M2SxSNSq67oljScnGQqRxW7MpcYZudVoTMMo6ugFYf1RcUn-DYEQUl-WyXkVXO2AvDPRZ-ILeYImVA_K-4tA2Y0vhP6J9IVvQvkQ/s1600/20140517_204125.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNlaYQn7hfQpQAsM741CX24i2lsuTjNEAspoDgBkk_M2SxSNSq67oljScnGQqRxW7MpcYZudVoTMMo6ugFYf1RcUn-DYEQUl-WyXkVXO2AvDPRZ-ILeYImVA_K-4tA2Y0vhP6J9IVvQvkQ/s1600/20140517_204125.jpg" height="640" width="480" /></a></div>
<div>
No domingo, visitamos o Morro do Elefante usando o teleférico, andamos em uma temperatura mais humana pela cidade, achamos botinhas lindas para comprarmos, e almoçamos no <a href="http://www.restaurantekrokodillo.com.br/">Krokodillo</a> antes de irmos embora. O restaurante, apesar de muito falado na internet, tem uma comida bastante simples, e foi bom como qualquer outro poderia ser. A cidade como um todo é, como sempre dito, muito charmosa e receptiva.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVOtc1Jh8t5ieO2N0VvnN23x-Ybss8wN8SqR1NQ103QPZuG7Sq6DFjO2HvM6Gh97NEjo_2HLJx_3b7hfNbAWju7d0qrCjFHLMnE84zlhK1sbePdA2kSMMCbXmJ6lAT-4kgVk1BB91N_yGt/s1600/20140518_135546.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVOtc1Jh8t5ieO2N0VvnN23x-Ybss8wN8SqR1NQ103QPZuG7Sq6DFjO2HvM6Gh97NEjo_2HLJx_3b7hfNbAWju7d0qrCjFHLMnE84zlhK1sbePdA2kSMMCbXmJ6lAT-4kgVk1BB91N_yGt/s1600/20140518_135546.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Aspen Mall, no centro turístico.</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbfNmyKbs-suGWGeLSObmSkguPpiX4MfBbChJ3qbNBr8ubZYV50pP20BRUt_MQNLl5ERsRnAOgkbxPnDYSBkM6TlJZsEFFRP9RQhMiGfOiNFfZFEFg9doZ-W6qp-Cdf5QyuDV9er7SDFjw/s1600/20140518_132521.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbfNmyKbs-suGWGeLSObmSkguPpiX4MfBbChJ3qbNBr8ubZYV50pP20BRUt_MQNLl5ERsRnAOgkbxPnDYSBkM6TlJZsEFFRP9RQhMiGfOiNFfZFEFg9doZ-W6qp-Cdf5QyuDV9er7SDFjw/s1600/20140518_132521.jpg" height="640" width="480" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cuecão de cou-ro ma-no! A cidade é cheia dessas lojas só de casaco e botas.</td></tr>
</tbody></table>
<div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIU2WlqWHDA88aiqnFMZNy3zw6RUGIVdqpZGzYQhDy4S1f_aaTTxRtz8EyvJPUpSm-O3Fw7oOu9KR9mEcNCfybOPvYHURZN5RSAnoppDogGmjmwPaLzQDrIbqXZ4P3fpvTpwjmwO8oLjKa/s1600/20140518_125303.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIU2WlqWHDA88aiqnFMZNy3zw6RUGIVdqpZGzYQhDy4S1f_aaTTxRtz8EyvJPUpSm-O3Fw7oOu9KR9mEcNCfybOPvYHURZN5RSAnoppDogGmjmwPaLzQDrIbqXZ4P3fpvTpwjmwO8oLjKa/s1600/20140518_125303.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A subida do teleférico.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKAmy_hoi8TO8Fy7Immc9zI8IN5n9Bx1XiGjnmQfccSTD2N-RliyDu649-Z9A3qcQF3UTjCq-2GXAl6f_cYzruxzEBm6SnCMDpfk4HY2akj5iMJBUAiSiQxebTEdRTsDSZuhT5j2-10xKu/s1600/20140518_123230%25280%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKAmy_hoi8TO8Fy7Immc9zI8IN5n9Bx1XiGjnmQfccSTD2N-RliyDu649-Z9A3qcQF3UTjCq-2GXAl6f_cYzruxzEBm6SnCMDpfk4HY2akj5iMJBUAiSiQxebTEdRTsDSZuhT5j2-10xKu/s1600/20140518_123230%25280%2529.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiHS9BExgDwUE-e4wISXMYvDDMWDamHwEnUQlx8K4ll-I9BBgM1im0aRThj9ucm4RIGTQWcLiBbTJ1EfToz1PT2BUVXGM0I_iXKHoRNfdQtTJ5CXRV1gQOPk7w6vVN78EcuDkPpyG5e0PJ/s1600/20140518_123314.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiHS9BExgDwUE-e4wISXMYvDDMWDamHwEnUQlx8K4ll-I9BBgM1im0aRThj9ucm4RIGTQWcLiBbTJ1EfToz1PT2BUVXGM0I_iXKHoRNfdQtTJ5CXRV1gQOPk7w6vVN78EcuDkPpyG5e0PJ/s1600/20140518_123314.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPadNnfOK2ubLvMtlrubKp-W1qKJHrVzJS-xsNebEnw2r6QOKwG24RaHBvknzyEekGQPVjBUK9w8gN429lfaBD9yyEAloT4Wwg6H6by4R3ZbAwwhvq0D1-6QVNmJ7oTtgVTqh2Lo1ApkIG/s1600/20140518_123620.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPadNnfOK2ubLvMtlrubKp-W1qKJHrVzJS-xsNebEnw2r6QOKwG24RaHBvknzyEekGQPVjBUK9w8gN429lfaBD9yyEAloT4Wwg6H6by4R3ZbAwwhvq0D1-6QVNmJ7oTtgVTqh2Lo1ApkIG/s1600/20140518_123620.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmZHY_Db3tpvtTR-VyVVphnuJc_h6mkA-Twev9YkrvmrMIUfUrYC-dQ94obbliOOPLrZu2X2v9iMS2rzZP4bB25FoBjOKXrTXoQFz14zDZBO6F8QvTUJWHv3ma3OH55Z7Iwu_K31G7E-fg/s1600/20140518_153532.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmZHY_Db3tpvtTR-VyVVphnuJc_h6mkA-Twev9YkrvmrMIUfUrYC-dQ94obbliOOPLrZu2X2v9iMS2rzZP4bB25FoBjOKXrTXoQFz14zDZBO6F8QvTUJWHv3ma3OH55Z7Iwu_K31G7E-fg/s1600/20140518_153532.jpg" height="640" width="480" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nhac nhac, modafocka.</td></tr>
</tbody></table>
Não, não fomos na Baden Baden. Nem eu nem Gaby gostamos de cerveja. Na verdade, o que eu mais senti falta de ter feito foi um passeio Pedra do Baú. Eu fiquei com um pouco de receio por ser algo alto, por estarmos só nós duas e eu nunca ter feito algo mais aventurazinha assim antes, mas se voltasse lá agora, já iria. Por fim, posso dizer com toda certeza que um passeio desse vale bastante a pena, e descobrir uma cidade nova em um final de semana com uma pessoa que você ama dessa forma é uma sensação insuperável.<br />
<br />
É verdade que eu gosto de mostrar minha felicidade e minhas fotos, mas pode ter certeza que essa bíblia toda que eu não escrevi somente por esses motivos. Essas duas pessoas aqui em cima são uma pessoa trans e uma mulher cis, noivas, felizes e apaixonadas, a primeira das quais passou anos e anos sem acreditar que a transição era possível, se a aparência final ia ficar qualquer coisa próxima do desejável, e se um dia amaria e seria amada dessa forma em sua nova figura, e a segunda delas tendo vivido quase três décadas sem conhecer o amor e o companheirismo verdadeiros.<br />
<br />
A felicidade é possível, minha gente. É cara, não vou mentir. É trabalhosa. É bastante arriscada. Mas impossível eu lhes prometo que não é.gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-51726117531212110232014-03-12T23:02:00.002-03:002014-03-13T10:41:30.821-03:00Redesignação Sexual<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4rujI1o4bCXYRerh7Uz8g9uSqLWxu6ToOjEm4F61fx7-rcc3TN8il-MerKpkqKCv4uVx0cW8WFmKin3az5-nDFLWcgE7rBEiG2jM4UurRT_DAWfhJmhj0E0AkcxjletlwO8Ujy0snuh93/s1600/street_fighter_poison_by_mary_dee-d5wjunh.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4rujI1o4bCXYRerh7Uz8g9uSqLWxu6ToOjEm4F61fx7-rcc3TN8il-MerKpkqKCv4uVx0cW8WFmKin3az5-nDFLWcgE7rBEiG2jM4UurRT_DAWfhJmhj0E0AkcxjletlwO8Ujy0snuh93/s1600/street_fighter_poison_by_mary_dee-d5wjunh.jpg" height="400" width="313" /></a>Primeiramente, gostaria de deixar claro que ninguém realiza uma 'resignação' sexual. O verbo resignar define acomodação, desistência. Portanto, alguém que se resignasse sexualmente estaria desistindo de mudar o próprio órgão sexual. O nome da CRS é Cirurgia de Re*de*signação Sexual, de lhe designar, definir, um novo sexo. Obrigada. De nada.<br />
<br />
Tendo dito isso, muita gente me pede informações mais detalhadas sobre a operação, e por uma soma da minha total falta de interesse em realizá-la com a minha preguiça egoísta de só pesquisar o que me interessa - me crucifique - eu não tinha nada para lhes dizer. Até agora.<br />
<br />
Minha amiga Roberta Brandão, fotógrafa profissional, realizou a operação e teve a bondade de registrar suas impressões, entre outras informações valiosas, em um documento que publico no fim dessa postagem. Sintam-se à vontade para baixar o documento e, se restarem mais dúvidas, entrar em contato com ela.<br />
<a name='more'></a><br />
Minha única observação oposta às coisas que Roberta afirma no decorrer do documento é pertinente à definição de travesti e transexual. Ela define de acordo com a presença ou ausência de vontade em alterar o órgão sexual. Algumas pessoas definem como o gênero psicológico da pessoa, afirmando que travestis têm gênero ambíguo, são bigêneras, agêneras, etc. e transexuais se sentem do gênero oposto ao sexo biológico. Eu nunca cheguei a uma conclusão definitiva sobre a distinção dos termos, nem sei, atualmente, me enquadrar em nenhum canto específico além de simplesmente 'trans'.<br />
<br />
Tendo dito isso, <a href="https://www.dropbox.com/s/z78t2956ilpcdy2/documento_depoimento_roberta_brand%C3%83_o.pdf">aqui está o texto</a>.<br />
<br />
Se mais alguém quiser passar seu relato para informar as meninas, somos toda ouvidos. E para quem for falar com a Roberta, lembrem-se de agradecer a ela a disponibilidade de publicação pessoal. Suas quenga. ò.ó.<br />
<br />
Mayra Viamontegghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-20758313348233865942014-03-05T02:05:00.003-03:002014-03-05T11:44:39.497-03:00PnP<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJTcHWKI5Fh_22ZOjYI7p_551aIHi0LdjvKfLtk2HDktpVC0kgjQ-uto08ib_-wGdMxJpeYjzwJpGVPY7ScmcEFqXGtmCTFepYI_zJhjtIbXvV0aIxnxWS8poJcrQw_aq0olLmRGoxIp-K/s1600/2013-12-05+21.27.06.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJTcHWKI5Fh_22ZOjYI7p_551aIHi0LdjvKfLtk2HDktpVC0kgjQ-uto08ib_-wGdMxJpeYjzwJpGVPY7ScmcEFqXGtmCTFepYI_zJhjtIbXvV0aIxnxWS8poJcrQw_aq0olLmRGoxIp-K/s1600/2013-12-05+21.27.06.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br />
PnP. Essa é a inscrição externa de nossa aliança de noivado, minha com a Gabriella. Essa abreviação tem vários significados, todos eles muito pertinentes a cada uma de nós e à nossa relação.<br />
<br />
<a name='more'></a>No 'Pen and Paper', um tipo de jogo parecido com uma peça teatral, todos se sentam em uma sala, cada um interpreta um personagem predefinido, e o "mestre" apresenta as situações adversas para os personagens resolverem. É uma questão de interpretação de papel importante, similar à atuação em um filme ou peça de teatro. A diferença é que o roteiro é escrito enquanto é interpretado. Nesse caso, o PnP se refere às diversas facetas que todos nós apresentamos durante cada dia da vida, todos os papeis que interpretamos, e como podemos abdicar disso completamente quando sozinhas uma com a outra, sendo totalmente naturais.<br />
<br />
Plug and Play, ou "conectar e rodar", uma tecnologia de informática que se refere a periféricos - teclado, mouse, joystick, essas coisas - que não precisam de configuração, funcionam logo após o cabo ser conectado. Essa é uma referência a nossa química, que explode por vezes com o simples fato de eu voltar para o quarto e descobrir que seu vestido subiu poucos centímetros enquanto ela estava deitada, revelando o que não podia.<br />
<br />
Peito e Pau... =P... acho que essa eu não preciso explicar.<br />
<br />
Pain and Pleasure. Dor e prazer. Essa é a mais importante. Eu achei essa frase buscando imagens da Poison e da Juri - as personagens principais no Street Fighter minha e dela, respectivamente, e encontrei uma no DeviantArt com um comentário contendo somente isso. "Pain and Pleasure". Faz perfeito sentido, dada a sensualidade da personagem Poison e o sadismo da Juri. Mais pertinente, no entanto, foi o fato de que nós duas já compartilhamos os maiores sofrimentos - e as mais poderosas realizações - que estavam em nossa mente. Por um lado, representa a sinceridade e a transparência total. Por outro, um voto personalizado de "na saúde e na doença". In pain and in pleasure.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Qu_iTiBPRaElA6riGX8GUfi7irloN_JI5XnH_AgqrXWmDcuEm3wYh9GHxvE_21jb_c_Dpo8tkemJ4K-Y3lUh326pIgPq6oKmsZOm5EI3d2m8h80yqjd5hqfCCKvoym9hzxWahQMH4XIV/s1600/1743188_614072162000143_702418947_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Qu_iTiBPRaElA6riGX8GUfi7irloN_JI5XnH_AgqrXWmDcuEm3wYh9GHxvE_21jb_c_Dpo8tkemJ4K-Y3lUh326pIgPq6oKmsZOm5EI3d2m8h80yqjd5hqfCCKvoym9hzxWahQMH4XIV/s1600/1743188_614072162000143_702418947_n.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br />
Gabriella Mendes, a menina com a qual vou me casar. Para quem tem "Jana" na cabeça como o nome da minha parceira, deixa eu explicar. Nós terminamos ano passado. Havíamos terminado pela primeira vez em 2012, quando fiz minha transição. Passei a namorar uma menina da faculdade meses depois, com a qual fiquei 5 meses. Nesse meio tempo, Jana voltou para minha vida e passei um tempo com as duas. A nova, no entanto, não tinha a menor mentalidade poligâmica, e logo não conseguiu mais ficar comigo. Ficamos eu e Jana até o meio desse ano, quando terminamos. Agora estou só com a Gabriella, e Jana só com um rapaz que conheceu através de mim. Eu e Jana guardamos um carinho recíproco inestimável, que certamente nos acompanhará pelo resto da vida, a qual não pretendo passar muito distante de alguém que me é tão especial.<br />
<br />
Tecnicalidades e depressões momentâneas a parte, estamos felizes agora. Eu olho para essa morena linda deitada a um metro de mim, enrolada nas minhas cobertas, largada tranquila e nua em minha cama, e sei que tenho com quem contar pelo resto da minha existência. Os beijos que me arrepiam os pelos do corpo inteiro, tiram o ar dos meus pulmões e aceleram meu coração, me dão a certeza de que eu tive a maior sorte do mundo. É a coisa mais valiosa da vida, você amar, ser apaixonada, e se acender em chamas pela mesma pessoa. E é com esses e mais uma lista infinda de motivos em mente, que estamos nos preparando para morarmos juntas ainda esse ano.<br />
<br />
Nos conhecemos, na verdade, em 23 de maio de 2012. Ela, como tantas outras pessoas, me mandou um e-mail simplesmente por ter lido o meu blog e querer me conhecer. Confesso que tinha de 0 a -5 interesse na época, já que estava com a menina da faculdade e completamente cega a possibilidades externas. Eu respondi o e-mail mais por achar divertido o interesse de pessoas tão aleatórias em mim do que por qualquer outro motivo, e começamos a conversar sem grandes pretensões. Saímos alguns meses depois, fomos no Rota 66 da Tijuca com uma amiga dela, mas como ela mesma não me deixa esquecer atualmente, eu mal parava de responder mensagens da namorada na época. Eventualmente, o assunto acabou e o contato morreu. Quando pintei o cabelo de rosa pela primeira vez, ela veio me pedir o contato do colorista, e voltamos a conversar. Na mesma semana ela veio no Shopping Tijuca, aqui do lado, comprar o presente da chefe, e eu que *NUNCA* saio de casa aleatoriamente com alguém, resolvi simplesmente dizer que ia acompanhá-la depois da academia. Assim fomos.<br />
<br />
Primeiro almoçamos no Gula-Gula, um dos meus restaurantes favoritos, por que eu tinha acabado de malhar e estava morrendo de fome. Lembro dela se distraindo com meus seios enquanto eu falava, vê se pode? E a recepcionista do restaurante, com um cheiro de couro que podia ser sentido da escada rolante, pescando umas olhadas entre um cliente e outro também. Depois fomos procurar um scarpin como presente, e por caminhos tortuosos de conversa, a convenci a procurar um óculos escuros para si também.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPHhFCDQkUPchqyawM39fBp5uZU3ILQL60iW4mvwAUwACwLbQiyCCow7a3OEDHG_DJksmSjfs0f4cLOJb-XAYlGImvzelqrNXx7kUmS7Y5W8XIHpg6uLMyd3Vjee2tScKXpZ_zWRNCmK3W/s1600/SbTirrU.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPHhFCDQkUPchqyawM39fBp5uZU3ILQL60iW4mvwAUwACwLbQiyCCow7a3OEDHG_DJksmSjfs0f4cLOJb-XAYlGImvzelqrNXx7kUmS7Y5W8XIHpg6uLMyd3Vjee2tScKXpZ_zWRNCmK3W/s1600/SbTirrU.jpg" height="320" width="305" /></a>Confesso que passei a tarde toda de charminho. Nas oportunidades que tinha, fazia questão de parar o mais próximo possível de seu ouvido antes de dar uma opinião. De preferência a uma distância que minha respiração pudesse ser sentida em seu pescoço, e minha voz reverberasse baixa e grave. Crucifiquem-me, meu relacionamento da época era aberto. O melhor foi Gaby me contar meses mais tarde que passou o tempo todo se perguntando se o flerte ela imaginação dela ou de verdade. ACORDA, MIA FIA, A JIRIPOCA JÁ QUERIA PIAR FAZ TEMPO, PÔ. *Cof*, enfim. O dia acabou com eu tentando dar um beijinho na trave e sendo agarrada para receber um beijo na boca. Em frente à Saens Peña, uma praça super movimentada.<br />
<br />
Aquele beijo me mostrou coisas que eu precisava muito saber. Primeiro, a sensação indescritível deixou claro o que eu queria. Segundo, a atitude aparentemente repentina dela deixou claro o que ela queria. Terceiro, e talvez de maior peso que os outros fatos, ela não tinha vergonha de ser vista com alguém socialmente feminina na frente de sabe deus quantos indivíduos quisessem ver.<br />
<br />
É engraçado olhar para trás agora e lembrar de uma época que nos víamos 2, 3 vezes por semana, quando agora só não estamos juntas quando ela está no trabalho. Eu lembro bem de quando ia para casa dela pensando triste que tinha hora para voltar. De quando a mãe achava que éramos somente boas amigas, e não carregava no olhar a preocupação compreensível de sua filha querida, que sempre havia se relacionado com homens, estar planejando o futuro com uma travesti. Lembro de quando, sentadas em sua cama, em resposta a alguma piada que deixava óbvio o encontro de almas, eu dizer "cara, eu acho que eu te amo". Lembro de ela rir durante algo em torno de três segundos até perceber as lágrimas em meus olhos e a seriedade em minha palavras, e me perguntar com os olhos brilhantes de choro mais lindos do universo, "é sério isso??" Lembro de montar, em sua cama, a armadura de um Cavaleiro do Zodíaco seu, da qual eu tinha quase uma dezena quando criança. Lembro das primeiras vezes que jogamos no PS3 juntas e eu me encantei pelo fato de poder dividir esse hobbie tão pertinente a mim. Lembro do orgulho que senti quando fiquei sabendo que essa menina era mestrada, doutorada, pós-doutorada e pós-doutoranda em virologia, e de pensar que alguém de tamanha conquista acadêmica nunca se interessaria por alguém que nem a faculdade tinha terminado na época. Lembro de tão recentemente ela cuidar de todas as minhas necessidades em São Paulo enquanto eu me recuperava da segunda operação nos seios. Dos nossos passeios de bicicleta do Aterro do Flamengo até a Lagoa. De descobrir que eu podia ser desejada como mulher trans por uma mulher cis sem medo, sem preconceito, sem expectativas e sem limites. De descobrirmos que tínhamos as mesmas taras. E alguns dos mesmos medos em relação a vida. De irmos à H.Stern diversas vezes devido a problemas consecutivos com a manufatura das alianças, até elas serem trazidas de volta pra casa, de surpresa, e mostradas pra mim por essa menina linda, acompanhadas de um pedido de casamento.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCdwWJEq1qE-NDa1h8tnCUaYwtrXuA60Ebe3LaZzzJxQu4lIFPDQjcbucOnqwec6w9Ei9X0eCUrSr0EPLzYhG7MwyWpuo52_NdpnoeVTZixgK10pK4cZkbq2sCcpr73BG-Q9LJyHnJsvmj/s1600/2014-02-16+16.15.04+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCdwWJEq1qE-NDa1h8tnCUaYwtrXuA60Ebe3LaZzzJxQu4lIFPDQjcbucOnqwec6w9Ei9X0eCUrSr0EPLzYhG7MwyWpuo52_NdpnoeVTZixgK10pK4cZkbq2sCcpr73BG-Q9LJyHnJsvmj/s1600/2014-02-16+16.15.04+(2).jpg" height="640" width="480" /></a></div>
<br />
<br />
E agora? Bom, agora eu sou tradutora. Trabalho para a Rajão e Athayde passando documentos de patentes do inglês para o português. Sou formada em Relações Internacionais, conquista a ser oficializada dia 23 próximo, pela Estácio. Agora sou noiva, e esperamos saber qual caminho profissional as pesquisas dela tomarão para, tendo precisão de nossos ganhos financeiros, poder planejar nossa moradia independente. Agora sou ansiosa e temerosa pelo futuro que sairá de nossas próprias mãos, e não da de terceiros.<br />
