Aí eu fico com raiva de todo mundo, acho que todo mundo é idiota, quero me isolar e que todos se explodam. Esse momento logo me traz uma epifania, de que meu maior problema é a fonte de renda - ou a falta de uma - e eu não invisto em um concurso público porquê tenho asco do trabalho burocrático, porquê vi minha mãe deixar de viver a vida inteira, de experimentar qualquer coisa, de se divertir, de viajar, de conhecer gente nova, por causa do emprego dela.
Constato, insípida e friamente, que somos todos vítimas de nós mesmos. De nossas experiências. De nossos traumas. De nossos cérebros. E que não posso odiar o próximo sem odiar o meu próprio eu. Por fim, me encontro nessa encruzilhada de odiar ou perdoar a todos. Mas, depois de toda essa reflexão, a energia já acabou. E só me resta acabar eu mesma.
É, galera, de vez em quando cansa. Seria melhor que eu não conseguisse concluir nada disso. É mais fácil viver no ódio do terceiro sem enxergar nele uma reflexão de si mesmo. É fácil viver como o evangélico fanático, como o ditador linha-dura, como o negro racista, a trans homofóbica, a mulher machista. É mais fácil ser burro.
Vende-se neurônios.
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