24 de fevereiro de 2014

Focinho de Porco não é Tomada

Vamos contextualizar a história. Antes da transição, eu fiz um banco de sêmen para poder ter um filho biológico mesmo que a terapia hormonal me tornasse infértil. Hoje minha noiva ligou para lá a fim de incluir seu nome nos documentos, para poder ter acesso ao banco caso acontecesse algo comigo, ou eu viajasse, ou qualquer coisa. Uns minutos mais tarde...


*telefone tocando*
*atende com voz de menininha*
- Alô?
- Boa tarde. Posso falar com o Marcelo?
-... só um minuto.
*espera alguns segundos como se estivesse passando o telefone pra alguém*
*com voz grossa*
- Alô?
- Boa tarde, senhor Marcelo?
- Sim, sou eu.
- Aqui é da clínica Vida de fertilidade, tudo bem?
- Tudo bem, pode falar.
- Agora a pouco a Fulaninha ligou para adicionar o nome dela nos documentos do seu banco, mas quando o senhor fez o depósito, o senhor havia falado que o nome era Janaína.
- Sim, eu estava presente. Janaína é de um relacionamento que terminou, minha noiva é a Fulaninha.
- Ah, entendi. Certo, e ela nos deu um e-mail, mas tem aqui também um mayra.viamonte@gmail.com. Esse e-mail é da Fulaninha?
*botando a mão na frente do telefone para gargalhar por uns segundos*
- ...Ok, deixa eu explicar. Eu sou transexual, "mayra" é meu nome social. O e-mail é meu, entende?
*praticamente ouve neurônios explodindo do outro lado da linha*
- Ah... ok. Então o e-mail mayra.viamonte@gmail.com é do senhor?
- Isso mesmo.
- Certo. Vou enviar os documentos no nome da Fulaninha para ela assinar, tudo bem?
- Tudo bem, obrigada...do. Boa tarde.

ENTÃO, NÉ, MIA GENTE.

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