<br />
Já fui um menino deprimido, recluso, restrito a aulas de faculdade e tendo no computador a exclusividade de suas interações sociais, que mantinha uma faixada de homem, uma falta de perspectiva total de futuro, e um choro na garganta a cada chamada de "senhor".<br />
<br />
Agora eu fico pensando qual nome darei a criança da qual seremos mães.gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-76711433980769311892014-02-24T17:35:00.000-03:002014-02-24T17:45:33.253-03:00Focinho de Porco não é Tomada<div style="text-align: justify;">
Vamos contextualizar a história. Antes da transição, eu fiz um banco de sêmen para poder ter um filho biológico mesmo que a terapia hormonal me tornasse infértil. Hoje minha noiva ligou para lá a fim de incluir seu nome nos documentos, para poder ter acesso ao banco caso acontecesse algo comigo, ou eu viajasse, ou qualquer coisa. Uns minutos mais tarde...</div>
<br />
<a name='more'></a><br />
*telefone tocando*<br />
*atende com voz de menininha*<br />
- <span style="color: magenta;">Alô?</span><br />
- Boa tarde. Posso falar com o Marcelo?<br />
-<span style="color: magenta;">... só um minuto.</span><br />
*espera alguns segundos como se estivesse passando o telefone pra alguém*<br />
*com voz grossa*<br />
- <b>Alô?</b><br />
- Boa tarde, senhor Marcelo?<br />
- <b>Sim, sou eu.</b><br />
- Aqui é da clínica Vida de fertilidade, tudo bem?<br />
- <b>Tudo bem, pode falar.</b><br />
- Agora a pouco a Fulaninha ligou para adicionar o nome dela nos documentos do seu banco, mas quando o senhor fez o depósito, o senhor havia falado que o nome era Janaína.<br />
- <b>Sim, eu estava presente. Janaína é de um relacionamento que terminou, minha noiva é a Fulaninha.</b><br />
- Ah, entendi. Certo, e ela nos deu um e-mail, mas tem aqui também um mayra.viamonte@gmail.com. Esse e-mail é da Fulaninha?<br />
*botando a mão na frente do telefone para gargalhar por uns segundos*<br />
- <b>...Ok, deixa eu explicar. Eu sou transexual, "mayra" é meu nome social. O e-mail é meu, entende?</b><br />
*praticamente ouve neurônios explodindo do outro lado da linha*<br />
- Ah... ok. Então o e-mail mayra.viamonte@gmail.com é do senhor?<br />
- <b>Isso mesmo.</b><br />
- Certo. Vou enviar os documentos no nome da Fulaninha para ela assinar, tudo bem?<br />
- <span style="color: magenta;">Tudo bem, obrigada</span><b>...do. Boa tarde.</b><br />
<br />
ENTÃO, NÉ, MIA GENTE.gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-85318581051066797442014-01-20T18:48:00.001-02:002014-07-06T19:06:07.265-03:00Uma Família, Uma Mulher, Um Homem e Dois Paus.Encontrei um texto interessante na internet, utilizando personagens fictícios para falar de um problema bastante real - a dificuldade de mulheres transgêneras heterossexuais não-operadas de encontrarem o amor de um homem. Ele originalmente estava em inglês <a href="http://captain-gamer.deviantart.com/art/Video-Game-Confessions-Poison-418189203">neste link</a>, então caso domine a língua, pode ir direto pra lá e se divertir. Para o caso contrário, eu levei algumas horinhas para traduzí-lo disponibilizá-lo abaixo em português. Nos próximos parágrafos eu falo mais sobre a relevância da personagem em si para mim, então se seu interesse for exclusivamente na história, pule direto para a parte em itálico.<br />
<br />
<a name='more'></a><br />
Antes de começar, contextualizarei o assunto. É uma história sobre a Poison, escrita no DeviantArt. "Quê?! A mãe de quem?!?!" Pera, deixa eu explicar. A Poison é uma personagem travesti de alguns jogos da Capcom. O DeviantArt é um site focado em dar publicidade à obras artísticas, seja ela uma fotografia, um desenho à mão, um feito no Photoshop, uma poesia ou, como no caso atual, uma história escrita. E antes que você diga que a Poison não é trans, que ela foi transformada por uma polêmica de blá blá que eu já ouvi mil vezes, tira o dedo do cu e vai assistir o vídeo <a href="http://trans.parencia.com.br/2012/11/poison.html">desse post</a>. Nem quero ouvir essa história.<br />
<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0lyCtDF7Km5CQWcjqxR9c8a7bo5QBoVS84eOl3P99dL4A30InIbPMnHXaOkKWwVBuwAFcPH0UFxsjKvl34DN3X5fIOaVAwObrJWK5pNTZEeVQGMhfjoPHi2j2qtewWK_kmspJDE7aenjY/s1600/Poison_by_Ganassa2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0lyCtDF7Km5CQWcjqxR9c8a7bo5QBoVS84eOl3P99dL4A30InIbPMnHXaOkKWwVBuwAFcPH0UFxsjKvl34DN3X5fIOaVAwObrJWK5pNTZEeVQGMhfjoPHi2j2qtewWK_kmspJDE7aenjY/s1600/Poison_by_Ganassa2.jpg" height="400" width="308" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Você curte surpresas?"</td></tr>
</tbody></table>
Voltando ao assunto, e aí que entra o DeviantArt. Eu gosto desse site por que ele tem um acervo infinito de enorme variedade. Qualquer assunto que seja razoavelmente popular em algum lugar do planeta, basta jogar a palavra-chave na caixa de busca, e voilá, existem 4826 desenhos, 52 pinturas e 25 discussões filosóficas sobre o assunto. Mas tem uma palavra para a qual eu volto constantemente nessa caixinha, combinando com outras, para buscar. "Poison Street Fighter". "Poison Capcom". "Poison-dêem-uma-porra-dum-sobrenome-pra-ela-pra-que-eu-pare-de-encontrar-resultados-sobre-potes-de-veneno-ou-sobre-a-Poison-Ivy-da-DC". Anyway.<br />
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Eu tenho uma pasta só de imagens, das mais diferentes, da Poison. Bom, eu tenho pastas de imagens de vários assuntos diferentes, que eu coleto em horas de ócio na internet, mas a que vem ao caso no momento é a dela. Metade delas é totalmente pornográfica, metade é só sugestiva. Mentira, tem uns 10% de desenhos em situações aleatórias, como uma re-estilização dela com tatuagens, cabelo de cores diferentes e outra roupa. Mas em geral, ela é uma personagem toda centrada na provocação sexual. Minha aposta é que a Capcom adora mexer com a cabeça de marmanjo que fica confuso ao ficar de pau duro vendo uma trans, mas nunca vou saber com certeza.<br />
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No entanto, não é por isso que eu tenho essa pasta, até por nunca ter tido fetiche por outras trans não-op. Quer dizer, eu posso me sentir atraída por uma tanto quanto por uma mulher cis, não mais nem menos. Eu fico olhando por que... não sei. Não sei por que. Mas passo horas e horas indo e voltando entre as imagens, por vezes parando em uma e observando os detalhes - e defeitos. Lembre-se, muitas dessas obras são de amadores. Fico observando as proporções corporais, as expressões, os ambientes e personagens desenhados a seu redor, cores, sombreamento... tudo.<br />
<br />
Eu acho que isso tem alguma coisa a ver com aquela fase de maturação adolescente na qual muitas pessoas obcecam por um ídolo qualquer sem muito motivo. Ou às vezes até por motivos sabidos, mas que depois de alguns anos a pessoa julga absolutamente ridículos ou desnecessários. O cantor do qual o menino cola cartazes na parede. A lutadora sobre a qual a menina lê todas as reportagens que acha em revistas. Coisa desse tipo. E daí venho aqui contar essa história, caso alguém tenha passado por algo similar e possa me esclarecer, ou esteja tão perdidx quanto eu e possamos beber e afogar nossas mágoas juntxs. Metaforicamente.<br />
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Eu sei que a Poison não é exatamente uma role-model, um exemplo de vida. As roupas dela são impraticáveis em qualquer lugar que não seja uma festa de swing, por exemplo. Mas ela tem uma leveza ao transitar pelo mundo, uma despreocupação com o olhar libidinoso dos homens, que eu queria muito ter. Para mim, sair na rua é muitas vezes mais pesado do que prazeroso devido estritamente a esse fato, e por isso acabo sendo tão caseira. Ela também é uma tremenda gostosa, e sabe descer o cacete em qualquer um. Sei lá, talvez ideais superficiais, mas os quais eu objetivo para mim. Sobre o primeiro, não tem mais muito que eu possa fazer. Academia, ok, minhas cirurgias eu já acabei, não vou pôr silicone em mais nenhum outro lugar, então minha estrada acaba aqui. Sobre o segundo, eu tenho que investir nisso, penso sempre no caso. Fiz Taekwondo durante uma época, mas não gostei muito da arte nem da academia específica onde fazia. Esse ano tento outra coisa. Enfim.<br />
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A história da qual eu falei vem à seguir. Comentários ao fim do post são bem-vindos. Imagino que muita gente vá se identificar, e talvez alguém queira falar algo sobre. Divirtam-se.<br />
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<i>Esse é o Capitão Gamer, super-herói e colunista. Fora do horário útil, ele trabalha em um restaurante cinco estrelas chamado Palácio dos Pixels, substituindo o bartender Dominic quando necessário. Lá o Capitão pode se encontrar com seus antigos amigos de videogame quando eles vêm tomar uns drinques. Algumas vezes eles compartilham histórias e até segredos. Por que como todos sabemos, o que um bartender ouve é segredo, certo?</i><br />
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Então lá estou eu cuidando do bar quando entra uma uma das figurinhas marcadas mais controversas do Palácio dos Pixels: Poison, de fama Capcom. Na verdade, a Poison como pessoa não é tão controversa. Ela é na verdade muito bom caráter. Um pouco inclinada à paquera, ao eventual comentário libidinoso, um pouco sugestiva. Mas quer saber, ela é a alma da festa onde quer que vá e todo mundo a adora. Ótima companhia. Afinal, ela é empresária do Hugo, aquele gigantesco lutador profissional. Fazer amizades e contatos está no sangue dela.<br />
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O que eu quero dizer por “controversa” é, obviamente, a questão de seu sexo físico. Se você não é grande fã da internet, o negócio é o seguinte: Poison apareceu pela primeira vez como um inimigo em Final Fight. Dizem que ela foi transformada de mulher cis para travesti a fim de evitar que o jogo envolvesse bater em mulheres, como se uma coisa fosse mais ou menos aceitável do que a outra. Agora parece que Capcom não sabe se volta atrás ou assume que tem uma personagem transexual – eu não sei e não dou a mínima. Primeiro, o Palácio não discrimina. Segundo, eu não discrimino. Terceiro, dê uma boa olhada nela e me diga como “mulher” NÃO descreve o que você vê.<br />
<br />
De qualquer forma, aqui estamos. Poison vem para o bar e claramente está aqui para beber. Estava numa hora cheia, então eu cumprimento ela, sirvo sua bebida e continuo trabalhando. Quando as coisas se acalmaram finalmente consigo falar com ela direito. Mas a essa altura não dava pra contar em uma mão a quantidade de drinques que ela havia tomado. Ou mesmo em duas, pensando bem. Normalmente ela está aqui para comemorar algum grande sucesso em seus negócios, mas a cara fechada já me dizia outra coisa. Então eu tento uma aproximação sutil: “Ou você está bebendo tanto para comemorar algo ou esquecer algo”. Muito esperto, eu sei.<br />
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E aí, imediatamente temo pela minha vida quando ela lança um daqueles olhares violentos de “vai cuidar da sua vida”. Eu estava encarando a morte de frente, mas lembrei de meus ensinamentos e continuei sério. Felizmente, seu olhar suaviza. Ela simplesmente olha para seu copo e diz, “Eu sou tipo a personagem de videogame mais gostosa que existe, certo?”<br />
<br />
Eu respondo simplesmente com um “Mhm”, por que aprendi algumas coisas sobre ouvir pessoas com o passar do tempo. Ela se joga no assunto, dizendo:<br />
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“É verdade, eu amo isso. Amo estar linda, me mostrar para as pessoas... porra, eu até gosto quando as pessoas têm pensamentos sujos comigo por que significa que estou fazendo alguma coisa certa.” E ela tem razão. Pelo que eu já vi, ela só age do jeito que age por ser dessa forma que ela gosta. Mas eu não disse nada disso, claro. Ela ainda está falando tudo retoricamente. Finalmente chegamos no X da questão quando ela diz “Por que é tão difícil encontrar amor?”<br />
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Uma das perguntas mais antigas existentes. “Umm”, eu falo na hora, tentando, sabe, completar o pensamento, “Ninguém realmente espera que você queira esse tipo de compromisso?”<br />
<br />
Ela levanta a sobrancelha pra mim e diz, “É mais o fato de estarem assustados com o que acham que vão encontrar quando eu tirar as calças. Não que eu seja fácil.” Estou conversando com ela e ao mesmo tempo tentando entender o que ela está dizendo. Ela está admitindo ser trans ou é só uma alusão às fofocas? Bom, não vem ao caso. Nunca vou esquecer aquele olhar cansado, desafiador de quando ela deu um gole daquela garrafa. Ainda mais por que ela tinha acabado de pegá-la atrás de trás do bar sem ter pago. Mas ela continua sua história para me distrair.<br />
<br />
“É engraçado.” ela diz, “não importa quão famoso você seja, rico, bem-sucedido, amado por todos, não importa. Ter todas essas coisas só te faz desejar ainda mais os pequenos prazeres. Afeição, um tipo especial de companhia, uma pessoa que realmente te entende e te faz feliz pelo simples fato de te entender.”<br />
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Há uma expressão para isso, que eu uso bem nesse momento, “Alma-gêmea”?<br />
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Minha escolha de palavras deve ter sido incrivelmente habilidosa, pois a Poison realmente fica quieta um momento para processá-la. Ou isso, ou ela está tentando se manter coerente.<br />
<br />
Ela diz, “Sim, é isso. Daí eu mandei o Hugo tirar umas férias e comecei a tentar namorar. Eu comecei procurando personagens de videogame. Faz sentido. Mas era sempre a mesma história, assim que o assunto chegava no que eu tenho entre as pernas, quase nenhum daqueles bestas conseguia lidar com o assunto. A única vez que cheguei perto disso foi quando fui até Pandora e conheci um caçador de tesouros chamado Axton. Ele estava de boa com isso.”<br />
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“Estava?” Eu continuo, sem duplo sentido. “Parece perfeito pra você. O que aconteceu?”<br />
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E eu não podia ter pedido por uma resposta mais direta. “Ele era um idiota. Um idiota mente-aberta, mas isso não é desculpa. E ela tinha uma tendência a resolver todos os problemas atirando nas pessoas. Sou super a favor de ser assertiva, mas isso é um pouco demais.”<br />
<br />
Mais uma vez eu tinha que pensar no que ela estava dizendo. Eu realmente não tinha como me importar menos com seu sexo, mas estava ficando muito confuso se ela estava falando de ser trans ou das fofocas. Voltando ao assunto, do jeito que ela falou de Axton, não parece ter sido o suficiente para fazê-la beber. Esse é o tipo de coisa que se aprende quando trabalha nesse ramo. Então eu perguntei, “E o que a trouxe aqui?”<br />
<br />
Ela chega a evitar me olhar nos olhos. Lembre-se que estamos falando da Poison sendo tímida. O que diabos poderia ser, né? Como se tivesse arrancando um curativo, ela diz, “Eu tentei ser normal.”<br />
Você deve estar se perguntando a mesma coisa que eu estava, “Normal? O que você quer dizer com normal?” Eu provavelmente a apressei, mas eu gosto de pensar que a encorajei. Mas é aqui que as coisas ficam realmente interessantes. Ela tenta falar tudo baixinho, mas sabe como é, álcool. Ela me diz:<br />
<br />
“Eu estava pensando nas minhas opções – e não me corrija dizendo que eu me desesperei ou eu furo você.” Sim, furo. Ela fala desse jeito. “Eu decidi que se não estava dando certo com personagens de jogos, eu iria dar uma chance para uma pessoal normal por aí. Daí eu criei um perfil em um site de encontros, tirei a tintura do cabelo, comprei umas roupas modestas, e fui tentar.”<br />
<br />
Ela tira o celular do bolso e me mostra essa Poison “normal”. E ela realmente parecia normal! Você nunca ia pensar que é a mesma mulher. Ainda atraente, em minha humilde opinião de bartender. Quase deu pra ver o nome verdadeiro dela no perfil. Me sentindo obrigado a me expressar, disse a ela depois do choque inicial, “Isso é bem diferente para você”.<br />
<br />
Ela gostou da minha reação, deu pra perceber. Estava bem orgulhosa de seu look “normal”.<br />
<br />
Ela guarda o telefone e continua, “Eu acabei encontrando um rapaz do site. John. Um contabilista. Gosta de futebol americano, mas joga golfe. Tem casa própria. Eu sei que parece bem tedioso comparando com um personagem de jogo, mas era o tipo de coisa que eu queria tentar.”<br />
<br />
Eu vi que só de falar do assunto ela já foi ficando animada, então tive que perguntar, “E como foi?”<br />
Ela deu um suspiro melancólico. E quando alguém como a Poison faz isso, é um forte sinal. Ela me conta, “Foi bem... legal. Básico e simples, mas isso só fez tudo ser mais importante, sabe? Mas também foi estressante por eu também ter que contar pra ele sobre – você sabe, mim – em alguma altura. A gente já tinha tido alguns encontros, já conhecíamos bem um ao outro. Daí eu disse que eu tinha um segredo que podia espantar ele.”<br />
<br />
Para deixar clara a sua sorte eu digo, “Vários encontros sem segundas intenções, continuando com um segredo escondido? Esse cara é um santo.”<br />
<br />
Percebo logo de cara que dizer isso foi um erro, e ela explica. “Pois é, eu realmente coloquei isso à prova. Disse logo que ia lhe contar o segredo e que se preparasse para o pior. No final da noite, eu falei na cara. ‘John... eu sou transexual.’”<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkc8l4FKHPmWyxP1jm22-TFK4xQKN1zhGdGRJsuxmDWn1zAcWUeFpUfG7AEArovOTpg8F2-f_EqUiU3Bf5-uF51htyREtDeDwMPn7gUTO4HikqtpGFfw3gVyJ_oF_YlFN4lYH5LBPj1Dda/s1600/cody_trapped_by_jesse_torres-d5mleo1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkc8l4FKHPmWyxP1jm22-TFK4xQKN1zhGdGRJsuxmDWn1zAcWUeFpUfG7AEArovOTpg8F2-f_EqUiU3Bf5-uF51htyREtDeDwMPn7gUTO4HikqtpGFfw3gVyJ_oF_YlFN4lYH5LBPj1Dda/s1600/cody_trapped_by_jesse_torres-d5mleo1.jpg" height="400" width="232" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cody, pelo qual a coitada da Poison era<br />
apaixonada, mas que gostava de outra menina.</td></tr>
</tbody></table>
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Ah! Bom. Okay! Agora eu sei! Quer dizer, eu não tinha nenhuma prova física, mas se ela falou isso para o rapaz, não é algo que se mentiria. Ela ainda estava falando sobre sua confissão, mas eu ainda fiquei um momento saboreando a descoberta. Pelo menos agora eu entendia melhor a situação. Infelizmente, ela terminou a história com um “Eu nunca mais vi ele depois desse dia”, e isso me trouxe de volta à realidade.<br />
“Ah”, eu disse a ela, de forma bem sincera, “Que pena que não deu certo.” Olhando em retrospecto, eu me apressei à conclusões várias vezes naquela noite.<br />
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Poison me corta, dizendo “Não, não. Ia dar certo. Ele me ligou mais tarde e disse que queria continuar a me ver. Eu nunca mais o vi por que na manhã seguinte ele foi atropelado por um ônibus.”<br />
<br />
Eu fiquei lá travado e ela simplesmente dá de ombros. Obviamente ela teve tempo para superar a história, e demonstrar se importar menos deve ajudar à lidar, mas cacete! A gente está falando da morte de um homem! “Sinto muito pela sua perda”, eu a digo. E a coisa piora. A gente volta para o celular dela e, aparentemente, John a deixou uma mensagem em seus últimos momentos. Depois de chamar uma ambulância, claro.<br />
<br />
A gente assiste à mensagem, e na verdade é tudo uma emocionante despedida. Ele a contou que sim, a verdade sobre ela o pegou de surpresa. Mas ela não mentiu sobre o assunto, e isso era tudo que ele precisava saber. O que ela era não determinava quem ela era, e era por isso que ele escolheu ficar. Se ele sobrevivesse, estaria ansioso para vê-la novamente. Essa é a parte mais triste. E sim... ele disse tudo isso enquanto deitado na rua, sangrando, esperando por uma ambulância. Foi comovente e... difícil de assistir, ao mesmo tempo.<br />
“É isso aí”, Poison diz, indo direto do celular pra garrafa, “a única chance que eu tinha, desaparecendo bem na frente dos meus olhos.”<br />
<br />
Nessa altura, eu já tinha ouvido tudo sobre as dificuldades que ela tinha e sobre suas tentativas. Mas essa era a primeira vez que eu ouvia um tom derrotista, e eu não ia aceitar isso. “Pera aí. A gente acabou de assistir esse homem pôr tudo pra fora – má escolha de palavras. Ele deu uma tropeçada, compreensivelmente. Mas assim que processou tudo, não teve dúvidas. E se esse homem, se essa “pessoa normal”, como você diz, pode gostar de você por quem e o quê você é, quer dizer que isso pode acontecer de novo. Aposto que foi por isso que ele se entregou tanto nesse vídeo. Ele viu quão insegura você estava com a situação toda e queria te fazer sentir melhor. Eu não o conhecia – infelizmente – mas eu o apoio nessa mensagem.”<br />
<br />
Eu a deixei divagar, seu olhar perdido em seu drinque. Dava para ver que ela precisava. Eu conheço essa sensação de se agarrar a emoções negativas, achando que é tudo que restou depois que algo ruim acontece. Mas esperei até ver de novo aquele sorriso. Tudo ia ficar bem. Fico tentando lembrar o que ela disse logo depois disso, mas foi algo do tipo, “Eu tenho sorte, olhando por um lado. Eu vou saber que encontrei um cara realmente especial se ele aceitar a ideia de uma mulher ter um pênis.” Confesso que não estava preparado pra esse comentário. Simplesmente por não ser algo que se ouve todo dia, claro.<br />
<br />
Agora, eu não tinha mencionado nada por que não fazia diferença até esse ponto da história, mas numa mesa próxima ao bar, um grupo de soldados espaciais estavam fazendo sua noite de bebedeira. Não vou citar nomes. Eles pescaram a conversa da Poison comigo e, infelizmente, acharam tudo engraçado. Estavam dando risadas e fazíamos o melhor que podíamos para ignorá-los. Mas quando a Poison mencionou o, bom, “pênis feminino”, eles não aguentaram.<br />
<br />
“Isso não existe!”, um deles gritou. Se eu não estivesse trabalhando, tinha discutido de verdade com ele. Mas naquele momento eu representava o Palácio dos Pixels, e tive que me acalmar antes de dizer para aqueles caras que essa era uma conversa privativa.<br />
<br />
Poison, no entanto, não tinha a mesma obrigação. “Ah eh?!” Ela disse, em sua visível embriaguez. “Do que você chama isso?” e... tira o short. Os soldados começam a gritar e a cobrir os olhos, e os outros clientes ficam incomodados.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpeKTddn4PrS_wEju5VFeevWAhgJ5N6QmlMunK6wHT___eDV7y-XkzQfX-O-QTncHmy7ANLqYsfhJ7uX4YrGbx6zFOJeScW39DZ9IuqnrbrMZJ2CgXk8srAfLlFPcLV1aDOj7MtGbhetPP/s1600/Poison_by_Vikk_Vega.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpeKTddn4PrS_wEju5VFeevWAhgJ5N6QmlMunK6wHT___eDV7y-XkzQfX-O-QTncHmy7ANLqYsfhJ7uX4YrGbx6zFOJeScW39DZ9IuqnrbrMZJ2CgXk8srAfLlFPcLV1aDOj7MtGbhetPP/s1600/Poison_by_Vikk_Vega.jpg" height="400" width="256" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ops, caiu.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Pensando rápido, eu pulo por cima do balcão, pego meu avental, jogo por cima dela, e ponho-a sentada de volta no banco do balcão. Tudo fica calmo pelo resto da noite. Ainda bem. E apesar de ter feito tudo que podia para, ahem, respeitar a privacidade da Poison, eu acabei dando uma olhada lá embaixo. Vou dizer logo: ela realmente sabe esconder bem o negócio.<br />
<br />
Infelizmente, tive que relatar o incidente. Independente de simpatizar com ela, a questão de uma possível penalidade por sua conduta não é minha decisão.<br />
<br />
Sabe, ter estado lá aquela noite realmente me fez pensar. Me fez pensar em como o mundo está constantemente mudando e evoluindo. Em como a gente pode achar que realmente entendeu tudo que há para entender sobre um assunto por toda a eternidade e de repente, em um piscar de olhos, a coisa é diferente. Plutão não é mais um planeta, “selfie” é uma palavra definida no dicionário, e uma mulher pode ter genitais masculinos. Aquele soldado, apesar de eu não gostar nada do seu tom de voz, trouxe à tona a questão de que há características bem definidas de homens e mulher, mas isso é na concepção dele. Tá certo, é a concepção da maioria das pessoas, mas daí vem a Poison com sua própria definição de gênero sem titubear por um momento sequer.<br />
<br />
Isso realmente mostra que qualquer definição – mesmo as estritamente científicas – pode ser questionada e alterada se houver uma base sólida para tanto. Procuramos soluções para os problemas do mundo em leis e formalidades, mas acaba sendo responsabilidade daqueles que estão à margem, mostrar que não são uma ameaça para que as outras pessoas possam mudas suas concepções junto com eles. Poison estava indo muito bem... até o ponto em que a raiva e o álcool atrapalharam.<br />
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-<br />
<br />
<i>A gente vê muita coisa estranha trabalhando de bartender. A gente vê muita coisa estranha no Palácio dos Pixels. Então a gente vê muita coisa estranha trabalhando de bartender </i><i>no Palácio dos Pixels. Não é mentira, juro de pé junto.</i><br />
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******<br />
<br />
Eu tenho pena das meninas trans hetero, sério. A mentalidade masculina normalmente é totalmente retardada, principalmente quando estamos falando de sexo e relações amorosas. O que eu já recebi de mensagem pornográfica ou babona ridícula, no Facebook e no e-mail, não tá no gibi. Mas até aí, dane-se. Eu apago todas e volto pra cama com minha noiva, a vida continua. Mas a mulher que tem que filtrar isso para achar alguém minimamente decente que a assuma como parceira pra todo mundo? Há. É de rir pra não chorar.<br />
<br />
Mayra Viamontegghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-8041619114014196602013-09-30T11:45:00.000-03:002013-09-30T11:45:26.070-03:00Ao Fim do Arco-Íris<div class="tr_bq">
- Mayra</div>
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Venho hoje trazer o relato de uma menina trans muito especial que recentemente realizou a CRS em Bangkok. Acho especialmente pertinente para aquelas que querem realizar a cirurgia, mas mesmo a mim foi emocionante e bonito.<br />
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Beijos<br />
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<a name='more'></a><br /><br />
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Vim pro hotel há mais de uma semana. Porém ainda não posso ficar sentada nem em pé por muito tempo, dói e não é recomendado... Mas estou com o corpo totalmente diferente! 350 ml a mais nos seios e uma vagina que já está bonitinha, mesmo que sua aparência ainda esteja longe da definitiva... Ela ainda vai desinchar os pequenos lábios, o que vai me permitir abri-los e ter um acesso mais fácil ao clítoris... Retirei alguns pontos, os outros são solúveis e sairão com o tempo, o que vai levar uns dois meses... </blockquote>
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Tenho uma complexa rotina de dilatações e cuidados. É complexo e prematuro falar de satisfação, pois de um lado estou radiante ao me ver no espelho gostosona, mas sinto muita dor. Foi muito violento fazer as duas cirurgias ao mesmo tempo, tenho que tomar muitos remédios e conviver com dores bem fortes. A técnica usada nos implantes é diferente, entraram por uma incisão nas axilas, então não tenho cicatrizes aparentes e não preciso de sutiãs especiais. Porém, é preciso fazer muitas massagens e as tailandesas não têm a menor dó, massageiam com toda força com se tivessem sovando massa de pão! Cara, é de chorar de tanta dor!</blockquote>
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Agora está ficando melhor, dói menos e os seios estão amolecendo já até encostam um no outro, ah como estou ansiosa pra fazer minha primeira espanhola... kkkk Bem, vou ter que esperar, pois não posso sequer pensar em sexo por dois meses, pois dói. E dói muito! Uma noite tive um sonho com um cara imaginário gostoso me chupando e acordei com um grito de dor. Meu cérebro terá que aprender a não mandar mais um fluxo sanguíneo ali embaixo. É bizarro, no início eu sentia minhas partes como eram antes, agora minha mente reorganizou tudo, é muito louco! Sinto uns choques elétricos no clítoris e nos pequenos lábios, são os nervos se reconectando, é uma sensação bizarra. A partir do segundo mês começarei a poder explorar as sensações e descobrir os prazeres, mas até lá devo evitar ao máximo pensar no tema, ser uma santinha... santinha do pau oco! kkkkkkkkkkkkk </blockquote>
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Agora, as dilatações são foda, tenho que estar muito relaxada, senão não entra! Preciso manter sempre a mesma profundidade custe o que custar e ficar meia hora com o treco lá dentro... Por enquanto duas vezes ao dia, a partir de amanhã serão três usando dois tamanhos diferentes de dilatadores, isso durante três meses, depois duas vezes ao dia até o sexto mês, e finalmente uma vez ao dia até o primeiro ano! após o primeiro ano, uma vez por semana se não tiver uma parceiro pra me ajudar... isso pro resto da vida! Complexo. Porém, o dr Suporn é tão bom, que tenho uma vagina perfeita, que enganará até ginecologistas! Há muitos casos de pessoas que foram consultar ginecologistas e eles não perceberam que era uma vagina "feita a mão" made in Thailand... kkkkk. Agora, tenho que ter muita paciência, foi uma mudança muito maior do que imaginava, tudo muda, toda relação que temos com nosso corpo com o mundo, é incrível, não tenho como descrever, mas desde andar, sentar, se mover, tudo é diferente. Ainda vai demorar até que eu possa sentar normalmente sem a almofada especial que eles me deram, enfim, serão ainda meses de provação. </blockquote>
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Não está sendo fácil, as dores são terríveis às vezes, tenho que conviver com elas e aprender a controlar e relaxar meu corpo para superá-las. Fico a maior parte do tempo deitada, pois não aguento ficar muito tempo em pé nem sentada. Mas o que considero mais importante é que finalmente me sinto humana, tenho minha dignidade apesar das dores e dificuldades. Sempre me senti um monstro, uma criatura. Esse sentimento me acompanhou desde a infância, eu realmente tinha certeza de que não era um ser humano! Agora, me vejo no espelho e é como se sempre fosse assim, sou apenas uma mulher. Não que eu não fosse antes, sim eu era, mas ainda carregava um ranço dessa fantasia infantil. Precisava me ver, me sentir sem aquilo entre as pernas. </blockquote>
gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-69741987737432854022013-09-19T08:54:00.001-03:002013-09-19T11:04:38.541-03:00Psicodelia<div>
- Mayra</div>
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<br /></div>
Hoje tive um sonho tão louco que me dei ao trabalho de parar minha noite no meio, coisa que abomino fazer, para pegar o celular e escrever a história. Contarei-o, mas antes, preciso apresentar dois personagens para que a história faça sentido. Aqueles que os conheçam podem pular diretamente para o quarto parágrafo.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFoS0hRpfIUniUIRahwhabeu_3JKFQwggHdQh5pg88Mh9XoBSymqdaTSl8AS8w8bm3daAq5NXFPpnFxvllB5VZAoKIb9Eij3ylw8mztlZtC3Ldr6zznqFDY72a-SJjcN8y8VXKGRamVXXD/s1600/megaman-x-v2-small2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFoS0hRpfIUniUIRahwhabeu_3JKFQwggHdQh5pg88Mh9XoBSymqdaTSl8AS8w8bm3daAq5NXFPpnFxvllB5VZAoKIb9Eij3ylw8mztlZtC3Ldr6zznqFDY72a-SJjcN8y8VXKGRamVXXD/s320/megaman-x-v2-small2.jpg" width="208" /></a>O primeiro é o Mega Man X. Ele protagonizou uma série de jogos da Nintendo, Começando no Super Nintendo e terminando no PlayStation 2. Eu joguei até o X5, e adorava assistir o desenho na TV, fez parte fundamental da minha infância. Ele é uma forma de inteligência artificial, um robô humanoide, o primeiro capaz de pensar e sentir por si próprio. O cientista que o deu vida, sabendo que o mundo ainda não estava pronto para ele, o selou em uma cápsula que foi descoberta décadas mais tarde, no século 23. A partir de seu design é criada uma geração inteira de robôs conhecidos como Reploids, que passam a fazer parte fundamental da sociedade humana. Alguns deles começam a mudar sua personalidade para uma agressiva e antagonista da raça humana, evento chamado de "virar Maverick", e X é escolhido, junto com outro robô de sua geração, o Zero, para lutar contra esses outros que se tornaram violentos. Sua forma de combate principal é seu pulso direito, que funciona como uma arma capaz de diferentes projéteis e efeitos. Veja à direita.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifcEUFfcrJSnlNQkuRbFSGAhZmYC6JeGn7gRpGhiRK4VYucBaLbH_tbjMTP8ThgTwJOzqcuzNgEVpOPF7OH0La3jOQ91PC3k1zWI8lwWfWYkY8K9n3TeEtV_UpDhBSZKLk0G8p6mbT30LI/s1600/realistic_pokemon___kadabra_by_sirhanselot-d5jbey4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="163" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifcEUFfcrJSnlNQkuRbFSGAhZmYC6JeGn7gRpGhiRK4VYucBaLbH_tbjMTP8ThgTwJOzqcuzNgEVpOPF7OH0La3jOQ91PC3k1zWI8lwWfWYkY8K9n3TeEtV_UpDhBSZKLk0G8p6mbT30LI/s200/realistic_pokemon___kadabra_by_sirhanselot-d5jbey4.jpg" width="200" /></a>O segundo personagem é o Kadabra, Pokémon. Sim, tem Pokemons na história. Cara, FOI UM SONHO, não me bate. Enfim. O Kadabra é um Pokemon com poderes psíquicos, tem em torno de 1.3 metros de altura e pesa na casa dos 50, 60 kilos. Suas principais habilidades são telepatia, teleporte e telequinesia. O desenho ao lado é uma reimaginação realística do mesmo, feita por um artista no site Deviant Art. Agora, à história.<br />
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Eu era o Mega Man X e estava num grupo com mais de dez indivíduos Reploids, em alguma missão. Ao contrário do universo dos jogos, onde a humanidade se restringe à Terra, o universo em que eu vivia era um futuro distante, uma galáxia inteira colonizada, não só a terra. Ao mesmo tempo, um grupo de Kadabras se reunia com algum tipo de plano maléfico, uns 7 deles. Aparentemente, os Pokemons do sonho se restringiam a um ou a uns poucos desses planetas colonizados, mas com os poderes de teleporte dos 7 reunidos, eles conseguiram se teleportar para um outro mundo. Aparentemente, foram buscar um outro Pokemon que fazia parte de algum tipo de plano maléfico. Os 8 agora reunidos conseguiram se teleportaram mais uma vez, e a cena voltou à mim.<br />
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No lugar onde eu estava, o grupo de Pokemons apareceu em posse de uma enorme nave e abduziram eu e meu grupo. Já no espaço, quando tentaram nos fazer entrar na nave, ao invés de viajarmos no deck - sim, temos essa habilidade, somos robôs, lembra? - eu fiz força contra o raio magnético usado e fui parar numa sala separada daquela para onde os outros foram. Querendo já se livrar de mim pela minha resistência, se comunicaram por uma tela que havia na sala. A ameaça era simples, mas eficiente: ou eu me jogava no espaço por uma comporta próxima, localização dada, ou eles hackeariam brinquedos em parques de diversão no planeta destino a cada tantas horas, matando pessoas em acidentes. Parecia que estávamos indo para a Terra.<br />
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Tentei argumentar que foi só uma brincadeira, me desculpar. Estávamos longe de tudo, ninguém nunca ia me encontrar no espaço, eu sabia. A resposta era sempre negativa. Eles estavam ficando sem paciência, parecia que era desgastante para eles utilizar a nave para se comunicar comigo. "I'm no typer. Two letters answer: no". Ou seja: "Não sou acostumado a digitar. Resposta de três letras: não." Minha última tentativa foi uma espécie de oferta. No caminho que fiz antes de entrar na sala, reparei que muito da tecnologia usada na construção da nave era similar à construção do meu corpo robótico, e que com apenas pequenos ajustes eu poderia trabalhar para eles. A tela na minha frente piscou com uma última mensagem. "Hiring is reason". Ou "Contratação pode ser um possível motivo (de soltura)". O texto foi substituído por um gráfico que parecia analisar o tempo da minha curva de aprendizado para tal. Apaguei.<br />
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Acordei com o impacto com o solo em um planeta estranho e vendo uma pequena nave de desembarque - desses que leva meia dúzia de pessoas de uma nave grande à superfície de um planeta sem a maior ter que aterrizar - ganhando altura e se distanciando de mim. Devia ter acabado de me deixar ali. Ao me levantar e olhar para meu próprio corpo, os mecanismos e a armadura azul tinha sido substituídos por uma cobertura negra com acessórios prateados. Respirei fundo e olhei em volta. O lugar parecia ser a periferia de uma cidade média, com enormes prédios e muitas luzes à distância, mas ruas vazias de casas grandes ao meu redor.</div>
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Era o começo de uma noite, e um casal negro, heterossexual, de meia idade, passeava na calçada próxima ao asfalto aonde tinha acabado de aterrizar. "Gente, que planeta é esse?" Eles estavam em um papo tranquilo, na felicidade calma de um amor de muitos anos, e interromperam seu caminhar para me responder. "T-V-A, filho. Você está bem?" A pergunta veio cheia de sinceridade e preocupação da moça, acompanhada de um sorriso doce de quem ajuda um jovem bêbado acordando no meio da rua em um final de semana, depois da noitada. "Sim", respondi. "Só no foi exatamente minha escolha vir parar aqui".</div>
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Resumindo: meu cérebro sozinho criou um universo inteiro, onde a sociedade humana colonizou o espaço e vive tranquila ao lado de uma raça de inteligência artificial, e aonde alguns desses planetas abrigam também outras raças biológicas, sencientes ou não, de criaturas de diferentes níveis de evolução social e psicológica, com diferentes habilidades. Quantas histórias podem ser inventadas em um cenário como esse? Não satisfeito, ele me cedeu o esboço do começo de uma história, me deu um personagem, um grupo amigo, vilões, e um plano contra o qual lutar! Cara, aí depois eu crio um post como o último, que muita gente elogiou, e sinto que o mérito não é completamente meu, e as pessoas para as quais eu confesso isso não entendem. Porra, caiu no colo, sério!</div>
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Isso me lembra muito minha adolescência. Eu conseguia ficar horas e horas sonhando acordado, deitado no sofá da sala me imaginando no corpo de outras pessoas e serem, em outros universos, vivendo aventuras. O Mega Man era um deles. Me imaginando em sua pele, já explodi muita coisa e salvei muita gente. Às vezes eu integrava isso ao universo real, e imaginava meu corpo real, um dia, revelando em uma poça de sangue e acesso de dores e gritos - como um parto - que sob a aparência mundana de pele e suor havia, na verdade, um corpo robótico camuflado, esperando a hora certa de se revelar. Eu sempre me imaginei mudando meu corpo, seja para mulher, seja para tantos outros serem fictícios. Isso é atrelado a um déficit de atenção enorme, é verdade. Me distraio muito facilmente, principalmente ao estudar ou trabalhar em um assunto que não é nada do meu interesse. Mas não me renderia ao Rivotril. Isso acalmaria demais as vozes criadoras na minha mente, e essa já é uma parte intrínseca e valorizada demais em mim.</div>
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gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-53434385405866782342013-09-18T11:09:00.002-03:002013-09-18T12:46:59.017-03:00Pêndulo- Mayra<br />
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O pêndulo começou seu movimento no útero, lá no alto do lado masculino. Biológica, fisiológica e geneticamente, nasci homem. Socialmente, me frustrei por mais de duas décadas querendo ser reconhecida e tratada como mulher. Endureci a casca, o comportamento. Entrei para a academia. Reforcei a voz grossa. Segurei todo possível desmunhecamento. Me pronunciei incomodada com casais gays masculinos. Reneguei qualquer possibilidade sexual que envolvesse o ânus. "Eu não gosto disso!" É, tá bom. Mas ninguém poderia saber do meu lado feminino. <br />
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Um dia, transicionei.<br />
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O pêndulo passou para o outro lado, e a inércia o levou bem alto. Começo de transição: salto alto, maquiagem mediana, saias, rendas, bolsinhas, sapatilhas, meias-calças. A bolsa, cheia e grande como deveria ser a de uma mulher. Lenços umedecidos, maquiagem para repor na rua, chave, papéis, casaquinho. O tucking, minucioso. O pênis morria sufocado, tadinho. E seco. Com uma terapia hormonal de dar medo em qualquer fígado, minha ejaculação morreu. Merecia um velório e tudo. Teve marcha fúnebre. Com o tempo, dona ereção foi junto. Me tornei mais passiva que eleitorado brasileiro. As blusas, de manguinhas bufantes, escondiam os ombros. O jeito, meigo, escondia o Y. Treinar musculação com o braço, só em pesadelos de acordar suando frio. Ficaria muito masculina. Saberiam que eu era trans. Me preocupava. Pensava em vaginoplastia. Temia. Rebolava. Falava fino. Sorria muito. Cansei.</div>
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O pêndulo voltou, e experimentei o lado masculino de novo. Tênis. Calça jeans. Até me travesti de homem um final de semana - veja só! - mas doeu. "Senhor". "Ele". "Rapaz". Doeu. não deu. Biquini, saia, salto alto, vestido. Exagerado. Forçado. Não era minha praia também. Também não deu. Mas eu dei. Ô, se dei. E comi, também. Adeus hormônios. Deixei o Natifa, só, e uma caquinha de finasterida, 1 miligrama por dia, para evitar queda de cabelo. Pai careca. Tio careca. Não podemos brincar com isso.</div>
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O pêndulo foi, voltou, foi, voltou, mas cada vez com menos entusiasmo para um dos lados. Lados. Rótulos. Características. "Homem". "Mulher". O que é cada um desses? Não é, não existe. "Genética!" XX. XY. Descobre-se então que existem pessoas com o corpo totalmente feminino, com órgãos reprodutivos funcionais, útero, ovários, menstruação, TPM... XY. Além dos X0. XXY. XXX. Dos... ok, posso parar. "Genitália!". Pinto. Boceta. Aí tem o intersexo, a pessoa majoritariamente mulher com um micropênis no lugar do clitóris, ou uma pessoa majoritariamente homem no qual o pênis não fechou direito durante a gestação, e possui uma boceta no lugar do escroto. Têm os acidentes e crimes, pênis cortados, bocetas mutiladas. Não, pera. "Comportamento!". Mulher é TPM, é fraqueza, é sensibilidade, é falta de racionalidade, é... lutadora de MMA. Cientista. Presidente da Alemanha. Halterofilista. Porra. O homem é seriedade, racionalidade, força, agressividade... cozinheiro, babá, enfermeiro, chora, se machuca, é franzino, é gay. Pera. Caralho. Fodeu. Quem é o que?</div>
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Hoje em dia, eu sou tênis, bota, sneaker. O tucking foi pro espaço, o volume fica no short, a ideia da vaginoplastia fica no passado pra sempre. Sou trans mesmo, e daí? Sou maquiagem no rosto e pisar firme. Sou dar boa noite para bichos de pelúcia, sou dormir de conchinha todo santo dia com a namorada que eu amo tanto, tão forte, tão rápido, tão incrivelmente, em tão poucos meses. Sou musculação e rebolado. Sou Taekwondo e abraço apertado. Sou foda violenta, arranhados nas costas, mordidas no braço, sou beijo demorado, choro em casal, lavar o cabelo e o corpo uma da outra no banho. Sou PlayStation, PC, teclado, controle. Sou livro, sou reflexão, sou política, sou passeata. Sou preconceito e sou liberdade. Sou ódio e sou piscada com sorriso. Sou filha, sou neto. Sou homem, sou mulher, sou peito, sou pau. Sou eu. Sou Marcelo, sou May.</div>
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E você? Já descobriu quem é você?</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6IDdBAYm4WucjS7wUhQTY27FMj4aaW5xrHQA0Xwi8otRf4myHgeUaJfUQX0RLA2H-i57qTbbBvxuxn6mnq_RsnDszLyv40aMiZXQHJZ4Z-0z4ti7BaySxTG79LmUq_Ti09D8z_b44YyhY/s1600/2013-09-14+12.51.38.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6IDdBAYm4WucjS7wUhQTY27FMj4aaW5xrHQA0Xwi8otRf4myHgeUaJfUQX0RLA2H-i57qTbbBvxuxn6mnq_RsnDszLyv40aMiZXQHJZ4Z-0z4ti7BaySxTG79LmUq_Ti09D8z_b44YyhY/s400/2013-09-14+12.51.38.jpg" width="300" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilDjgppEK9Dg6YFBtcWiB8boqb8hm_DosZ3hG_7vxeOIVG2k_g-iXBvmA_KUk8Bx45z84FfcyEU4ZyVi8cCG-1D0xYcu85thadp-scbS2CpkVET95fc_fGvGf_wwNjiki3vRwAbbfRF8-v/s1600/2013-09-14+12.31.57.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilDjgppEK9Dg6YFBtcWiB8boqb8hm_DosZ3hG_7vxeOIVG2k_g-iXBvmA_KUk8Bx45z84FfcyEU4ZyVi8cCG-1D0xYcu85thadp-scbS2CpkVET95fc_fGvGf_wwNjiki3vRwAbbfRF8-v/s400/2013-09-14+12.31.57.jpg" width="300" /></a></div>
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gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-55761638929122061722013-09-02T14:33:00.002-03:002013-09-02T14:33:49.903-03:00(in)Visibilidade Trans*-Por Daniela "Leina" Ruiz<br />
<br />
No outro dia, no <a href="http://ask.fm/LeinaZiur">Ask.fm</a>, uma pessoa me perguntou sobre passabilidade e sobre a auto-afirmação de dizer “sou trans e não cis” e isso me fez pensar sobre visibilidade e “stealth” (camuflagem).<br />
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Existe um certo dilema (que em mim é pequeno, mas pode vir a crescer) sobre mesclar entre as pessoas cis ou não. Em outras palavras: “Esconder ou não que sou trans pro resto da minha vida?”<br />
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Em meio a esse dilema, surge um debate na internet: Isso conflita com visibilidade trans*? Pode haver visibilidade trans* se as pessoas trans são invisíveis?<br />
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E o mais importante: O que diabos é visibilidade trans?<br />
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Vamos ver o que a minha chará <a href="http://www.facebook.com/danielaumalutadora">Daniela Andrade</a> tem a dizer a respeito:<br />
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<i>"Visibilizar as identidades trans* é empoderar essas pessoas a serem protagonistas do próprio discurso e da própria vida, é retirar muitas dessas pessoas da marginalidade em que são jogadas pela sociedade transfóbica e cissexista, é legitimar a fala dessas pessoas como verdadeiras, únicas, importantes; é lutar contra a patologização das identidades trans que esmaga essas pessoas dentro de uma ótica que só pode vê-las como doentes; é humanizar cada um desses seres humanos tão açoitados socialmente, ao ponto de muitos não saberem que são gente, que possuem direitos. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Visibilizar as identidades trans* é não se alhear às dificuldades que todas essas pessoas passam apenas por não terem a identidade/papel/expressão de gênero legitimados por uma sociedade que lhes rejeita, que lhes trata como seres exóticos, marginais, vistas como identidade de objeto.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Visibilizar as identidades trans* é lutar por direitos humanos, sobretudo para quem a sociedade repudia como humano.”</i><br />
<br />
Obrigada, Daniela!<br />
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Conforme o que foi dito pela (outra) Dani, a visibilidade trans* tem a ver com luta por direitos humanos, empoderamento e conscientização. Então, no meu entendimento, a visibilidade trans* NÃO conflita com o desejo de mescla das pessoas trans* em “stealth” por um simples motivo: Não podemos confundir VISIBILIDADE com OUTING. Afinal de contas, nada é menos amigável para trans* do que outing.<br />
<br />
"Mas Leina, o que diabos vem a ser outing?"<br />
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Nossa amiga <a href="https://www.facebook.com/SashaTheLioness">Sasha</a> tem algo a dizer sobre <a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=325231080955759&set=a.162797957199073.56835.162789823866553&type=1&theater">outing</a>:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifJ7kI9VloGt1GLQq3MN9SWJ-tszHvzkrNypCW0z8dLkaNfeKkxSeLNontf0RGEyuGJ2V0JgBNZ-pGINZ2XNvcFPVt04nqCX7jKUKxeMlC3pPWYhl23mZJHg9E69xpxCvKdEsNNuMZ1UE/s1600/1186842_325231080955759_573653743_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifJ7kI9VloGt1GLQq3MN9SWJ-tszHvzkrNypCW0z8dLkaNfeKkxSeLNontf0RGEyuGJ2V0JgBNZ-pGINZ2XNvcFPVt04nqCX7jKUKxeMlC3pPWYhl23mZJHg9E69xpxCvKdEsNNuMZ1UE/s1600/1186842_325231080955759_573653743_n.jpg" height="269" width="320" /></a></div>
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Outing é isso! É quando você conta por aí que uma determinada pessoa é trans* para alguém, sem a permissão da pessoa. Imagina se alguém saísse contando detalhes da sua intimidade por aí: “Este daqui é o Fernando, e ele tem pau pequeno e usava pochete!”<br />
<br />
Então, recapitulando tudo porque acho que fui longe demais:<br />
<br />
- Visibilidade trans* é sobre direitos e empoderamento. É sobre mostrar pro mundo que existimos, que somos pessoas como quaisquer outras e que queremos viver igualitariamente preservando, entre outras coisas, nossa intimidade;<br />
<br />
- Outing é quando pessoas que estão tentando viver normalmente são arrancadas de seu anonimato à força, muitas vezes prejudicando-as;<br />
<br />
- Outing vai contra o conceito de visibilidade trans*, pois revela nossa intimidade desnecessariamente e contra a nossa vontade, tirando de nós direitos que todo mundo tem;<br />
<br />
- Logo, a visibilidade trans* traz consigo o zelo pelo direito das pessoas trans* camufladas na sociedade de continuarem camufladas, pois estas pessoas tem o direito de viver como quiserem.<br />
<br />
Na opinião desta que vos escreve, não existe vergonha nenhuma em viver no anonimato quanto às suas origens. Eu entendo todos os estigmas que o rótulo “trans*” carrega e, francamente, não desejo-os para ninguém. Não acho que quem o carrega publicamente (deliberadamente) tem mais ou menos mérito de quem o faz: É tudo uma questão de como cada uma de nós vive nossas respectivas vidas.<br />
<br />
Quanto à mim? Eu não sei ainda. Eu assumi essa bandeira pois acredito que eu aguento o tranco e, assim sendo, posso lutar para que, no futuro, outras trans* possam viver tranquilamente em anonimato, ou ainda melhor: possam viver num mundo onde o rótulo “trans*” não traga mais peso do que qualquer outro, e isso automaticamente faz de mim uma pessoa pública. Mas reservo a mim e a todas vocês o direito de viver em anonimato, se assim quisermos algum dia.<br />
<br />
Bezzos e até mais!<br />
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<div style="text-align: right;">
-Por Daniela "Leina" Ruiz</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-68035835037665321212013-07-29T15:36:00.002-03:002013-07-29T15:36:51.595-03:00Privilégios e respeito.- Por Leina Daniela Ziur (Originalmente publicado <a href="http://leinadeez.tumblr.com/post/56791352573/privilegios-e-respeito" target="_blank">no meu blog pessoal</a>)<br />
<br />
Eu não curto aqueles papos de superação e mimimi e não é minha intenção fazer um desses agora, mas eu tenho certeza que vai parecer que é o caso. Na verdade, é um post para explicar porque eu bloqueio algumas pessoas, não por raiva, mas porque eu não aguento tanta negatividade. Infelizmente, às vezes nos identificamos tanto com uma situação tensa que é impossível não nos sentirmos mal, pois já compartilhamos de tais sensações e sabemos o quanto dói. Inclusive, corro o risco de parecer repetitiva ao escrever isso pois posso já ter escrito isso e com certeza já falei também. Mas foda-se, é importante.<br />
<a name='more'></a><br />
<br />
Eu nasci com um corpo de menino. Um rosto bonito, um corpo alto, magro e, se tivesse me esforçado um pouco, musculoso. Não tenho disposição genética para calvície nem obesidade, e também não tenho vícios químicos ou hábitos que sirvam de obstáculos. Sou filha de uma espanhola legítima com um brasileiro descendente de europeus, portanto sou branca. Cresci seguindo preceitos religiosos cristãos pois fui criada como católica. Fui batizada, fiz catecismo e crisma. Nunca sobrou dinheiro em casa, mas também nunca faltou, então acho que posso me considerar uma classe média privilegiada que tinha videogame pra jogar, 3 refeições diárias e uma cama gostosa pra dormir. Tive também o privilégio de ter uma mãe em casa, então não fui criada pela escola nem pela rua. Posso dizer inclusive que tive o privilégio de ser um "menino heterossexual", visto que nunca deixei de gostar de mulher.<br />
<br />
Resumindo: Eu tinha tudo pra ser tudo o que poderia querer. O rei dos coxinhas. Mas isso jamais me privou de conceitos negativos, pelo contrário: os evidenciaram.<br />
<br />
Eu vivia como um cara racista, homofóbico, xenofóbico (odiava nordestinos) e minhas morais eram todas distorcidas para o lado que mais agrediam as pessoas. Odiava a tudo e a todos, simplesmente por estar no alto do meu pedestalzinho de coxinha, que me permite julgar por ser perfeito segundo nossa cultura. Claro que, por ser metaleiro, eu me dava direito de odiar e desrespeitar qualquer outro gênero musical, por que não?<br />
<br />
Mas nada disso importa de verdade. No fundo eu sabia que não era assim. No fundo eu sofria, pois era diferente do que me ensinaram a ser e muito do que eu fui doutrinada a fazer me magoava. Fui ensinada a me manter completamente longe e acima de tudo o que eu sou por dentro, não por alguém com má intenção, muito menos por alguém que já sabia que eu era diferente e queria me reprimir: Fui ensinada a ser pelos dogmas, pelo medo e pelo preconceito. Poucos sabem, mas rezei por horas toda noite antes de dormir, dos 14 aos 20 anos, para que eu fosse lavada da "imundice" que eu sentia. E se caísse de sono antes de concluir minha rotina de orações, me punia no dia seguinte rezando mais.<br />
<br />
A circunstância na qual eu me livrei desses fardos e pesos mortos não interessa, realmente. Esse não é um post para demonstrar minha superação e mimimi. Esse post eu escrevo pra falar dos privilégios que muitxs de nós temos e não queremos nos livrar mesmo sacrificando nossa felicidade. Ninguém quer deixar de ter a facilidade de arrumar emprego do homem branco. Ninguém quer deixar de lado a boa aceitação que o cristianismo tem na nossa sociedade - é praticamente um atestado de bom caráter!<br />
<br />
Mas o mais importante é o privilégio do respeito que pessoas como eu adquirem logo no nascimento. Esse respeito é o privilégio mais doloroso de se abrir mão, pois o mesmo não foi adquirido, e sim herdado. Consequentemente, quando abrimos mão desse respeito herdado para corrermos atrás do que queremos, temos também que batalhar por esse respeito, que agora é íntimo e legítimo. É o mesmo respeito que nordestinos e negros lutam pra conquistar caso decidam que não vão ocupar cargos de limpeza, serviços gerais e segurança, pois pessoas brancas como eu decidem que não é natural. É o mesmo respeito que as mulheres precisam conquistar quando querem um cargo legal por capacidade intelectual, do contrário homens cis como eu era vão encará-las como objetos, donas-de-casa, biscates que só conseguiram o lugar porque dormiram com alguém.<br />
<br />
É muito respeito para se conquistar e eu, mais do que ninguém, entendo o seu medo de perder todo esse respeito e esses privilégios todos, e entendo também o quanto é difícil recuperá-los por mérito e não por "ser". Mas vai por mim: Se você continua defendendo barbáries mesmo sabendo que tais barbáries ferem quem você é de verdade, você tem muito que rever seus privilégios e preconceitos, do contrário você vai ser uma vítima do seu status. E claro, eu vou continuar te bloqueando =)<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
- Por Leina Daniela Ziur</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-84109294889488230172013-07-09T12:20:00.000-03:002013-07-09T12:57:24.713-03:00Declaração de Aposentadoria<div class="tr_bq">
- Mayra</div>
<br />
Hoje, termino uma fase. Não é uma data comemorativa com nenhum significado especial, não é aniversário de ninguém - nem de nenhum relacionamento - é só o dia no qual eu veio anunciar o fim da minha participação constante no Trans.parência. Isso ocorre simplesmente porque sua função para mim se extinguiu. Veja.<br />
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<a name='more'></a><br />
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O blog foi criado inicialmente com o propósito de externar sentimentos. Para simplificar, eu tinha muito a dizer e gostaria de ser ouvida. Com o tempo e a angariação de maior público, ele se tornou uma ferramenta ideológica. Eu queria facilitar a vida de tantas trans mostrando o que eu havia conseguido e, portanto, o que elas mesmas poderiam também conseguir. Fazia isso com a simplicidade do cair da chuva, contando minha história, minhas conquistas, e expondo os obstáculos no meu caminho. Falando da transição. A questão é que, como a própria palavra faz presumir, a transição é algo temporário, uma fase entre fases. E a minha se encerrou tem um tempo já.<br />
<br />
Ele era, no começo, só um link do portal LesMonde. Esse era um site da minha prima Jéssica e de seu namorado criado para o mundo lésbico - algo comumente deixado de lado quando tão grande parte da internet se focava somente no mundo gay masculino. Quando ela soube de minha história, me convidou para escrever no portal. Ele precisava de público e eu tinha boa vontade - e pertencia ao grupo. Afinal, se queria fazer a transição mesmo gostando de meninas, concluímos juntas que eu era uma lésbica. Certo?<br />
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O nome "trans.parência" veio de um concurso publicado na página do facebook do LesMonde. O pedido era que as pessoas dessem uma ideia de título e, aquela que criasse o escolhido, ganhava em troca um cesta de produtos eróticos. Sim, falando assim a ideia parece ridícula, mas na época, fazia sentido. O portal já tinha uma certa ligação com sex shops também por ser um assunto pouco comentado normalmente: o consumo de produtos eróticos por casais lésbicos. No fim das contas, a minha sessão do portal tinha mais público que o resto dele, e eu me senti limitada pelo escopo de um site que não estava crescendo enquanto minha imagem pública estava. Sai, criei meu próprio domínio, mudei o Trans.parência de casa. Vim pra cá.<br />
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Já aqui, criei uma página no Facebook pra ele. Ela aparece ali, à direita, com um botão apropriado de "curtir". Lá fica - bom, ficava - mais fácil de acompanhar os posts do blog, pois muita gente já permanece o dia inteiro logad@ na rede social de qualquer forma. Tirei a ideia do próprio LesMonde que, como disse, possui similar representação azulada. Criei também um canal no Youtube, que pode ser acessado na barra superior da página, abaixo do título. Essa criação, que veio do tédio da espera da recuperação da cirurgia facial em São Paulo - o que me fez passar o tempo gravando meus primeiros vídeos, com as impressões e emoções que sentia com o passar dos dias - contém, atualmente, vídeos progressivos falando de sensações relevantes para a transição. Dando uma cara aos textos e pensamentos daqui, digamos.<br />
<br />
Com o passar desse um ano e meio de blog e de transição, ganhei e perdi muita coisa. No dia 11 de abril de 2012, quando mudei meu nome e gênero no Facebook pessoal e sai de Mayra pela primeira vez de casa, eu tinha 146 amigos no meu perfil. Cento e quarenta e seis. Hoje, nesse exato momento, eu tenho redondos 800 amigos, mais 883 seguidores. Números por números não valem nada, mas no meio dessa gente toda, eu conheci muitas pessoas de grande relevância emocional pra mim.<br />
<br />
Conheci trans de todos os tipos físicos, convicções e mentalidades. Com algumas delas, compartilhei angústias muito íntimas, e ouvi as que elas tinham eu seus corações. Duas delas - só elas, até hoje - a relação foi além da amizade. Uma outra, uma das mulheres mais lindas que conheço, a qual foi inspiração estética e filosófica, e tem um lugar reservado em minha cama quando vier conhecer a cidade. Conheci também o único rapaz com o qual até hoje fui pra cama e com o qual fiz meu único threesome. Descobri muita transmulher lésbica, muito transhomem gay, conversei com Maite Scheinder, João Nery, Marcelo Pedreira, Carol Marra, e outras pessoas que tem sua influência de alguma forma no meio trans. Por causa do blog, e dessa micro-popularidade, conheci meus dois romances mais recentes. A primeira, uma menina cis que comecei a namorar logo após a transição e com quem fiquei algo em torno de cinco ou seis meses (e quem me deu as primeiras flores que recebi na vida, uma história que conto em um de meus vídeos), e a segunda, uma morena linda e inteligente, a qual tenho muito orgulho de estar junto agora. Menina que conheci por me mandar um simples e-mail querendo bater papo, sem a menor pretensão. "Vi seu blog e te achei legal". Algo nesse ritmo. E por quem comecei a me apaixonar ao acompanhá-la no shopping para comprar presente para uma amiga dela. Vê se pode.<br />
<br />
Conheci senhoras fazendo a transição na casa dos 40, dos 50. Conheci tantas trans pré-adolescentes, angustiadas com 14, 15, 16 anos, com pais intolerantes e esperando ansiosa e nervosamente completar 18 anos, ter sua própria renda e começar a transicionar. Acompanhei transições, como a de Leina, que agora escreve aqui pro blog, a de Carolina Matsumoto, que conheci menininho andrógino ainda, Aline, para a qual doei algumas roupas... aliás, recebi muita doação também. Jéssica Monstans, que até então era somente uma menina linda no meio dos meus contatos com a qual eu não tinha muita coragem de falar, passou a ser alguém com quem eu trocava palavras e de quem recebi algumas doações de roupas muito importantes nos meus primeiros meses de Mayra. Eugênia, que conhecia alguém que conhecia a Jana - minha namorada mais antiga - foi outra doadora que salvou minha vida, outra pessoa que tive o prazer de conhecer pessoalmente. Certamente há muitos outros nomes, mas não vou nem tentar trabalhar meu Alzheimer para lembrar, não vou conseguir, e peço perdão antecipadamente por isso.<br />
<br />
Nesse meio tempo, meus olhos se abriram pra muita coisa. Se abriram para a nojeira do machismo, que tenta ceder ao homem o direito sobre o corpo da mulher, que usa a homossexualidade como ofensa contra Justin Bieber e seus trejeitos femininos, que ataca Ronaldo por ter estado na cama com uma travesti. Se abriram para o derrotismo nacional, que faz do brasil a pior terra pra se nascer no mundo, quando sua população tem sequer a menor ideia de como é viver no congo, na somália, na nigéria. Sim, propositalmente com iniciais minúsculas. Se abriram igualmente para o feminismo, para a compreensão, para a paciência. Para a ideia de planejar antes de agir, de considerar antes de decidir, de calar antes de falar. Se abriram para parentes e amigos que se demonstraram poços de nojeira, e outros que igualmente me surpreenderam com inteligência, bondade e carinho.<br />
<br />
Esse ano e meio me mudou muito. Não só fisicamente, apesar dos cabelos rosas e dos novos seios - industriais - e glúteos - hormonais - serem mais facilmente perceptíveis que as novas convicções, mas em todos os sentidos. Me permitiu ajudar e, vez ou outra, infeliz mas indubitavelmente, atrapalhar transições alheias e desenvolver uma maturidade que percebo numericamente incomum em pessoas de nossa idade. E me possibilitou, felizmente, conhecer pessoas de similar conquista e me juntar a elas.<br />
<br />
Sou muito agradecida por todas as coisas e pessoas que ganhei, e todas as que perdi no caminhar dessa estrada. Mas agora ela acabou. Ela, que era o propósito do blog, termina e vira história, que me forma, mas não faz parte do meu presente. "Cansei desse papo", numa prolixidade plebeísta ecoada e neologista. As perguntas que me enviam virtualmente são repetitivas e desnecessárias. Todas elas já estão elaboradas em algum ponto do blog que possui, no canto superior direito, uma barra de busca surpreendentemente pouco utilizada. O que eu podia passar para vocês que lhes auxiliaria, já está publicamente exposto, e assim permanecerá. O blog certamente ficará no ar. Mas não tenho nada a adicionar. Só rimar.<br />
<br />
Futuro. O que eu penso pro meu? Primeiro, devo me formar no fim desse ano, finalmente. Concluindo o quinto ano no curso de Relações Internacionais, e o sétimo em faculdades somando os dois de Filosofia na UERJ, agora só me falta a monografia e meia dúzia de matérias para o fechamento do curso. Devo participar do Miss T Brasil 2013, talvez. Estou inscrita, estou entre as meninas selecionadas, mas reflito se pertenço a esse mundo. Mayra, que anda de tênis e bota ao invés de sandálias, altas ou baixas, desfilando em uma passarela? Sei lá, veremos. Pretendo sair do país. Talvez a essa altura, no ano que vem, esteja nos E.U.A.. Não por alguma preferência ou idealização de uma nação que tem tantos prós e contas como a nossa própria, mas simplesmente por oportunidade e acasos na vida. A tirada do passaporte já está em processo, e deve se concluir em setembro. Pretendo fazer mais tatuagens. "Mais" por já ter feito a primeira, que será retocada e ampliada antes que uma foto sua seja ecoadamente novamente publicamente postada. Por fim, pretendo finalmente perder a vergonha na cara e começar a trabalhar. Afinal, esse tempo todo eu tenho me sustentado com uma pensão alimentícia paterna que termina ao fim do curso superior. Necessidade tem um parentesco com a invenção, já ouviste falar?<br />
<br />
Para concluir, deixo os resquícios de posts natimortos. Rascunhos que aguardavam seu nascimento, agora abortados. Veja.<br />
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*****<br />
<br />
"Cotas para Trans" iria discursar sobre a história contada <a href="http://www.nlucon.com/2012/12/professora-trans-geanne-greggio-defende.html">neste link</a>, que propõe a existência de cotas para pessoas transgêneras em faculdades e escolas públicas, justificadas pela dificuldade de acesso dessa parte da população à educação formal.<br />
<br />
"Dez Conselhos" iria falar sobre <a href="http://www.autostraddle.com/ten-things-i-wish-id-known-when-i-started-my-transition-156538/">este post</a> interessantíssimo, escrito também por uma menina trans se despedindo de sua presença virtual, aonde ela passa - obviamente - dez lições que ela aprendeu com o passar do tempo de transição e que gostaria de ter sabido antes de iniciá-la.<br />
<br />
"Lawrence Anyways" seria o título de uma postagem com as minhas opiniões sobre o filme de mesmo nome. O que continha sua página, até o momento, era exatamente isso:<br />
<blockquote>
bom - musica clássica, diferente. Fato de mostrar o que os personagens estão pensando e sentindo ao invés do que está acontecendo. </blockquote>
<blockquote>
ruim - transição mal feita, choque desnecessário, demissão, abandono, mentira no relacionamento, transição, tudo mal preparado, mal feito. Evitável. Avoidable. Problemas criados à toa. Ridicularização das trans. Showbizz, Roses.</blockquote>
E por fim, "Momentos de Amor" iria ser um post cômico mostrando curtas conversas com minha alma-mais-que-gêmea, Jana, onde amor eterno e leveza de espírito geravam situações inusitadas. Seu conteúdo era tal:<br />
<blockquote>
Durante um almoço, na cozinha de casa, lembro de algo que me ocorre e exponho à namarida: </blockquote>
<blockquote>
- Amor, será que eu sou feia e fico me achando bonita porque todo mundo fala? Tem umas meninas no face que põe um monte de foto e são feionas...<br />
- Tu não ganha um monte de like e comentário nas fotos?<br />
- Sim, mas proporcionalmente ao número de fans, elas também.<br />
- E você acha que tem fans porquê, por ser inteligente, falar bem? lol<br />
... : (</blockquote>
<blockquote>
----- </blockquote>
<blockquote>
Escolhendo roupa para andar na Lagoa, algo para fazer exercícios mesmo. </blockquote>
<blockquote>
- Então o seu problema é em eu mostrar a barriga?<br />
- O meu problema é você usar top, roupa de putinha.<br />
- Mas eu sempre vou de top pra academia.<br />
- Eu sei.<br />
...<br />
*Pega uma blusa pra por por cima do top*<br />
- Que você acha?<br />
- Tá ótimo.<br />
- Pô mas não mostra barriga, peito, nada, some tudo.<br />
- Perfeito.<br />
...¬_¬</blockquote>
<blockquote>
-----</blockquote>
<blockquote>
- Amor, agora que eu pintei o cabelo, será que ele um dia vai voltar a ser hidratado que nem o seu?<br />
- Seu cabelo *nunca* foi igual ao meu. </blockquote>
<blockquote>
----- </blockquote>
<blockquote>
*envia uma foto*<br />
- q vc acha da roupa?<br />
-ta otima, minha sapinha<br />
Heuehehehehehe<br />
-lol, vai tomah no cu<br />
:C<br />
- Hehe mas eh roupinha de sapa<br />
Mas ta linda </blockquote>
<blockquote>
----- </blockquote>
<blockquote>
*Baixa um filme alternativo com áudio em inglês.*<br />
- Preciso achar legenda pra esse filme agora.<br />
- Vê sem legenda, deixa de ser burra.<br />
- ... Olha aqui, ô sua vagabunda... </blockquote>
<blockquote>
----- </blockquote>
<blockquote>
De saco cheio de ver tv, me preparo para desligá-la quando começa um episódio de Two and a Half Man. Logo no primeiro bloco aparece uma gostosinha alternativa com cara de sapinha. Abaixo o controle e solto no sofá. </blockquote>
<blockquote>
- Ah, agora você quer ver, né, vadia?</blockquote>
Enfim. Acabou. Talvez eu apareça esporadicamente para citar algo muito relevante ao universo trans, ou uma experiência muito chocante para mim? Talvez. Mas se for esperar, deita, pega um colchão e um cobertor quentinho. Vai demorar. Enquanto isso, Leina deve dar as caras arritmicamente, e cada uma vai vivendo sua vida no ponto central entre desejo e possibilidade.<br />
<br />
Feliz transição à tod@s. Foi um prazer.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmtwYrT4vv5pPB_H1xU_roifkjCwvhGA6YRShhprc3bGEB016meUb1EZc_b5O9KVFqYBAYHG5DFvIX6ptwyb5ljWv16oI_dcttuH4hn3lGHRp1QV5iZOn1es8R1EhEJyPfCCNzq9n72N7I/s1600/1011365_598734040146619_297108978_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmtwYrT4vv5pPB_H1xU_roifkjCwvhGA6YRShhprc3bGEB016meUb1EZc_b5O9KVFqYBAYHG5DFvIX6ptwyb5ljWv16oI_dcttuH4hn3lGHRp1QV5iZOn1es8R1EhEJyPfCCNzq9n72N7I/s640/1011365_598734040146619_297108978_n.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Beijos,</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
MayB</div>
<br />gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-49520833664929107632013-07-02T12:27:00.000-03:002013-07-02T12:27:18.764-03:00Tirando a Dúvida: Versão da Leina-Por Daniela "Leina" Ruiz.<br />
<br />
Oi pessonhas!<br />
<br />
Estou preparando esse post a um tempão e acho que agora eu finalmente tenho conteúdo suficiente para postar.<br />
<br />
Lembram <a href="http://trans.parencia.com.br/2012/09/tirando-duvida.html" target="_blank">deste post da Mayra</a>, de setembro do ano passado? Em resumo, ela botou as velhas roupas do <strike>Dwayne "The Rock" Johnson</strike> Marcelo e foi passear com a molier pra ver qual é. Leiam lá pra saberem mais detalhes.<br />
<br />
Eu vivi uma experiência parecida nessas últimas semanas, mas de forma mais extensa e menos voluntária. Tive uns problemas em casa e cheguei à conclusão que, pelo menos por uns dias, eu experimentaria a vida de menino de novo. Tirei esmalte das unhas e as deixei curtinhas. Também voltei para as roupas antigas e fui viver a vida.<br />
<a name='more'></a><br />
<br />
O primeiro dia foi o único dia bacana e, assim como a Mayra, eu deveria ter me limitado a ele.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGbOyJi_SvV_hDDG_h9s9LlFBNcjEQ8kXSNzy4NUeDbCcReNB2F14kjzqiWAe9D6OA6otFw6HQlGttlCIIZ3I2dkMph7_zcQbw4Ld2M-vHtdmMthm98CZfKoAMXKhdo9_S2cXNUOB0hSQ/s1600/2013-06-13+11.44.29.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGbOyJi_SvV_hDDG_h9s9LlFBNcjEQ8kXSNzy4NUeDbCcReNB2F14kjzqiWAe9D6OA6otFw6HQlGttlCIIZ3I2dkMph7_zcQbw4Ld2M-vHtdmMthm98CZfKoAMXKhdo9_S2cXNUOB0hSQ/s1600/2013-06-13+11.44.29.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<br />
<br />
Olhei no espelho de manhã, com as roupas masculinas, e pensei: "Eu posso estar vestida assim, mas meu rosto não me engana: Eu sei que não sou a mesma pessoa". Com essa confiança, eu saí de casa com um sorriso no rosto. Eu era invisível para homens, o que tornou o caminho pro trabalho menos estressante, principalmente passando na frente daquela construção e daquele lava-rápido. Mas, ao mesmo tempo, as mulheres pareciam olhar e se interessar mais do que antes. Auto-confiança é tudo, né?<br />
<br />
Mas a parte boa para por aí. Nos dias que se seguiram, vivi uma vidinha miserável. Toda aquela confiança foi desaparecendo e eu comecei a ficar desanimada de me cuidar. Barba voltou a crescer, parei de cuidar direito do cabelo. Um relaxo total. Eu comecei a sentir vergonha de mim. Vergonha de sair de casa. Foi então que eu decidi que a experiência tinha de chegar ao fim, porque aquilo estava me fazendo muito mal. Nesse ponto, eu abandonei a calça larga, voltei pras Skinnies e deu uma amenizada na sensação de fraqueza que me invadia. As unhas cresceram de novo (mesmo que sem esmalte), e eu comecei a me animar com um evento que eu tinha marcado. Cada passo que eu dava de volta à aparência que eu quero ter, meus dias se iluminavam mais, a vida ficava mais leve e eu voltava a gostar de mim.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhndcf_bgV2O3kCtEwbnuK2U3m7Cz2mbGKjhn6g-qLseaupMdn1KhDUcOwI52KhXBm790bbl3nXQqSChkmkhMoNtoopsFQdU4dw2qTNLCh_EFwuxkKik7gh5_5GKXmXrq7DjKk2N14JkBI/s960/1012177_650593451636734_1567396555_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhndcf_bgV2O3kCtEwbnuK2U3m7Cz2mbGKjhn6g-qLseaupMdn1KhDUcOwI52KhXBm790bbl3nXQqSChkmkhMoNtoopsFQdU4dw2qTNLCh_EFwuxkKik7gh5_5GKXmXrq7DjKk2N14JkBI/s960/1012177_650593451636734_1567396555_n.jpg" height="320" width="239" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Essa sim sou eu. É assim que eu sou e, se não saio assim todo dia é por falta de praticidade. E sentia muita falta de ser eu mesma! Nesse dia eu fui num karaokê com várias moças trans (e uma cis) e foi divertidíssimo! É TÃO BOM voltar a ser eu mesma!</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX6PyQ3jdm6F7UG9b4nNnlxtgarGTXAn6Yj9BiN5xeD2XGc4reiczuwaq3AQ_-MgwWquCdg2VaxAAHvj_K_nMa4zBRGESHYQSNunb0xEKwxVcHJc775IVTFIBxfyO3doCLPb5BjnZSxZE/s540/1045161_617981788221461_552726074_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX6PyQ3jdm6F7UG9b4nNnlxtgarGTXAn6Yj9BiN5xeD2XGc4reiczuwaq3AQ_-MgwWquCdg2VaxAAHvj_K_nMa4zBRGESHYQSNunb0xEKwxVcHJc775IVTFIBxfyO3doCLPb5BjnZSxZE/s540/1045161_617981788221461_552726074_n.jpg" height="320" width="237" /></a></div>
<br />
E termino esse post com uma história engraçada oriunda da minha burrice extrema. No trabalho, ainda me conhecem pelo meu nome de registro. No Restaurante Web, no entanto, eu estou como Daniela. Fiz um pedido de almoço num restaurante chinês e quando, o entregador chegou e perguntou para a recepcionista pela "Daniela" ninguém sabia o que fazer =D. Mas foi divertido, no entanto, porque mesmo a recepcionista me chamando de Daniel, o entregador me chamou de Daniela <3<br />
<br />
Beijos e até mais!<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
- por Daniela "Leina" Ruiz.</div>
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-15470695482551504672013-06-28T12:26:00.002-03:002013-06-28T12:26:59.405-03:00Contra Mão Hormonal- Mayra<br />
<br />
Mais uma vez, acho mais divertida a versão anglofônica do título. "Hormonal Wrong Way" carrega um juízo de valor que nos faz refletir sobre o certo e o errado para cada um. Deixe-me explicar.<br />
<br />
Lá pelo começo do ano - janeiro ou fevereiro, não me recordo precisamente (assim como de nada na vida, mas... divago) - eu parei com os antiandrógenos. Dos 5mg diários de Finasterida e 50 de Espironolactona, fiquei com somente 1mg diário do primeiro por controle de queda de cabelo. Para evitar que as entradas laterais do couro cabeludo se desenvolvam, acontecimento de altíssima probabilidade dada a ausência completa de cabelo na cabeça do meu pai e do meu tio. Hoje reflito sobre todos os efeitos e repenso essa atitude.<br />
<br />
<a name='more'></a><br /><br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaSK9zvmpn0NvV8X2WS1fTLSFAXpFy6vKWNdhBE85EYgnQrdsQ0JbOe6C02BCenh5UAqBxJtjlPTmift1JvfrytaXf9Ax1OYyYi62z8wymgA9KKK6ZyqcZALzKtWYYLaUg1mjBfz8U4Vwq/s1600/2013-06-04+15.27.23.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaSK9zvmpn0NvV8X2WS1fTLSFAXpFy6vKWNdhBE85EYgnQrdsQ0JbOe6C02BCenh5UAqBxJtjlPTmift1JvfrytaXf9Ax1OYyYi62z8wymgA9KKK6ZyqcZALzKtWYYLaUg1mjBfz8U4Vwq/s400/2013-06-04+15.27.23.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"O que acontece se eu parar os AA's, May?"<br />Veias. Veias acontecem.</td></tr>
</tbody></table>
Primeiro, os motivos pelos quais eu tomei essa decisão. Eu queria, primeiro, reavaliar se era realmente necessária essa quantidade medicamentosa. Os efeitos a longo prazo são um risco considerável, o gasto financeiro existe, e eu poderia estar me atendo a isso simplesmente pela euforia da transição, pela vontade de alcançar um "feminino" idealizado inalcançável. Esse "feminino", que há um tempo já concluo inexistente - assim como quaisquer caracterizações de gênero a priori a qualquer coisa na vida - é uma nova reflexão minha que me faz reconsiderar essa e outras atitudes. Segundo, uma maior quantidade de testosterona no sangue poderia me ajudar no treinamento muscular da academia, e ganhar coxa e bunda nunca é chato, né? Terceiro, eu estava começando a me sentir exageradamente frágil e ameaçada ao caminhar na rua, algo que eu queria reverter. Por último, a falta do hormônio masculino havia diminuído consideravelmente minha libido - e minha capacidade para ereção. Pois bem.<br />
<br />
No primeiro mês sem os AA's, nada mudou. Sério, física ou emocionalmente, um mês não fez a menor diferença pra mim. Veja, tudo que eu vou citar aqui é reflexo de experiência pessoal, e esse tipo de consequência biológica varia demais entre indivíduos. Por exemplo, uma amiga enche a cara de AA's tem três anos e anda que nem um cabide pela casa. Então não veja como uma receita de bolo do que vai acontecer com seu corpo, é só um relato. Continuando, a partir do segundo mês, as veias voltaram. Claro, elas sempre estiveram ali. O que eu quero dizer é que elas voltaram a se tornar bem aparentes sobre a pele. Falando em aparência, ouvi bastante que os músculos do braço também se tornaram mais evidentes, apesar de eu não trabalhá-los mais na academia. O pênis e os testículos aumentaram consideravelmente de tamanho, revertendo o que havia acontecido com o tempo de HRT completa, e isso me deixa preocupada por tornar o volume entre as pernas, em público, um pouco óbvio demais. Os pelos voltaram a crescer na velocidade natural, o que me obriga a raspar a perna a cada dois dias, ao invés de a cada 3 ou 4, como estava sendo antes. A ereção se tornou bem mais comum e a libido foi pelo teto, quebrou, e passou voando. Ontem tinha uma menina de macacão preto na academia, super básico, nada demais. Mas aquela peça de roupa infernal, obra indubitável do capiroto, desenhava tão precisamente suas nádegas que eu poderia fazer um retrato falado dela nua só usando a memória e uma dose pequeníssima de imaginação. Eu tive que cortar a série no meio e ir embora porquê EU estava incomodada de não conseguir tirar os olhos dela. E esse tipo de ocorrência me leva, por último e mais importante que qualquer outra mudança, às alterações comportamentais. O andar, o pensar e o falar se tornaram mais assertivos, mais agressivos. Isso me machuca mais do que qualquer coisa. Só falta eu coçar o saco e cuspir no chão. Bom, na verdade só falta cuspir no chão, mesmo.<br />
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Enfim, não sei exatamente o propósito do post, mas pensei que relatos no sentido de "desormonização" são raros e poderiam ser de interesse da galera que faz HRT. No momento, devo re-aumentar um pouco a dose dos AA's e tentar ficar em um meio termo. Sim, eu sei que tudo que cito pode ser efeito placebo, eu sei que não há provas científicas definitivas de efeitos tão minuciosos do testosterona sobre... bom, sobre tantos aspectos em um indivíduo. Eu estou somente contando uma história, não pedindo um julgamento sobre a mesma, por favor.<br />
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Beijos,<br />
Mayragghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-66282981146957455942013-06-26T17:10:00.001-03:002013-06-26T17:10:27.869-03:00Fogos de Artifício- Mayra<br />
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Uma conhecida me enviou um pequeno texto falando sobre suas sensações eufóricas, agora quando decidiu dar os primeiros passos concretos na sua transição. Deixarem o relato aqui para passar, com a maior precisão possível, a imagem do coração de uma menina nesse estágio.<br />
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Depois de um ano e meio da minha própria, já sou velha carcomida no assunto, então serve também para refrescar o portfólio de contos, non?<br />
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Nas palavras dela mesma, abaixo:<br />
<blockquote class="tr_bq">
Olá May!<br />
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Tudo bem!<br />
Quero informá-la que dei os primeiros passinhos para a minha transição!<br />
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Ainda tem muito chão! Mas estou confiante!<br />
<a name='more'></a><br />
Falei com a Dra. Desirèe (nome sugestivo não? rs...), que foi muito carinhosa e atenciosa e me deu uma consulta grátis de avaliação e me orientou muito bem. Adorei! rs... </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Pelo que pesquisei e conversei com ela percebo que terei que gastar muita grana caminhando o processo pelo serviço particular! Acho um ó eu ter tendências anarquistas e comunistas que evitaram o meu tesão por grana, mas pra ser sincera só tava procurando fuga do meu corpo atual e isso fica mais claro a cada passo adiante que dou, se bem que poderei manter ideais em que acredito. Só deveria ter mensurado melhor pra poder ter mais grana hoje. rs... </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
O fato é que enquanto a grana não surge a Dra. me sugeriu o usar o dindin do poder público, "já que pagamos tantos impostos", ela tocou meu coração com essa frase. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Ela me deu um e-mail que seria batata pra agilizar a 1ª consulta (triagem), na AMTIGOS do HC/USP (eu já tinha ligado e aguardava resposta p/ essa marcação de consulta com a mesma pessoa deste e-mail). Mandei um e-mail de manhã no dia 12/06 e a tarde a pessoa, muito gentil disse que eu podia ir às 13h do dia 22/07/2013. Já sei que pode demorar, mas enquanto a grana ñ brota em árvore, rs..., vou me virando do jeito que dá, só não quero mais parar de corrigir este atraso. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Tenho umas idéias pra levantar grana e uma carta na manga que poderia até funcionar, mas tá meio como lance de sorte (seriam composições de sons que nunca tive motivação pra levar adiante, mesmo c/ o incentivo da mulher e dos mais chegados). É aí que analiso uma possível deprê, já que sempre me empolgava e perdia essa empolgação rapidamente devido a condição mala de estar no gênero errado.</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Lá no HC vou ter que tirar o brinquedinho, se bem que nunca gostei dele mesmo, rs..., e cá entre nós, prefiro usar consolo c/ a minha gata, sei lá, mas sempre achei mais gostoso! (Porém a gata, ainda, não - esperança ñ morre, rs..) Puts! Sorry! Tô me sentindo a íntima de vocè! Mas desculpe, pois isso é devido a gratidão e a confiança somados à importância da divulgação de sua transformação em ter me ajudado muito, mesmo! Já falei, mas falo de novo e de novo e sempre que sempre serei grata mesmo! (com licença da redundância, rs...) </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Tô me revelando aos poucos e ainda faltam algumas pessoas importantes pra eu avisar e se não fosse a mulher e amigos me acalmando, quase mudo meu status no face de masculino para feminino na semana passada (doida pra fazer logo isso). Tô tendo momentos de piti às vezes! Sempre tive, mas agora tá constante, pois sei que podia ter mudado antes, algo que ficava meio na dúvida até ano passado. rs...</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
São só alguns parâmetros, pra quem sabe, se vocè quiser ou precisar usar como exemplo p/ outras amigas. Poder usar! Ok? </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Vocè tem o meu aval e que dane-se o resto do mundo. Ok? Nem todo mundo, vai! Só o povo desatualizado e preconceituoso que atrasam as nossas vidas. rs... </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Ah! Agora o nome tem que ser Thainá (conde nome = Tina) Naveya dos Santos Andrade. A filhinha mais velha ajudou a escolher o 1º e descobri este mês que o 2º (inicialmente o nome da minha banda de rock que está de molho a um tempão e sei lá se volta, rs...), que uso desde os 18 anos, é nome de menina em outros países e até de uma menina compositora, que na minha viagem fantasiosa achei parecida comigo. rs... Este 2º nome já tem muita gente que me chama por ele, por isso prefiro ficar c/ ele e Thainá veio a calhar t/b/ por ser indígena e sempre que pude defendia causas indígenas. T/b/ tem um lance com nativos sobre valores interessantes, em que na maioria seguem um modelo matriarcal (+ igualitário) e não patriarcal (+ totalitário). </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Não rolou de falar c/ o chefe ainda, mas é por causa de um montão de tarefas que ele tá na mente e mais um livro que ele tá produzindo com um amigo que ñ demora um mês e aí tudo se normaliza. T/b/ tô pensando em passar na 1ª consulta pra falar c/ ele. Pelo menos acho que ele ñ vai agir c/ preconceito e terá respeito, mas pode não me querer no emprego. Aí, mulher! Volto p/ o telemarketing por um tempo! Fazê o que né? rs... </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Obrigada a você, a Leina e a todas as trans que tão me servindo de exemplo. Isso é muito bom!<br />
<br />
Ps.: Tô mais atarefada depois que comecei a me resolver! Acho que deve ser por quê finalmente eu acordei pra vida. rs... </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Até!<br />
Bjks!</blockquote>
Para quem quiser trocar ideias com a autora do relato, <a href="https://www.facebook.com/RobNaveya">use o facebook.</a><br />
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Comentários sobre a história, vindos de um ponto de vista temporalmente mais avançado, tenho dois. Primeiro: pensem bem, quando da escolha do nome, que você terá que listá-lo trocentas vezes em pedidos de entrega em casa, ao marcar consultas médicas e ao falar com desconhecidos. Isso pode parecer trivial para nossos nomes de batismo, mas temos uma enorme tendência a inventar firula quando nós mesmas escolhemos um. Eu, por exemplo, provavelmente não teria posto um "y" no meu se soubesse o trabalho que ia dar mais tarde todo santo dia.<br />
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Segundo, ninguém "precisa" fazer a SRS, mesmo que tenha o acompanhamento do SUS. Chega lá na frente e para, se quiser, não sei, passa a comprar os hormônios por fora. Só faça a cirurgia se for do seu desejo, e depois de refletir muito sobre o assunto e conversar com muita gente sobre. Melhor gastar 200, 300 reais por mês com hormônios obtidos de forma privada do que se arrepender de um procedimento dessa magnitude.<br />
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No mais, é isso.<br />
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Beijos,<br />
Mayragghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-43484068926126568262013-06-21T13:34:00.000-03:002013-06-21T13:34:14.165-03:00Teatro de Sombras- Mayra<br />
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Que me perdoem todxs xs leitorxs pela total desvirtuação do propósito do blog, mas o post de hoje é sobre o movimento político recente e atual no Brasil. Após acompanhar vociferadamente as notícias e relatos pela internet e pelo meu Facebook, que tem quase 800 pessoas de todos os tipos, incluindo figuras muito importantes na militância brasileira, afirmo que há uma grandíssima chance de termos um governo ditatorial até o fim da década.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJsRJ9EsOYJHeEn5tIDeKRee_I35RPvn_13x4KjLJaMca4f5xuwYGWfyvVSByllJ2OyDOy7BHHrmRVU_m5lSlQ0Du0s32QhyphenhyphenFyrfMXc1Tu6GDpHrUGjV8CM6su430RTI15XyGXqbOCMffy/s1600/1039757_10201143056995711_443181196_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="394" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJsRJ9EsOYJHeEn5tIDeKRee_I35RPvn_13x4KjLJaMca4f5xuwYGWfyvVSByllJ2OyDOy7BHHrmRVU_m5lSlQ0Du0s32QhyphenhyphenFyrfMXc1Tu6GDpHrUGjV8CM6su430RTI15XyGXqbOCMffy/s640/1039757_10201143056995711_443181196_o.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anarquismo e Nacionalismo, símbolo de tudo que havia na passeata.<br />
Eles entendem dessas nuances ou só conhecem a máscara pelo filme "V"?<br />
<a name='more'></a></td></tr>
</tbody></table>
Deixe-me relatar a experiência pessoal. Me encontrei primeiro com um grupo de três pessoas, que depois viraram seis, no campus de direito da UFRJ, do lado do Campo de Santana. Um lugar péssimo para uma faculdade tão importante dada a decadência das redondezas, mas isso é irrelevante. A princípio, algo em torno de cem pessoas estavam reunidas em pequenos grupos de três a dez cada, sentados em cantos diferentes do chão, fazendo cartazes. Aquele momento já era uma pronúncia efetiva do maior problema das manifestação atuais: pluralidade de objetivos e interesses. A cena mais interessante foi quando eu retornei ao meu grupo, depois de ir ao banheiro, e presenciei um amigo declaradamente fascista, com o rosto pintado de verde e amarelo, segurando um cartaz com dizeres preto e vermelho para ajudar a menina que os fazia a secá-los: uma militante petista com a estrela vermelha grudada ao peito.<br />
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Na verdade, me retifico. Esse não é o maior problema. Essa cena pode ser tida como a demonstração mais pura da democracia, na verdade, considerando a pacificidade com a qual pessoas de crenças totalmente diferentes, diametralmente opostos, eu diria, interagem e se auxiliam. Fofinho. O problema é que essa oposição na rua não é tão paz e amor, principalmente em um momento exaltado de manifestação pública.<br />
<br />
Quando saímos da faculdade, fomos - o grupo de seis, que virou cinco rapidamente - colando folhas A4 com dizeres sobre o que mais nos incomodava. Colamos em postes, pontos de ônibus, paredes. Críticas ao Marco Feliciano, à cura gay, às PECs amigueenhas felizes. Éramos um grupo aonde quatro membros eram poliamoristas e longe do estritamente heterossexual, então nos era pertinente. Vandalismo do amor, eu diria, tudo seria resolvido com uma boa faxina da cidade. E a mensagem teria sido passada para transeuntes até esse momento.<br />
<br />
Certo, alcançamos a multidão há um quilômetro da Candelária - já que o resto do caminho até lá era só gente e não havia como chegar mais perto - e começamos a marcha em direção à prefeitura. Logo no comecinho rolou um foco de pancadaria nas pistas centrais da Presidente Vargas. Naquele momento o grupo de cinco virou três, e nós corremos de mãos dadas para outro canto. Depois nos reagrupamos e continuamos. Mais à frente, em alguns pontos, pequenas aglomerações de pitboyzinhos sem camisa, fortinhos, e com bandeira do Brasil enroladas cobrindo seus rostos em alguns pontos. Alguns minutos depois, um grupo de amigos dizendo que quem carregasse bandeiras partidárias estavam sendo agredidos - verbal e fisicamente. Adivinha por quem? Carros de som, uma papagaiada sem mais tamanho, guiando aquela galera como um cachorro e um homem à cavalo guiam o gado, com palavras de ordem ao estilo "contra a corrupção" e "abaixo Dilma", completamente genéricas e vazias, facilmente manipuláveis. Aí eu recebo uma ligação de minha namorada: "tá rolando pancadaria na prefeitura, volta". Certo. Até aquele momento, eu pensava fielmente que se tivesse uma máscara de gás e um óculos protetor, eu mesma me enfiava na pancadaria. Não sou à favor da PM, muito menos do protesto pacífico. Ou não era. Não sei. Enfim, voltamos pro campus de direito.<br />
<br />
Aí começou a merda maior. Pela TV, Cidade do Samba em chamas. Prefeitura depredada. Postes sendo derrubados. Souza Aguiar invadido por PMs. Veja bem, um hospital, com pessoas doentes. IFCS cercado. Aliás, o site do Globo divulgava até que o nosso próprio campus estava cercado enquanto não acontecia absolutamente nada e não tinha um PM ali, que só chegaram uma meia hora depois. Faz você questionar tudo, desde a veracidade das informações anteriores até a compactuação da imprensa com a polícia militar. Enfim, lá ficamos. As estações do Metrô estavam fechadas, até onde sabíamos. Ônibus visivelmente não passavam, nem táxis. Cogitávamos dormir no campus. Minha menina catou um táxi em casa e foi lá resgatar eu e o grupo. Na hora que deixávamos o local, a polícia realmente chegou. Não, perdão, uma força militar. Uma van, dois carros e duas motos lotados de homens do Choque, pela menos uma dúzia. Em uma faculdade pacífica, onde absolutamente nada acontecia. Ok.<br />
<br />
Chegando perto de casa, um 455 parado pela PM na frente do Maracanã, com policiais batendo seus cassetetes contra a lataria e mandando as pessoas descerem. De direita, isso? Imagina. Viagem. Besteira. Enfim, chegamos, e ficamos na portaria até meus amigos conseguissem que um outro rapaz viesse buscá-los para levá-los em casa. Moro do lado do Colégio Militar, e vi mais de 60 homens do exército, e mais de 20 cavalos, saindo em caminhões grandes do colégio em direção a sabe-deus-o-quê. Enfim.<br />
<br />
Os relatos pela internet e pela mídia são confusos e vazios. Em alguns lugares, fotos de PMs e bombeiros marchando junto do povo. Em outro, descendo o cacete. Um relato de câmera quebradas e fotos apagadas, em outro lugar, fotos e vídeos mostrando atividades da polícia que simplesmente não há como saber se foram ações ou reações, enquanto os textos que as acompanham falam de brutalidades sem limites, inflamando a população contra eles. Eu não sei de mais nada.<br />
<br />
Tenho duas teorias. A do "sem-querer" e a do "de propósito". A do sem-querer é que uma população esmagada acumulou abusos e se revoltou em massa contra um grupo de políticos que não sabe bem o limite do abuso de poder antes de inflamar a população. No meio, tem uma PM despreparada, acostumada muito mais com situações de combate letal do que de manutenção da paz, em um Estado onde é costumeiro que as leis sejam dobradas ao limite da tolerância por aqueles que têm poder, seja físico ou político, e situações sendo noticiadas por uma mídia mais preocupada com pisar-em-ovos e manter seu status de preponderância do que de relatar os fatos de forma neutra, que antes criminalizava o movimento e depois passou a apoiá-lo, quando a violência policial atingiu seus próprios membros. Ou seja, um caldeirão de forças e grupos que, por acaso, está tomando as decisões todas erradas que desestabilizam a situação atual sem muito propósito ou objetivo. A do "de propósito" é um plano arquitetado para o golpe militar. Esvaziar um movimento que possuía objetivos e direcioná-lo contra partidos políticos e contra o governo atual é um primeiro passo bastante simples para criar uma massa disposta a lutar, mas sem um objetivo, que seria dado facilmente depois por um grupo militarizado que derrubaria a Dilma - como na proposta surreal de impeachment que circula atualmente pelas redes sociais. A mídia propositalmente apoia o movimento atual para que ele cresça e se torne mais forte, para que seja ferramenta mais útil no momento do golpe.<br />
<br />
Sinceramente, eu estou fora. Eu não sou anarquista nem fascista, e o objetivo de cada um desses grupos é o único possível desfecho para a manutenção desse movimento. O Passe Livre paulista, que iniciou os protestos, já se retirou. A passagem caiu, no único movimento inteligente do nosso corpo político, e desestabilizou o grupo que não possuía outros objetivos. Outros interesses se infiltraram, e não sobrou nada de luta sincera. Pelo quê eu andei lá ontem? Pra dizer que eu estou insatisfeita? Claro que os políticos sabem que nós estamos insatisfeitxs, quem abusa de poder não é burro, é escroto. Mostrar insatisfação não muda nada. Há de se fazer algo diretamente a respeito. E eu não vejo nada desse nível atualmente.<br />
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- Mayragghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-1352253222487718262013-06-17T09:54:00.002-03:002013-06-17T11:50:46.917-03:00A Liberdade da Prisão- Mayra<br />
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Esse post elabora um pouco melhor a história da menina do Acre que eu mostrei há algum tempo.<br />
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
"Para começar a falar sobre como me assumi no trabalho fico sem graça de falar, pois foi tão natural. Vou começar sobre a o entendimento que eu tenho sobre mim mesma desde a infância, espero que tenha paciência para ler.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na infância eu não tinha desejos sexuais por homens obviamente, porém afetivamente sim. Desde pequena dei sinais de que era especial. Nasci em um lar e família católica, de pouca instrução, minha mãe é empregada doméstica, filha de seringueiros, e não possui a segunda série. A minha família toda percebia que era especial e fazia de tudo para reprimir meu comportamento feminino. Como eu sei ou lembro-me disso? Fui forçada a criar a comportamentos masculinos. Desde pequeno ouvia desaforos de minha mãe, que me ama muito a pesar de tudo, e dos outros membros da família. Frases como “cria jeito de homem”, “esse menino parece baitola”, “viadinho”, entre outras, faziam parte do meu dia-a-dia desde os meus cinco anos de idade pelo que me recordo. Minha mãe sempre nos criou só pois meu pai resolveu traí-la e trocá-la por outra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<a name='more'></a><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando comecei a frequentar a escola, minha mãe sabendo que eu era sempre mais sensível que meu irmão mais velho, me matriculou na mesma escola que ele para que ele cuidasse de mim. Eu sempre chorava com as agressões dos meus colegas. Minha mãe me conta ate hoje que eu sempre chorava nas aulas até quarta série, sempre ela ia lá à escola saber por que eu chorava, a razão você já sabe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nunca podia me encaixar com quase ninguém, para falar a verdade não tenho amizades do primário. Isso se devia ao fato de: se eu brincasse de boneca com as meninas (o que fazia sozinha e escondida improvisando-as) me chamariam mais uma vez de “baitola” (rsrsrsrsr) e a muito custo eu tentava me encaixar com os meninos, porém as brincadeiras deles não me agradavam, falavam de namorar meninas, enfim não era masculina o suficiente para gostar de ser, para convencer que pertencia ao grupo ou para suportar. Tinha o grupo dos gays sim, mas o preconceito familiar me impedia de me relacionar com eles, acabava por tudo ao meu olhar sobre eles ser envolto em perversão. </div>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Fui aprimorando minha atuação masculina beirando o ridículo da minha voz, mais suave, tentando ser áspera como a de um homem. Nunca convenci como homem ou como hétero. Qualquer pessoa que comigo convivesse e fizesse parte do meu círculo de amizades perceberia que eu não era quem dizia ser. Restou-me o ostracismo, sendo este meu aliado para encobrir a mim mesma. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Fui crescendo com tudo isso que já citei. Tive complexo de Electra e não de Édipo, isso com as tentativas de maridos que minha mãe fazia. Desejo e fantasia de me tornar uma mulher sempre me acompanharam desde minha infância. As vezes eu, criança ainda, tentava empurrar minha genitália pouco desenvolvida para se tornar que nem das meninas. Aos poucos fui compreendendo como era o meu corpo e que naturalmente isso não ocorreria. Fui arrefecendo cada vez mais minhas esperanças de conviver socialmente como uma mulher. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Todos falavam ao meu redor que pegavam fulano, sicrano e beltrano(a). Eu nada né porque se o fizesse estaria minha farsa acabada. Restavam-me além da vida social os livros e fantasias, com os quais me identificava e caia de cabeça neles, lia muito romances açucarados quase toda minha adolescência. Dediquei-me aos estudos e me destacava aos poucos, fui sendo notada. Comecei a ser aclamada como uma das melhores alunas da escola. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Minha primeira experiência amorosa, sigilosa e não correspondida (paixão platônica dessas que todos tem) foi por um professor meu. Era de matemática a aula dele e uma das que mais eu era notada pelas minhas habilidades com números da época. Consegui inclusive alguns prêmios estaduais de matemática anos mais tarde. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Passei em um concurso público e passei no vestibular da Universidade Federal daqui, inclusive, me gabando um pouquinho se me permitir, alcancei o primeiro lugar. No segundo período da faculdade uma travesti, que eu tinha raiva por sinal na época por ela saber muito bem minha orientação sexual, se aproximou de mim em uma aula de campo. Calma! Antes que pense qualquer coisa não curto travestis, srsrsrsr, até o momento meu negocio é com homens mesmo. A partir do momento que nós nos conhecemos nos demos muito bem. Eu sempre dou abertura para as pessoas conversarem comigo, mas dificilmente eu inicio uma conversa com quem quer seja, por ser muito tímida, se não a conhecer ou tiver um tipo de laço antes. Como foi ela que se aproximou como amiga foi fácil! E eu dei abertura a ela pois não gosto de ser grossa com ninguém, apesar de não gostar muito dela por, além dos motivos que já expliquei, ela ter o estilo de vida que odiava e ao mesmo tempo invejava.</blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Essa minha amiga foi fundamental na minha aceitação para mundo como gay primeiramente. Eu e ela eramos sombra, ou melhor, eu era sombra dela, afinal ela estava me apresentando à vida social, pois dela tinha abdicado. Meus colegas comentam ate hoje que eu mudei muito desde que a conheci. Na verdade prefiro acreditar que não mudei e sim apresentei ao mundo quem eu era. Larguei a atuação capenga e nada maestral de projeto de um ser masculino e passei a liberar meu trejeitos femininos entre outras coisas que eu naturalmente já tinha e passei aprendi outros maneirismo e vocabulários. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Um fato curioso: sempre acreditei em Deus. Porém deixei de crer em igreja e homens, os respeitos por suas convicções para exigir respeito deles às minhas. Estou dizendo isso porque tem duas vezes que fui a pseudo-exorcismos e, ao meu ver, charlatanismo barato e descabido de curar da homossexualidade. Acredite que não tem nada de sobrenatural ou real nisso. Você não deixa de ser o que Deus te criou para ser, você pode negar aquilo que é até a morte por suas convicções religiosas, mas JAMAIS deixa de ser aquilo que nasceu sendo. Eu nasci do jeitinho e até mais detalhado do que descrevi. Por isso esse texto enorme sobre mim, para que não reste duvidas ou argumentos para explicar aos incrédulos, que possam estar me lendo, que EU não escolhi ser gay, não ME TORNEI gay. Aliás, eu não sou gay, sou hétero, uma transexual hete-o pela definição cientifica na qual me encaixo. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Uma observação: acho-me no direito de chamar essa experiência de charlatanismo porque assim o é. Entendo como desrespeito mais do que suficiente para com a minha pessoa a criatura achar que eu estou endemoniada ou que escolhi sofrer, que eu sou pérfida por não esconder aquilo que sou. Pérfida, imunda, preconceituosa e mentirosa foi a tentativa dos meus desinformados e soberbos amigos quererem mudar aquilo que sou para poderem gostar de mim como “eu sou”, gostar do meu verdadeiro eu. Como isso é lindo da parte deles não?! Aceitei porque eu queria testá-los e conhecer, pois dificilmente gosto de expedir uma opinião sem ter passado por pela experiência de qualquer coisa. Perguntas deles como “por quê você não experimentar um mulher só para saber se tu é homossexual mesmo? É bom!!” Minha resposta: dorme comigo para saber se você é hétero? É maravilhoso!!!! </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
O segundo passo foi descobrir se eu era transexual. Aí foi mais fácil. Só revelei a minha amiga meus anseios de ser mulher e ela mesma percebeu. A primeira vez que me vesti de mulher foi horrível. Não porque eu não gostasse de me vestir, mas finalmente eu iria me mostrar para a cidade no dia da virada de ano como eu me visto de mulher. Tremi na base ao lado de travestis poderosas em seus saltos, pois foi minha primeira experiência.</blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Aos poucos fui aprimorando minhas experiências sexuais, sendo essa realizada pela primeira vez aos 20, atualmente vou fazer 23 anos. Eu fui querendo não sair com homens estando vestida de mulher porque era desconfortável. Sai com poucos homens como menino, mas descobri que o que o que era desconfortável era a peruca que era não meu cabelo, a roupa que ficava bonita, mas, ao ser tirada, mostrava meu corpo masculino. Traumático, não? Me vi fadada a sair com gays se eu não abandonasse o preconceito sobre mim mesma e resolver que o que eu queria era um hétero ao meu lado e não um gay. Não, eu não me visto de mulher para agradar homens. Me visto de mulher para agradar a mim mesma, porém sair com homens é uma das motivações se eu quiser um relação sexual em que o meu parceiro sinta prazer e eu também. Sair com gays não me dava e nem dá prazer. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Eu fugi um pouco da linearidade da história do meu trabalho, mas aquilo que apontei acima como amigos eram do meu trabalho mesmo, a penitenciária. Não possuo mágoas deles quanto ao que eles são, mas quanto a esses dois episódios aos quais me submeti foi para mim uma traição a minha amizade. Inclusive conheço, isso não é novidade para ninguém, homens casados e religiosos que procuram gays e travesti e se relacionarem e no fim das contas as repudiam e se forem vistos na rua nem dão um bom dia. Essa igreja que frequentei é um exemplo disso: 80 por cento da igreja curte e vive uma farsa que quase vivi a minha vida inteira. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Como já era assumido, no trabalho e onde quer que seja, meus trejeitos são e serão notados. Como sou concursada as pessoas no meu trabalho tinham mais é que me aturar, afinal eu estava ali por mérito. O às vezes falta é eles darem o primeiro passo, sempre deixo as pessoas darem o primeiro passo, e curiosidade vai curiosidade vem revelo minha origem e vida. As pessoas aos poucos foram chegando e perguntando discretamente, mas não diretamente, sobre minha vida pessoal e diretamente e sem dor dizia a elas que elas poderiam deixar os “dedos” para outra ocasião e poderiam fazer a pergunta se eu era ou não. Brincava: “está estampado, não?” Quando chamam, os “machos”, uns aos outros de “baitola” e olhavam para mim com reserva, eu estando presente, eu sempre dizia que isso não me incomodava, o que me incomoda é reserva e falta de sinceridade. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Depois de tanto fingir e ver outros fingindo prefiro que, por mais que seja uma agressão verbal, que todo mundo diga o que pensa a meu respeito. Acho que já sofri demais por causa de opinião alheia e própria, me incomodando ou não gosto e exijo que as pessoas as expressem para que eu saiba com quem estou convivendo e para mudar a forma de pensar. E é dessa forma que eu mudo opiniões, faço questão de saber de suas existência nas cabeças das pessoas. Quem não as exprime geralmente não quer que elas mudem. Abraços."</blockquote>
Essa é a transição de Celine Oliveira, que nos trará mais atualizações quando tiver se revelado mais para seu curso superior e seu emprego.<br />
<br />
Beijos,<br />
Mayragghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-80973746194045883782013-06-05T22:50:00.000-03:002013-06-06T01:26:16.141-03:00Ajuda cis!- Por Leina D. Ziur Alpha Release IV<br />
<br />
Olá pessonhas!<br />
<br />
Eu sempre tento deixar claro para as pessoas que eu conheço que, caso tenham alguma dúvida sobre minha transição de gênero, podem me perguntar à vontade, contanto que perguntem com respeito. Por mais que não deva satisfação a ninguém, eu entrego para mim (e para mais ninguém) a responsabilidade de acabar com certos tabus que, certamente, causam mais da metade dos problemas sociais que nós todxs temos em relação aos nossos gêneros e orientações sexuais.<br />
<br />
No entanto, algumas pessoas não conhecem onde acabam os limites do respeito e do espaço pessoal. Mas já estamos carecas de saber das pessoas que ULTRAPASSAM os limites, então vamos falar das que pecam pelo lado oposto: as que não perguntam com medo de magoar e acabam ficando cercadas num mar de tabus e ignorância.<br />
<a name='more'></a><br />
Minha melhor amiga Nádia, que é uma garotinha cis linda, acaba pagando o pato de responder o que as pessoas não têm coragem de perguntar para mim e, justamente por ela ser cis, ela ouve coisas sobre mim (e minha transição) que eu não ouço, justamente pelos tabus. Então, fiz uma breve entrevista com ela pra tentar descobrir quais são as dúvidas e opiniões sobre trans*, de cis para cis.<br />
<br />
=======================<br />
<br />
Primeiro, um pouco sobre a moça:<br />
<br />
<b>Nádia, há quanto tempo você me conhece?</b><br />
<br />
Bom, de acordo com o Facebook, eu saí da ETE<i> (escola onde nos conhecemos) </i>em 2008, mas te conheço desde antes disso, então vamos chutar aí uns 6 anos.<br />
<br />
<b>Há quanto tempo você sabe que eu sou trans? </b><br />
<br />
Taí uma pergunta difícil. Foi uma transição muito gradual e suave (pelo menos na minha cabeça), longa e com muitos estágios (hetero > bi > crossdresser > tranny jokes > actually trans), então não houve momento nenhum no qual eu tenha dito “CARAMBA, A DANI É TRANS!?”. Então não sei, eu provavelmente sei que você é trans desde o dia em que você descobriu que era trans.<br />
<br />
<b>Qual foi sua reação inicial ao saber sobre mim?</b><br />
<br />
Honestamente, não foi nada radical porque eu tinha suspeitas desde o seu primeiro crossdress. Várias vezes você vinha contar algum detalhezinho cheia de culpa, e a minha reação era um sorriso e “Ah, verdade? Finge que eu estou surpresa”.<br />
Foi um sentimento muito bom porque eu via você ser mais honesta consigo mesma a cada passo.<br />
<br />
<b>O que você sabia sobre trans* antes disso tudo acontecer?</b><br />
<br />
Nada. Eu admito que era uma leiga completa, que achava que transexual, drag queen e travesti era tudo a mesma coisa. Eu só fui começar a aprender depois e ainda estou aprendendo e descobrindo coisas novas todo dia.<br />
<br />
<b>Agora, vamos ao ponto principal. Quais são as dúvidas que você mais ouve sobre trans*?</b><br />
<br />
90% das pessoas começam a conversa com o mesmo papo: o artigo. “Eu não sei mais se uso ‘o’ ou ‘a’...”. Eu acho engraçado que essa seja a questão que gera mais dúvidas, pra mim parece óbvio que se uma pessoa se veste como mulher e age como mulher, ela provavelmente quer ser tratada como uma. Mas aparentemente isso ainda gera muita confusão pra quem não está familiarizado com essa maneira de pensar.<br />
<br />
<b>Qual parece ser o assunto mais complicado para as pessoas cis entenderem?</b><br />
<br />
Que trans também podem ser hetero, bi ou homossexuais. Isso dá um nó desgraçado na cabeça da maioria das pessoas. Muita gente ainda parte do princípio “menina fica com menino”, imediatamente assumindo que uma trans MtF obrigatoriamente NÃO gosta mais de meninas e ponto final.<br />
O nosso cérebro está muito acostumado com preto-e-branquismo, ou é uma coisa ou outra, e isso só deixa as coisas mais difíceis quando falamos sobre transsexualidade e todos seus fatores envolvidos. Um ótimo exemplo disso é uma conversa que eu tive, que acabou se repetindo com várias pessoas:<br />
<br />
Pessoa: “Então agora é “a” Fulana?”<br />
Eu: “Isso!”<br />
Pessoa: “Mas... mas... ela... tem namorada?”<br />
Eu: “Ué, tem! Ela é uma garota lésbica.” *sorriso*<br />
Pessoa: “Aaaaahhhhh!!!” *expressão de esclarecimento mais sincera que você consegue imaginar*<br />
<br />
Às vezes um pequeno empurrãozinho é necessário pra ultrapassar certas barreiras. =)<br />
<br />
<b>Já ouviu perguntas "cabeludas"?</b><br />
<br />
“E o namorado da Dani...—“<br />
“Namorada.”<br />
“Hã... a... Namorada da Dani é normal, ou?...”<br />
<br />
- Pessoa anônima de boas intenções, tentando ser educada mas no fim chamando trans de anormais. Eu não resisti, admito que ri bastante.<br />
<br />
<b>Existe resistência da parte de algumas pessoas?</b><br />
<br />
Eu sinto uma certa resistência por parte de algumas pessoas, sim. Não estou nem falando de pessoas mais velhas, parentes, pais ou etc; Eu compreendo que estes tenham uma certa resistência porque a criação, educação, o modo de pensar deles, foi tudo muito diferente de nossa geração.<br />
<br />
Fora isso, em termos de amizades/círculo social, às vezes eu observo uma certa hesitação por parte de algumas pessoas. Existem pessoas que realmente se esforçam em aceitar a transição, lidar da melhor maneira possível, se adaptar ao novo artigo e modo de tratamento, etc, e algumas pessoas simplesmente não o fazem. Talvez por costume, talvez por medo do desconhecido/incredulidade.<br />
<br />
<b>Algo interessante que gostaria de acrescentar?</b><br />
<br />
Na minha opinião, o maior problema é a falta de informação. Muitas pessoas não sabem exatamente o que significa alguém ser trans. “Isso é uma opção sexual? Foi escolha dela? É uma fase de rebeldia que vai passar?” Ainda se tem uma imagem um tanto quanto superficial e fútil sobre o assunto, por que infelizmente julgar é muito mais rápido e fácil do que se informar.<br />
<br />
Eu acredito que o aprendizado traz a compreensão e o respeito, por isso sempre compartilho links, artigos e vídeos interessantes sobre isso nas redes sociais. Se eu conseguir trazer ao menos um pouco de esclarecimento às pessoas ao meu redor e, consequentemente, um ambiente com mais compreensão e igualdade para minha melhor amiga (que é trans), então estarei feliz.<br />
<br />
<b>Informações para contato? Ask.fm? </b><br />
<br />
Le Twitter: <a href="https://twitter.com/Axl_Rosie">https://twitter.com/Axl_Rosie</a><br />
<br />
Ask.FM: <a href="http://ask.fm/axlrosie">http://ask.fm/axlrosie</a><br />
<br />
=======================<br />
<br />
Por essa entrevista da pra notar que muitas pessoas mantém seus tabus por medo do desconhecido, não por maldade. Apesar de estarmos sempre abertas a esclarecermos tudo "o maior problema é a falta de informação" como dito pela Nádia, mas como responder perguntas de quem tem medo de perguntar? Acho que teremos que contar com o suporte de amigxs cis que sejam pacientes por um bom tempo ainda.<br />
<br />
Até a próxima!<br />
<br />
-Por Leina<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-52155765347149722552013-06-02T12:36:00.002-03:002013-06-02T12:36:27.656-03:00Evolução trazida pela nova geração- Mayra<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU7mKMZiROZqRz7_TUc27p4piurWN0sZZVzZ3vKPdKfNn9ck4qE70ECnObUmfVmtzg-lJLfe7Bs2ujbJGCggi4WjjU24GaciZchfOGrguW8cdhHYhpMx_SqHlZ2P7OeQKRxcrSsfCmec9a/s1600/foto-1_7.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU7mKMZiROZqRz7_TUc27p4piurWN0sZZVzZ3vKPdKfNn9ck4qE70ECnObUmfVmtzg-lJLfe7Bs2ujbJGCggi4WjjU24GaciZchfOGrguW8cdhHYhpMx_SqHlZ2P7OeQKRxcrSsfCmec9a/s640/foto-1_7.jpg" width="211" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Crianças transgênerx em fase escolar.</td></tr>
</tbody></table>
<a href="http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/05/criancas-transgeneros-desafiam-leis-e-politicas-escolares-nos-eua.html">Uma reportagem recente do G1</a> conta como há uma crescente percepção sobre crianças, em fase escolar primária ou secundária, têm se identificado como variantes de gênero, seja se identificando com o gênero oposto ao sexo biológico, seja se identificando como posicionadx entre ou além das opções binárias.<br />
<br />
Isso resulta em uma percepção maior sobre o fato em si - de que transgeneridade afeta crianças e pode tornar suas vidas infernais na ausência de suporte e compreensão - e suscita uma discussão da qual surgem soluções e conscientizações importantes, inclusive através da materialização de projetos de orientação à escolas e leias que protejam os direitos dessas pequenas pessoas.<br />
<br />
A reportagem tem um tom um tanto otimista, que pode não condizer totalmente com a realidade atual mas, por outro lado, reflete os sonhos e desejos de um mundo justo para com todos os desviantes da heteronormatividade. Eu gostaria de chamar a atenção para uma estatística na reportagem: 41%. 41% dos entrevistados transexuais tentaram o suicídio em alguma parte de suas vidas. Claro, lembre-mo-nos que esse é um número vindo dos sobreviventes: aqueles derrubados pela pressão social e psicológica, as baixas da nossa guerra, não entram na matemática. Que tipo de mundo é esse onde discordar da opinião majoritária significa, mais ou menos metade das vezes, em sua própria morte? É uma pergunta retórica, obviamente. A humanidade sempre foi assim, com discordâncias políticas, religiosas, sexuais, teóricas, científicas. E é na luta para mudar isso que a identificação desses guerreiros precoces ajuda.<br />
<br />
Pela sua sanidade, não leia os comentários de leitores no fim da página linkada.<br />
<br />
Beijos<br />
<br />
<br />
- Mayragghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-27211411595244294512013-05-30T11:01:00.001-03:002013-05-30T11:01:48.350-03:00Contra todas as adversidades<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">
- Por Mayra<br />
<br />
Ou "Against all odds", para os anglófonos.<br />
<br />
Se você pensa que o lugar onde mora ou o trabalho que exerce não é propício à sua transição e usa isso de desculpa diária para se conformar com seu próprio medo de mudança, leia o depoimento a seguir que recebi pelo Facebook.<br />
<a name='more'></a><br />
<blockquote>
Oi Mayra. Todo dia leio o seu blog. Morro de vontade de viver socialmente como mulher. Foi graças a seu blog que me inspirei e vi que tinha como assumir minha condição trans sem aparentar ou ser vulgar. Sim eu via a questão de ser transexual ou ser travestir com preconceito, porém vi que não era exatamente assim e muito daquilo que eu entendia como ser como perversão eu poderia fazer diferente ou fazer demonstrar bom gosto, como você mesma fez pelo o que acompanhei do seu blog.</blockquote>
<blockquote>
Trabalho em um presidio, um ambiente totalmente masculino e todos já sabiam da minha condição sexual, porém não sabiam, ou quando sabiam achavam que era brincadeira, da minha condição de gênero. Quando eu afirma que era mulher, embora com aspecto masculino, riam ou achavam que era faze. Mas com o tempo eu fui mudando isso e hoje eu tenho autorização de meus superiores e inclusive admiração. Todos as pessoas do meu setor de trabalho são pessoas extremamente religiosas, porém não fundamentalistas. A religiosidade aqui no Acre é uma realidade, assim como também é uma realidade deles o respeito para comigo, não sei se um respeito velado ou se eu, de certa forma, me posiciono diferente dos demais transexuais e gays. </blockquote>
<blockquote>
Pelo menos me sinto respeitada e já vi que eles já mudei muito a visão dele sobre o assunto e me sinto vitoriosa, até pelo fato de trabalhar em um presídio.<br />
Em fim, esse "rasgamento" de seda é mais para te agradecer pela inspiração somente.<br />
Pela foto do perfil você pode perceber que estou de peruca, isso foi numa parada gay ano passado, e minhas fotos de menino estão um pouco desatualizadas. Estou deixando meu cabe,o crescer e estou encontrando dificuldades aqui no Acre para encontrar ajuda especializada. No próprio núcleo do estado fica difícil conseguir informação. Logo vc pode concluir que a internet e colegas travestis e trans tem sido minha unica fonte de informação.</blockquote>
<blockquote>
Sou bióloga formada, não exerço a profissão ainda. Entrei em um mestrado aqui na Universidade Federal e não me identifiquei . Atualmente almejo entra na faculdade de medicina e me especializar em psiquiatria.</blockquote>
<blockquote>
Não iniciei o tratamento hormonal. Primeiro porque aqui fica difícil encontra gente qualificada, pois todos dizem não tem especialização ou experiencia na área. Por conta própria estou tentando, mas tenho quais conselhos daqui são bons para mim ou não. Contudo o prazo máximo que estipulei para eu inciar é dia 1 de junho.</blockquote>
<blockquote>
Já falei de mais. Abraços Mayra.</blockquote>
Pedi à ela que elaborasse um texto mais longo sobre a transição dela e, quando pronto, publicarei-o aqui.<br />
<br />
Pense novamente sobre seus obstáculos.<br />
<br />
- Por Mayra </div>
gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-76867196957218863152013-05-27T10:42:00.002-03:002013-05-27T11:10:17.113-03:00E o Vento Levou<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
- Por Mayra</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Pra quem mora ou passa pelo Rio de Janeiro, recomendo muito uma visita ao Shopping Lagoon. Público educado, atendentes bem treinados, ambiente relaxante, e um exterior de trazer água aos olhos. Além disso, ótimo ambiente para tirar fotos.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixytSNglbH8J4d-WuCIgMd5xlFOiZZ1GiEmZo77X1160bOFxcVTI8bAFBOvGiQkp-F-utZtiDEndkO0VR63Pq_U3Z6F2IakbIuQFU0_aXqXXSomHycD693w8K3ifQ3-ZA-1uSP4i3u0EGR/s1600/IMG_2301.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixytSNglbH8J4d-WuCIgMd5xlFOiZZ1GiEmZo77X1160bOFxcVTI8bAFBOvGiQkp-F-utZtiDEndkO0VR63Pq_U3Z6F2IakbIuQFU0_aXqXXSomHycD693w8K3ifQ3-ZA-1uSP4i3u0EGR/s640/IMG_2301.JPG" width="640" /></a></div>
<br />
<a name='more'></a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLSeNKSiN-7EWMRs4XAka75_Ca4XQytQvf7a7T7RI_4ipKyoEppDDvG8vYAOJxDXjEVN4L2b_GnL9GYOFzIoUWo1Pvx4niqtPNxzFgAeqI85Cp0Y2bERXNijuZERpGPeflB5MfurCgtKmY/s1600/IMG_2404.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLSeNKSiN-7EWMRs4XAka75_Ca4XQytQvf7a7T7RI_4ipKyoEppDDvG8vYAOJxDXjEVN4L2b_GnL9GYOFzIoUWo1Pvx4niqtPNxzFgAeqI85Cp0Y2bERXNijuZERpGPeflB5MfurCgtKmY/s640/IMG_2404.JPG" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHeGouri9e2ypM5Fo-mfxG17dKZaHQya4o3IyfB69HeO36HN9btuNwTmrBDnosz6vAIKJRk3YB_7cBawB3EV8pOnaGSUYScA_r3QiX-FLc3u6tmhdjQP_BfQR5sF8RY7zRhKqAzKtoaeQq/s1600/IMG_2429.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHeGouri9e2ypM5Fo-mfxG17dKZaHQya4o3IyfB69HeO36HN9btuNwTmrBDnosz6vAIKJRk3YB_7cBawB3EV8pOnaGSUYScA_r3QiX-FLc3u6tmhdjQP_BfQR5sF8RY7zRhKqAzKtoaeQq/s640/IMG_2429.JPG" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNClFIWaNXUKGdJGbVhsALwvuW2kTWlZZ6eXLL3z1X5q2tP5ek9QzUGlBRam6WSR-FuRAJhZ2blcGq6TTmsjUAnoVaYtNdyIV6URhhGDksIm7ioheby5NfmWx10s0hhQK9_lFfvGVrXEB9/s1600/IMG_2433.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNClFIWaNXUKGdJGbVhsALwvuW2kTWlZZ6eXLL3z1X5q2tP5ek9QzUGlBRam6WSR-FuRAJhZ2blcGq6TTmsjUAnoVaYtNdyIV6URhhGDksIm7ioheby5NfmWx10s0hhQK9_lFfvGVrXEB9/s640/IMG_2433.JPG" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5eHFxpLstSFsE0WZIpbPJVjntioKdu-GQAwygRjlrGiBVNfZq-6-LCz1_rlYgiINWHkR0TjD5p5ygjwQ-nPfxtXtUdrcpggt0L-_tj3aM1N7OPrlW0TH-3AoQ5vIZSS1iVLevUQEUW9sf/s1600/IMG_2398.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5eHFxpLstSFsE0WZIpbPJVjntioKdu-GQAwygRjlrGiBVNfZq-6-LCz1_rlYgiINWHkR0TjD5p5ygjwQ-nPfxtXtUdrcpggt0L-_tj3aM1N7OPrlW0TH-3AoQ5vIZSS1iVLevUQEUW9sf/s640/IMG_2398.JPG" width="640" /></a></div>
<br />
E tem mais aqui:<br />
<br />
<a href="https://www.facebook.com/media/set/?set=a.500310006664562.125845.420548234640740&type=3">https://www.facebook.com/media/set/?set=a.500310006664562.125845.420548234640740&type=3</a><br />
<br />
=)<br />
<br />
- Por Mayragghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-32386616410914082482013-05-24T09:52:00.001-03:002013-05-24T09:57:37.817-03:00Patricia Araujo, prostituição, CRS, e família<div>
- Por Mayra</div>
<div>
<br /></div>
Em uma <a href="http://ego.globo.com/famosos/noticia/2013/05/sonho-com-cirurgia-diz-patricia-araujo-sobre-mudanca-de-sexo.html">reportagem do Ego</a>, uma das mais belas e atraentes trans do Brasil fala um pouco de como sua vida foi, como ela é, e como ela pretende que seja em um futuro próximo.<br />
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBySN0rsSFTew_wfWsGsY_xPHDqthkN4MQL_Kwx2vE-8ET59Bz_Omu-ygop7zP6LeWaXpjrznW2b6DgFCbpMT0L-Qza5gmKL8_tYXNLk6kcheK89w_xwAC_5THN1bHvjd39uwjNiKDuAaH/s1600/_mg_8278-copy33.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBySN0rsSFTew_wfWsGsY_xPHDqthkN4MQL_Kwx2vE-8ET59Bz_Omu-ygop7zP6LeWaXpjrznW2b6DgFCbpMT0L-Qza5gmKL8_tYXNLk6kcheK89w_xwAC_5THN1bHvjd39uwjNiKDuAaH/s1600/_mg_8278-copy33.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a name='more'></a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: start;">Prostituta e atriz pornô por anos, ela afirma o óbvio que muitas vezes é negado: essas atividades não trazem a felicidade, objetificam e diminuem a pessoa pondo-a em contato com enorme número de indivíduos que não têm a menor preocupação com seu bem estar e, mais objetivamente falando, é um trabalho de curto prazo. Afinal, é algo exclusivamente lucrativo para as meninas jovens.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: start;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: start;">
Essas são constatações importantes não por sua mera existência, mas pelos ataques externos. Enquanto eu frequentava o fórum sobre transexualidade do BrChan - onde o assunto mais comum era a troca de experiências sobre programas com meninas trans - ficava óbvio o quão nocivos eram os clientes dessas meninas. Chegava-se a afirmar que a trans que não se prostituía era pseudo-moralista, e que essa era "a melhor forma de ganhar a vida". Um discurso degradante sistematicamente construído com um objetivo mercantil: quanto mais meninas se prostituíssem, obviamente, maior variedade para o consumo dos clientes, non?</div>
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Veja, eu não tenho nada contra a atração sexual específica pelas trans. Tem gente que gosta de mulher peituda, bunduda, negra, de cabelos longos, de cabelos crespos, alta, baixa. Essas parceiras podem ser escolhidas, a princípio, por características físicas, e essas uniões podem resultar em infindas histórias de amor. O problema é a capitalização da coisa. A atividade sexual lucrativa nos objetifica e descaracteriza como um grupo todo, diminui o estímulo às outras pessoas para que nos respeitem e nos vejam como aptas a ocupar uma vaga formal no mercado de trabalho. Se você já se encontra nessa atividade, porque não usar esse dinheiro - que eu sei ser muito, já conversei com muitas meninas - e faz uma faculdade? Depois presta um concurso público, investe em abrir sua empresa, qualquer coisa.<br />
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Voltando à reportagem, Patrícia afirma o desejo de adotar uma menina, se assentar e constituir uma família. Isso tudo, vindo de uma das figuras mais bem cotadas desse mercado, demonstra claramente como não importa quão bem vista você seja dentro da concorrência, a experiência ainda é negativa. Fala também da sua vontade de efetuar a CRS, sonho adiado por ser impeditivo no mercado sexual - afinal, ela perderia todos os seus clientes se a tivesse realizado antes - e de como sabe que a cirurgia não é uma solução mágica para todos os problemas da vida - ilusão que permeia a imaginação trans e pode causar, quando provada errada, profunda depressão e desmotivação.</div>
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Fico feliz pela guinada da menina e torço pelo mesmo para a vida de todas as que tiveram de recorrer a essa alternativa. Já havia visto Patrícia em diversos programas de TV e entrevistas, e percebo uma certa mudança na visão sobre a vida, constituída parcialmente de maturação e parcialmente da quebra de uma certa animosidade na personalidade, o surgimento de uma tranquilidade maior.</div>
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Que esse crescimento seja possível na vida de todas nós.</div>
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Beijos</div>
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- Por Mayra</div>
gghttp://www.blogger.com/profile/01402493827252499669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3925696198008915987.post-39486537963741392832013-05-21T16:41:00.003-03:002013-05-21T16:47:35.097-03:00Segunda consulta da Leina!- Por Leina Ziur, obviamente.<br />
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Pessonhas, boa tarde!<br />
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*Ouvindo Donkey Kong 2 - Bramble Blast (Smash Bros Brawl Remix)*<br />
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O post de hoje é um pouco pessoal mas acho importante para fechar um assunto que eu abri anteriormente.<br />
Lembra da <a href="http://trans.parencia.com.br/2013/02/colaboracoes-iniciando-o-tratamento.html" target="_blank">primeira vez</a> que eu dei as caras aqui no Trans.parência? Pois então. Hoje eu fiz o tão aguardado retorno, levando o resultado dos exames de sangue que eu fiz para o tratamento. Um do dia 0 e outro do dia 60, conforme a doutora havia solicitado.<br />
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Cheguei no consultório em cima da hora como boa britânica que não sou e, como sempre, o atendimento foi excelente, mas uma coisa me chamou a atenção: uma senhora na recepção me olhava de cima a baixo. Eu fiquei meio constrangida mas ela quebrou o gelo: "Você é muito bonita e seu rosto ficou muito bom! Eu sempre mando as trans para a doutora Marcia!". Corei na hora, nem preciso dizer. A senhora se levantou e foi para a sala de espera.<br />
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Após um check-in rápido na recepção, fui direcionada também à sala de espera, onde reencontrei esta senhora e ela se apresentou como psicóloga do CRT e do Facial Team (o pessoal que operou a Mayra). Batemos um papo muito gostoso!<br />
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Logo, a doutora me chamou e olhou meus exames. Disse que os hormônios que deviam ser suprimidos foram suprimidos, que meu fígado estava ótimo e que minha transição estava indo muito bem, fisiologicamente falando. Agora, minhas consultas serão mais esporádicas, a próxima marcada para setembro. Yay, vai sobrar um pouco mais de dinheiro!<br />
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A psicóloga me informou que o atendimento no CRT está ultra lento pois existem poucos psicólogos no lugar porque cada trans que se inscreve é um horário a menos na agenda dos médicos que, eventualmente, acabam com a agenda lotada, o que atrasa ainda mais o atendimento. Me entristece bastante =[<br />
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Bom, por hoje é só, até mais!<br />
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- Por Leina Ziur, evidentemente.</div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0